maio 31, 2012

ADEUS, ZAÍRA CALDAS

 Zaíra Caldas foi pioneira no RN quanto ao manuseio do espaço na telafotografia: Walmir Queiroz

MORRE A ARTISTA PLÁSTICA ZAÍRA CALDAS

Via
Tribuna do Norte e Nominuto.com

Faleceu no final da manhã desta quarta-feira (30), a pintora Zaíra Caldas, aos 84 anos. Ela estava internada no Hospital da Guarnição para fazer o tratamento de quimioterapia, pois há 4 meses descobriu que tinha um câncer no sangue chamado mieloma múltiplo.

O velório aconteceu ainda na noite de quarta-feira. O seu enterro aconteceu no Cemitério Morada da Paz, localizado no conjunto Emaús, em Parnamirim. Uma hora antes do enterro, a sua família celebrou uma missa.

Irmã do também pintor Dorian Gray, Zaíra começou pintar os quadros quando tinha 7 anos. A artista também era ceramista, escultora, gravadora, poetisa e compositora. A primeira exposição dela foi no ano de 1965. Seus trabalhos já foram expostos na Bélgica, França, Itália, Espanha e Suíça. Ela é considerada a mãe do transfigurativismo.

Essa técnica consiste em uma imagem que se modifica e o observador da obra vai vendo coisas no quadro que o pintor não necessariamente colocou. A pintura de Zaíra era feita a óleo, mas também utilizava o metal cravado e a colagem de folhas.

Em nota, a Secretaria Extraordinária de Cultura do Rio Grande do Norte colocou essa seguinte nota de pesar:

A Secretaria Extraordinária de Cultura e a Fundação José Augusto (Secult/FJA) unem-se aos sentimentos da família de Zaíra Caldas Pereira (1927-2012) e a todos os norte-rio-grandenses, eternamente saudosos e orgulhosos de sua ilustre conterrânea, que soube explorar e traduzir, como poucos, "a festa colorida da natureza" - para citar as palavras do cronista Rubem Braga.

Pintora, escultora, tapeceira, Zaíra Caldas soube conciliar técnica e sentimento numa vasta obra que ultrapassou as fronteiras do estado, desde a década de 1960 até os dias atuais, sempre revelando-se através de sua arte que, na definição de Câmara Cascudo, soube ser "forte, leal e nítida, documental e direita, antiga e contemporânea".
 
A MAGIA DA VIDA NOS PINCÉIS DE ZAÍRA CALDAS

Ela pintava  quadros mutantes. Zaíra Caldas contava que no processo de elaboração de suas obras, ela não pensava  muito, simplesmente agia e as fazia. Segundo ela, seus quadros eram feitos "de uma maneira intuitiva, cósmica". Zaíra Caldas, irmã de um dos principais nomes das artes plásticas do estado, Doryan Gray Caldas.

Em uma de suas últimas exposições, ela continuava com o mesmo tranfigurativismo de sempre, mas "surgindo com uma nova roupagem, diferente", enfatizava a artista plástica que deu nome ao próprio estilo.

Doryan Gray Caldas explica que a expressão "transfigurativismo" foi criada porque a obra se transfigura, muda. "Quando se olha o quadro, inicialmente pode ser visto uma floresta. Ao se repetir o olhar, já é possível olhar pessoas, ruas. Zaíra Caldas descobriu essa expressão através da observação de outras pessoas", comentou o irmão da artista.

Segundo Zaíra Caldas, Dorian Gray explica melhor do que ela mesma o que significa o transfigurativismo. "Ele escreveu sobre o estilo. Sabe explica-lo melhor que eu", revelava a artista plástica . 
 
Em suas escrituras, Doryan Gray afirma: "Quando Einstein criou a teoria da relatividade, comprovou que o que parecia não existir, realmente existia. Portanto, criou uma possibilidade, uma outra realidade que até então não havia sido percebida. Quando Zaíra criava uma figura transfigurada, criava uma outra realidade que existe, mas que não havia sido, até aquela data, percebida. E passa a existir se alguém a descobre, portanto, tem uma autonomia e uma dimensão. Estudando esta dimensão do que existe com a dimensão do que é percebido, tem-se um outro espaço no mesmo espaço de tempo".

Doryan Gray Caldas explica ainda que com a transfiguração, uma outra realidade passou a existir na arte de Zaíra, independente até de sua vontade e insuperável nas suas possibilidades.


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maio 29, 2012

REVENDO A PARIS DE AMÉRICO COSTA

"PARIS 18/20"
 Imagens atuais dos locais visitados por Américo de Oliveira Costa

REVENDO PARIS DE AMÉRICO DA COSTA

 Por
Rafael Barbosa

Percorrer Paris em três dias e conseguir reconstruir o caminho realizado pelo professor Américo de Oliveira Costa. Esta foi a missão dos dois estudantes escolhidos pela Aliança Francesa para prestarem uma homenagem ao fundador da instituição. Apaixonado pela cultura da França, Américo de Oliveira partiu rumo à  "Cidade Luz" com a única intenção de conhecer o lugar com que tanto sonhou através dos livros. A viagem havia sido planejada mais de 15 anos antes pelo acadêmico, que a fez aos 47 anos de idade.

Após o retorno da viagem, a junho de 1958, o professor realizou na Aliança Francesa de Natal  a palestra "Imagens e Itinerários de Paris", publicada na revista Cactus no ano seguinte, para contar as experiências vividas na cidade. E foi no relato desta palestra que os estudantes Arthur Silveira de Veras, de 17, Caroline Germano de Queiroz, de 20 anos, se apoiaram para fazer uma nova expedição. Saindo da cidade de Porto, em Portugal, chegaram a Paris em 27 de janeiro deste ano, e lá permaneceram até o dia 29.
 
 1958
 Américo de Oliveira partiu rumo à  "Cidade Luz" com a única intenção 
de conhecer o lugar com que tanto sonhou através dos livros  

FOTOGRAFIAS E POSTAIS 

Dos 52 pontos percorridos em 15 dias e relatados por Américo de Oliveira, os estudantes conseguiram realizar pouco mais de 20, em três dias, tempo que os dois tinham disponível para a atividade.   Carolina e Arthur documentaram a viagem através de desenhos e fotografias e vão expor o material produzido nesta quarta-feira (30), na exposição "Paris 18-20". A  mostra fará parte do sarau mensal que ocorre na escola de idiomas, às 19h, junto a outras programações artísticas organizadas pelos próprios alunos: sapateado e apresentações musicais.

 AMÉRICO DE OLIVEIRA COSTA
Um escritor múltiplo e apaixonado pela cultura potiguar e francesa

AMÉRICO DE OLIVEIRA COSTA

O macauense Américo de Oliveira Costa nasceu em 22 de agosto de 1910, e morreu em Natal em 1º de julho de 1996. O professor foi colaborador da resistência francesa na Segunda Guerra Mundial, feito que o distinguiu mais tarde com condecorações de Cavalheiro e Oficial das Palmas Acadêmicas e Cavalheiro e Oficial da ordem Nacional do Mérito, do Governo francês, além de consul honorário da França na capital potiguar.

Américo era um amante da França e dedicou toda as suas produções literárias ao país europeu e à cultura nordestina. Formado em Direito pela Faculdade do Recife, em 1935, foi prefeito eleito do município de Bebedouro, atual Agrestina, em Pernambuco, de 1935 a 1937, cassado pelo Estado Novo. Em Natal, foi chefe de gabinete do governo de Rafael Fernandes, promotor de Justiça em Currais Novos e em Mossoró, diretor do Departamento de Estatística e secretário-geral do Estado nos governos de Dix-Sept Rosado Maia e Sylvio Pedroza.

Américo de Oliveira também procurador do Estado e por duas vezes juíz do Tribunal Eleitoral, professor do Colégio Diocesano de Mossoró, do Ginásio Sete de Setembro, da Escola Doméstica, da Escola Normal, da Faculdade de Jornalismo Elóy de Souza e da Faculdade de Direito (titular e emérito) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.


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Rafael Barbosa

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Paris 18/20
 30 de maio, 19h
 Galeria D’Arts José Valério Cavalcanti
Aliança Francesa - Natal/RN

maio 28, 2012

POTIGUARES NA TRILHA DO REI DO BAIÃO

Entre parceiros, compositores e amigos, Luiz Gonzaga gravou Janduhy Finizola, 
Severino Ramos e Elino Julião e carregou debaixo da asa 
muitos poetas e amigos potiguares

 AS VEIAS POTIGUARES DO REI DO BAIÃO

 Por
Yuno Silva  

Lula, Velho Lua, Bico de Aço, Embaixador Sonoro do Sertão e Gonzagão são alguns dos muitos apelidos que o eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga do Nascimento (1912-1989), ficou conhecido. Referência obrigatória para quem quer contar ou conhecer a história da música nordestina, sua trajetória se confunde com a própria popularização do forró, do xote do xaxado e do baião. Personagem recorrente da literatura de cordel, sua figura inspira verso, prosa e cinema - o filme "Rei do Baião", título mais que apropriado, está em fase avançada de produção e a previsão do diretor Breno Silveira é que seja lançado até o próximo mês de outubro.

Antes, porém, em setembro, a Sony Music planeja relançar toda a obra do pernambucano nascido em Exu há um século. Não por acaso, a reedição comemorativa do acervo vem sendo trabalhada pelo cantor, compositor e produtor musical potiguar Carlos André. O papel do mossoroense, radicado no Recife, foi crucial para a construção da imagem do Luiz Gonzaga que ficou marcada na memória da música brasileira. E não é só Carlos André que cruzou o caminho do mestre Lula, outros potiguares também fizeram parte dessa história de sucessos: Gonzagão foi parceiro de Elino Julião e Severino Ramos; e gravou Chico Elion, Henrique Brito, Zé Praxédi e Janduhy Finizola.

Para reconstruir essa relação de Luiz Gonzaga com o Rio Grande do Norte, bem mais estreita do que se pensa, a pesquisadora Leide Câmara, autora do Dicionário da Música Potiguar, deu algumas pistas. Vale registrar que a data oficial do centenário de seu nascimento será dia 13 de dezembro, mas as comemorações já começaram - em Natal e Recife, por exemplo, o São João será em homenagem ao Velho Lula.

 Seresteiro e compositor, Paulo Peres Tito, 83,
é natural de Natal e foi criado no bairro das Rocas

 LIGAÇÕES DIRETAS  

"Tem muita gente daqui do RN ligada à Luiz Gonzaga", adiantou Leide Câmara. "Paulo Tito foi morar no Rio de Janeiro a convite dele; Carlos André, do antigo Trio Mossoró, produziu os discos que ajudaram no ressurgimento de Gonzagão nos anos 1980. Nos anos 1940, Gonzaga gravou versão instrumental da música 'Queixumes', do violonista natalense Henrique Brito feita em parceria com Noel Rosa no Rio de Janeiro, pois o sotaque nordestino não era bem visto na época", enumerou a pesquisadora.

Paulo Tito contou à TRIBUNA DO NORTE que conheceu Luiz Gonzaga "pra valer" em 1954. Tito já estava morando no Recife e trabalhava na Rádio Jornal do Commercio quando o Rei do Baião foi participar de um programa na capital pernambucana. "Ele estava com o grupo desfalcado e me ofereci para substituir o zabumbeiro. Como eu também cantava fez o convite para ir para o Rio. Quando dei fé, dias depois, recebi um telegrama reforçando o convite. Cheguei no Rio de Janeiro bem no dia do aniversário dele, 13 de dezembro, e quem foi me buscar no aeroporto foi a esposa Dona Helena, que quando me viu, baixinho e sem pescoço, logo reconheceu", brinca o senhor de 83 anos e ainda com a voz em plena forma.

Paulo Tito passou uma temporada de dois meses na casa de Luiz Gonzaga e acabou morando por 26 anos no RJ - está em Natal desde meados dos anos oitenta a pedido da mãe. "Em casa ele era um moço da cidade, polido, educado, tenho muitas histórias com ele, imitava o jeito dele falar e cantar", disse Tito, sem perder a oportunidade de imitar Gonzagão.

No Rio, Tito gravou discos solo, foi gravado por nomes como Cauby Peixoto e Elis Regina, e atuou como produtor musical - inclusive assinou a produção e os arranjos do álbum "Sertão 70" do mestre. "Não dava para trabalhar com ele, viajava demais: amanhecia no Rio, tomava café no Recife e almoçava no Ceará, o homem não parava no lugar", lembra o potiguar, que foi violonista da cantora Maysa por muitos anos.

 TRIO MOSSORÓ
 marcou época nos anos 60 cantando e encantando Mossoró e todo o País  

UM POTIGUAR NO RECOMEÇO

Entre 1974 e 1983, a música de Luiz Gonzaga estava em baixa, estava para ser demitido da gravadora RCA quando o mossoroense Carlos André entrou em cena. "Trabalhei com ele desde 1960, quando o Trio Mossoró acompanhava Luiz Gonzaga nos shows, mas como eu também era sanfoneiro meus irmãos, João Mossoró (zabumba) e Hermelinda (triângulo), que viajavam mais", lembrou André.

Carlos André lembrou que, em 1983, foi convidado pelo presidente da gravadora RCA para uma reunião e ficou sabendo que o amigo iria ser dispensado pois há quase uma década ia mal nas vendas. "Disse que dava para contornar a situação, que ia produzir os discos de Luiz Gonzaga, disse que ele fora da praia dele gravando com orquestras e que deveria voltar às origens. Passei mais de uma hora para convencer o presidente a dar uma nova chance".

O potiguar produziu os discos "Danado de bom" (1984), "Luiz Gonzaga & Fagner" (1984), "Sanfoneiro macho" (1985), "Forró de Cabo a Rabo" (1986) e "De Fiá Pavi" (1987), álbuns que reúnem sucessos que imortalizaram Luiz Gonzaga. "Foi um sucesso atrás do outro. Era uma honra  produzir esses discos, principalmente por que comecei imitando Gonzagão. Ele foi meu padrinho de casamento em 1962".

Atualmente Carlos André trabalha com Fagner no relançamento de todo o acervo de Luiz Gonzaga. A previsão é que os discos cheguem às lojas em setembro, junto com CD de outros artistas que também regravaram Gonzagão e um DVD com depoimentos do próprio artista.

Elino Julião teve grande projeção nacional a partir da década de 60
 Teve mais de 600 músicas gravadas por outros nomes da MPB
fotografia: Rodrigo Sena

CONEXÕES LOCAIS COM O REI DO BAIÃO   
 
- Amigos: Paulo Tito (Natal) e Carlos André (Mossoró). O primeiro, foi para o Rio de Janeiro a convite de Luiz Gonzaga, após ter substituído o zabumbeiro da banda, no Recife, em 1954. Já Carlos André, do antigo Trio Mossoró, produziu os discos que ajudaram no ressurgimento de Luiz Gonzaga nos anos 80.

- Compositor: Janduhy Finizola da Cunha - Médico de Jardim do Seridó, Janduhy Finizola, 81 anos,  conheceu Luiz Gonzaga em um hospital de Campina Grande (PB), quando estava de plantão e atendeu o Velho Lua. Gonzaga gravou várias músicas do amigo médico, entre elas "Jesus Sertanejo", "A Missa do Vaqueiro" (a mais importante), "Ana Maria", "Cidadão de Caruaru", "A Nova Jerusalém", "Cavalo crioulo" e "Frei Damião".

- Compositor: Henrique Brito (1908-1935) - Natalense, o violonista e compositor Henrique Brito mudou-se para o Rio de Janeiro ainda na década de 1920. Com o parceiro Noel Rosa criou a música "Queixumes", primeira composição de um potiguar gravada por Luiz Gonzaga em 1945 (versão instrumental). Brito é tido como o inventor do violão elétrico.

- Poesia: José Praxedes Barreto (1916-1983) - O escritor e poeta Zé Praxédi, nascido em Cerro Corá, lançou, em 1952 no Rio de Janeiro, a primeira biografia sobre Luiz Gonzaga - "Luiz Gonzaga e outras poesias", escrita em versos matutos com prefácio de Câmara Cascudo. Também cantor e compositor, lançou o LP "O poeta vaqueiro" em 1967.

- Parceiro: Elino Julião da Silva (1936-2006) - Cantor e compositor de Timbaúba dos Batistas, Elino Julião está na lista dos compositores gravados por Luiz Gonzaga. Julião começou sua carreira artística na década de 1950, interpretando músicas de Jackson do Pandeiro - de quem foi parceiro  na década seguinte. Morou no Rio de Janeiro e fez bastante sucesso nos anos 1960 com a já clássica "O rabo do jumento", sua primeira gravação solo.

- Compositor: Francisco Elion Caldas Nobre - Chico Elion, 82, é autor da célebre "Ranchinho de paia". Composta em 1952, a música foi eternizada pela voz de Luiz Gonzaga em 1981, no disco "A festa". Nascido em Assu, Elion estreou como cantor aos 18 anos no Rio de Janeiro, gravou seu primeiro álbum solo em 1955, "Chico Elion & vozes amigas" (78 rpm), e tem mais de 400 músicas - muitas ainda inéditas.

- Parceiro: Severino Ramos (1922-2003) - Autor do sucesso "Ovo de codorna", gravado em 1972 por Luiz Gonzaga no disco "Aquilo bom!", o caicoense Severino Ramos começou sua carreira de compositor aos 28 anos. Embora tenha nascido no RN, foi registrado em Campina Grande (PB). Em 1951 seguiu para o Rio de Janeiro, onde consolidou parcerias com Jackson do Pandeiro, Elino Julião e Luiz Gonzaga.  

...fonte... 
Yuno Silva
www.tribunadonorte.com.br

 * Colaborou Leide Câmara,com informações catalogadas no Dicionário da Música Potiguar

maio 25, 2012

O OCTO VOCI EM UMA NOVA PERFORMANCE

OCTO VOCI
Conhecido por suas interpretações em repertórios dos mais ecléticos 
um misto de show, espetáculo e musica, assim define-se o grupo
fotografia: www.carlotajuaquina.com.br

 GRUPO POTIGUAR 
PARTICIPA DO PROJETO BRASIL VOCAL NO RIO DE JANEIRO

 Via
nominuto.com  & sidneyrezende.com & Tribuna do Norte
 
O Projeto Brasil Vocal é um concurso nacional de arranjo vocal com objetivo de fomentar o repertório de música brasileira para grupos vocais a capella e assim contribuir para o surgimento de novos arranjadores. O Octo Voci, Grupo vocal conhecido por suas interpretações em repertórios dos mais ecléticos - num misto de show, espetáculo e musical - será o único a representar o Nordeste com sua participação no  Brasil Vocal, que acontece de 17 de maio a 3 de junho, no CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro.

A edição 2012 do concurso vai homenagear Luiz Gonzaga, uma vez que este ano comemora-se o seu centenário. Nesta segunda edição, o projeto se dividiu em duas categorias: Concurso Nacional de Arranjos para Grupos Vocais a Capella (para arranjos inéditos de peças de livre escolha, além de um prêmio especial para o melhor arranjo de uma composição de Luiz Gonzaga, o homenageado desta edição) e Concurso Nacional de Novos Grupos Vocais a Capella (para os melhores grupos vocais da nova geração).

Octo Voci é um grupo de extensão da UFRN
   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  fotografia: www.carlotajuaquina.com.br

No Concurso Nacional de Arranjos para Grupos Vocais a Capella, a inscrição é individual, ou seja, um arranjador deve escrever seus trabalhos, originais e inéditos, e enviar as partituras para análise da comissão julgadora. Os candidatos devem inscrever duas músicas, obrigatoriamente, sendo uma delas brasileira (popular ou folclórica) de livre escolha e outra do compositor Luiz Gonzaga. No caso do Concurso Nacional de Novos Grupos Vocais a Capella os grupos irão se apresentar através de performance. 
 
Junto com concurso, o CCBB também promove uma mostra com um painel atual do gênero, apresentando alguns dos mais expressivos grupos vocais de diferentes regiões do Brasil. Os shows serão divididos em Festival (participação de grupos conhecidos do cenário de arranjo vocal) e Festivalzinho (grupos vocais que têm trabalhos especialmente dedicados ao público infanto-juvenil). O grupo Octo Voci será o responsável pela abertura do projeto no dia 25 de maio.
  
Considerado uma dos melhores grupos vocais do Rio Grande do Norte
  fotografia: www.carlotajuaquina.com.br
 
OCTO VOCI

O Octo Voci, que é um grupo de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),  estreou em junho de 2003 executando a trilha sonora da peça de teatro “O Santo Inquérito”. No ano de 2004, orientado pelo regente da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, André Muniz, o Octo Voci apresentou o primeiro concerto do grupo junto à Orquestra de Câmara da Escola de Música da UFRN, em comemoração ao período da páscoa, trazendo como repertório importantes compositores como: Mozart, Händel e Vivaldi.

Em 2006, participou como grupo convidado do Nordest Cantat, principal encontro de corais e grupos vocais do Nordeste. Além disso, gravou a trilha sonora do documentário “Com quantas Ave Marias se faz uma Santa?”, patrocinado pelo Banco do Nordeste Brasileiro (BNB). O grupo tem trabalhado na montagem de concertos temáticos que envolvem desde música popular brasileira até música erudita. Em 2007, O Octo Voci realizou o concerto de abertura da temporada com a execução de Missa em Sol de Casali e Te Deum de Charpentier.

O grupo tem trabalhado na montagem de concertos temáticos 
que envolvem desde música popular brasileira até música erudita
   fotografia: www.carlotajuaquina.com.br

Dois anos depois, em 2009, para comemorar os cinco anos, um novo e audacioso projeto foi lançado para desafio deste talentoso grupo. E com este intuito o Grupo vocal Octo Voci subiu ao palco da escola de música da UFRN com o show “Vestindo Beatles”, levando um público de aproximadamente 1000 pessoas, colocando-se cadeiras extras no auditório para atender a todos os presentes. Um sucesso de publico e critica no meio da cultura potiguar. “Vestindo Beatles” foi um show que comoveu aqueles que durante as décadas de 50, 60 e 70 tiveram suas vidas embaladas pela principal banda de rock do século 20.

Considerado uma dos melhores grupos vocais do Rio Grande do Norte e longe de ser apenas mais um “cover”, mas, perto de uma roupagem diferente das músicas dos Beatles e de outros cantores da nossa boa música, a temporada do mencionado show  gerou agradáveis surpresas ao grupo, desde convites para outros municípios, como abrir a temporada de Frio da Cidade de Cerro Corá/RN, até abrilhantando eventos fechados de órgãos públicos municipais, estaduais e Federais , passando ainda a ser prestigiado em muitas colações de grau e aberturas de congressos nacionais e internacionais da UFRN. 


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maio 24, 2012

O UNIVERSO DAS NOIVAS EM FOCO

 O desejo de amor e o medo da solidão estão implícitos
em ideias além da moda, do estilismo ou do convencional na
mostra fotográfica de Paulo Oliveira em 31 imagens em preto e branco  
 
UM OLHAR SOBRE AS NOIVAS 
 
Por
Sérgio Vilar

Mês de maio, mês das noivas. Momento propício para uma exposição inusitada do fotojornalista Paulo Oliveira. "Noivas, por que não?" é o título do trabalho exposto na Livraria Siciliano do Midway a partir de hoje. A vernissage acontece às 19h. E as noivas que esperam inspiração para o visual da cerimônia de casamento, verão ideias além da moda, do estilismo ou do convencional. São 31 fotos em preto e branco, no tamanho 40x50, até de noivos com vestido de noiva.

A exposição apresenta não somente os noivos perfeitos, normalmente retratados pelas revistas e novelas, com casais bonitos e bem sucedidos. Mostra também os tipos mais inusitados, como por exemplo um noivo que é noiva, mas também uma noiva que é noivo, um cadeirante, um deficiente visual, uma noiva com Síndrome de Down, além de intelectuais, empresários, jornalistas, artistas, militares, um educador físico, modelos e coreógrafo. Tem ainda as noivas que casaram e não tiveram fotos porque o fotógrafo não compareceu, noivas que após várias décadas permanecem casadas e felizes.

A ideia da exposição surgiu do próprio Paulo Oliveira, que tem mais de duas décadas de experiência fotografando os diversos tipos de casamentos possíveis, desde os mais singelos, até os cheios de glamour, com toda pompa e circunstância que a ocasião dá direito. "Percebo que em toda festa de casamento, o pensamento, o sentimento é o mesmo: a felicidade a dois. Mas diferente da perfeição muitas vezes apresentada, no nosso dia-a-dia, além das histórias bonitas, encontramos as tristes, desafiadoras, apaixonantes e também alguns percalços", efirma Paulo Oliveira.

  Paulo Oliveira (D) exibe imagens que inspiram a cerimônia de casamento
 mostra revela um dos momentos mais significativos da existência humana 

Para além da figura feminina, a exposição retrata noivos pressionados a casar, noivos que não querem casar, noivos infelizes, divorciados, 'tico-tico no fubá' e noivos que já vivem juntos. A exposição conta com a produção da bailarina e coreógrafa Anízia Marques, também fotografada. "A exposição traduz o pensamento de que qualquer um pode ser um noivo ou noiva, por que não? E os visitantes verão não apenas os noivos 'clássicos', mas também os noivos e noivas com identidade própria", completa Paulo.

FOTÓGRAFO DECANO

Há vinte anos Paulo Oliveira vem se dedicando a registrar momentos e clicar pessoas. No início fez fotojornalismo no jornal Diário de Natal, onde permaneceu por sete anos, atuando junto à cronista social Salésia Dantas. Depois vieram os books, portraits, ensaios fotográficos e atualmente dedica-se, sobretudo, aos casamentos.

Pessoas que foram clicadas: Ana Maria Cascudo Barreto, Anízia Marques, Beatriz Tavares, Carol Reis, Cecília Silva, Clodoaldo Bahia, David Júnior, Denise Lins, Dell Marques, Érica Oliveira, Fábio Peixoto, Gleydson Dantas, Graça Oliveira, Hegley de Souza, Ignez Motta, Ilana Félix, Ione Álvares, Janaína dos Santos, Joselma Araújo, Jota Oliveira, Juraci Lira, Mônica Araújo, Nícolas Cesconetto, Sandra Souza, Silvana Marinho, Simone Silva, Sinval de Souza e Tereza Vale. 
  

maio 23, 2012

FERNANDO LUIZ: UMA VIDA DE ALTOS E BAIXOS

Cantor e compositor Fernando Luiz lança sua biografia
Uma verdadeira vida de artista em cima ou não de um palco 
 fotografia: Canindé Soares

 VIDA DE ARTISTA
FERNANDO LUIZ LANÇA SUA BIOGRAFIA

Por
Jornal de Hoje

“Eu sou um artista popular e no auge do meu sucesso tive muitas críticas. Acho que chegou a hora de contar o meu lado deste e de outros momentos da minha vida. Neste livro decidi contar tudo. Momentos alegres, tristes, meus erros e acertos. Uma vida marcada de altos e baixos”, declara o cantor Fernando Luiz em entrevista para O JORNAL DE HOJE.

“Vida de Artista” é como o cantor e compositor Fernando Luiz decidiu chamar a sua autobiografia que será lançada nesta quinta-feira, dia 24, às 19h30, na Livraria Nobel que fica na Avenida Salgado Filho, 1792, Lagoa Nova.

“A ideia de registrar a minha história em livro foi durante uma conversa com o jornalista Cassiano Arruda quando me instigou a colocar no papel toda a minha trajetória porque segundo ele eu tenho uma verdadeira vida de artista em cima ou não de um palco”, conta.

  SHOW DE TALENTO
Fernando Luiz divide seu tempo entre seus shows
e a coordenação de vários projetos artísticos e culturais
 fotografia: Canindé Soares

Fernando Luiz Tavares nasceu em Natal, no dia 21 de janeiro de 1952. Filho de Maria de Lourdes Tavares, parteira, que teve que contar com a ajuda de familiares para criar o filho único, pois ela e o marido se separaram 19 dias após o nascimento do filho, que não chegou a conhecer seu pai.

O cantor faz questão de falar durante a entrevista que, “este livro é muito verdadeiro para se ter uma idéia tem coisa que nunca contei a ninguém. Neste livro eu conto todas as minhas lutas. Como a alegria de ter vencido o concurso do programa do Chacrinha como o melhor cantor do Brasil, a angustia de passar 15 anos para gravar o primeiro disco, a saga de fazer shows em circo para sobreviver e muitas outras passagens da minha história”.

A primeira vez que ele se apresentou em público como cantor profissional foi como crooner do conjunto Apaches, em Natal, em 1969. Na capital, para onde havia se mudado com o objetivo de continuar seus estudos, Fernando estreou como disc-jóquei na rádio Nordeste AM no ano de 1972, onde permaneceu até o final de 1973, quando resolveu tentar a sorte no Rio de Janeiro.

A angustia de passar 15 anos para gravar o primeiro disco  
Fernando gravou 15 discos: 02 Compactos simples, 07 LP’s e 06 cd’s

Já na capital carioca,em fevereiro de 1974 conquistou o primeiro lugar na Buzina do Chacrinha, na extinta TV Tupi, ganhando o título de “Calouro Exportação” do programa do Velho Guerreiro. Fernando, depois de sobreviver durante mais de um ano como cantor na noite carioca, decidiu (já casado e pai do seu primeiro filho, Stefenson), abandonar a carreira artística ao conseguir, através de um amigo, um emprego como vendedor de livros na Abril Cultural, onde permaneceu por mais de cinco anos chegando a ocupar o cargo de gerente adjunto na área de vendas da empresa.

No ano de 1979 Fernando ganhou o primeiro lugar no concurso promovido por Chacrinha na TV Bandeirantes que escolheu o melhor intérprete de Roberto Carlos. “Nesta parte da minha autobiografia que conto um dos meus grandes equívocos na vida. Quando ganhei esse prêmio pensei que já era um artista completo. Mas, eu não tinha um estilo definido e por isso não era respeitado. Somente três ou quatro anos depois que percebi que o meu caminho era a música brega”, lembra o cantor e compositor.

Em 1981, de volta a Natal, decidiu retomar suas atividades artísticas e com o apoio do então Deputado Estadual Osvaldo Garcia, gravou seu segundo compacto simples, desta vez pelo selo Jangada, da gravadora Odeon. Apesar do relativo sucesso do disco nos estados do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco, (o compacto vendeu 1.680 cópias), Fernando só ficaria conhecido no ano de 1984, ao gravar seu primeiro LP pela Gravason, de Belém do Pará. O disco alcançou grande sucesso de vendas e a música “Garotinha” foi um dos maiores sucessos do norte e nordeste, o que tornou Fernando Luiz um dos artistas mais populares da região.

  VIDA DE ARTISTA
Um relato sincero e emocionante
fotografia: Canindé Soares

“Como disse anteriormente a minha vida é repleta de altos e baixos. Em 1991 quando me divorciei e por coincidência no mesmo período terminou o contrato com a gravadora e o estilo musical brega estava em declínio por conta do surgimento “forró de Fortaleza”. Naquela ocasião, longe dos filhos e sem dinheiro cheguei ao fundo do poço. Foi quando tive que me reinventar. Toda esta experiência de sofrimento e de aprendizado eu coloquei neste registro”, disse.

“Vida de artista” é um relato sincero e emocionante onde Fernando Luiz conta passagens nunca antes dita em público, como: “Depois de todos os meus insucessos, onde cheguei ao ponto onde não ter onde morar eu conto no livro um encontro que tive com Deus que mudou toda a minha maneira de ser e de ver a vida. Outra coisa que conto detalhadamente é que no inicio da minha carreira eu tinha verdadeiro horror a musica brega. Eu gostava de cantar música internacional.”

Fernando gravou 15 discos: 02 Compactos simples, 07 LP’s e 06 cd’s, incluindo a coletânea “As Melhores de Fernando Luiz “ lançado pela gravadora Atração e o CD Canções Fraternas, com tiragem limitada, contendo composições inéditas ë versões inspiradas em passagens do Novo Testamento.

Fernando Luiz divide seu tempo entre seus shows e a coordenação de vários projetos artísticos e culturais: o Show de Talentos, Show das Comunidades e Projeto Futuro Feliz (ANDAR) e o programa de TV Talento Potiguar. “E, neste ano, ainda pretendo lançar em julho o CD “Recordações” e - em agosto -  gravar outro DVD e começar uma luta em prol da classe artista para que os gestores públicos os respeitem começando por efetuar o pagamento dos cachês em dia”.


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maio 21, 2012

UM PEQUENO E ADORÁVEL CRONISTA

GABRIEL VICTOR
Ele tem 10 aninhos, mas escreve como gente grande

O PEQUENO CRONISTA

Por
Jornal DeFato.com

''Antigamente, quando eu tinha três anos, eu queria ser jogador de futebol. Mas hoje eu sei que quero ser jornalista”. Assim responde o garoto Gabriel Victor, 10 anos, àquela pergunta tradicional feita a toda criança – “o que quer ser quando crescer?”. Nada demais, se Gabriel que reside em Apodi/RN, não fosse um garoto que já demonstra possuir um estilo próprio, principalmente na escrita, e ser um menino muito especial. Ele criou um blog na Internet – As crônicas do Gabriel – (www.ascronicasdogabriel.blogspot.com) onde publica seus textos que já somam mais de cem postagens, desde fevereiro deste ano.

Com um texto que mais parece feito por um adulto, de tão bem articulado e português correto, Gabriel vem ganhando seguidores constantes para o blog que fazem comentários e divulgam o que ele escreve.

No blog, Gabriel coloca suas dúvidas de criança sobre as coisas que acontecem no mundo, fala de sua paixão pelo futebol, das suas descobertas na internet e comenta livros que ele leu ou está lendo e relata seu cotidiano.

Além da criatividade e dos textos interessantes, o pequeno cronista consegue utilizar as ferramentas disponíveis na internet para ilustrar seu pensamento como fotos e vídeos. Mas, de onde teria surgido esse interesse por escrever?

GOSTO DE LER

Os pais do menino, a professora Leila Karla e o técnico judiciário Segundo Freitas, explicam que Gabriel aprende rapidamente as coisas e despertou o gosto pela leitura muito cedo, aprendeu a ler e escrever muito bem aos 4 anos. Atualmente, cursa o 5º ano no Colégio Pequeno Príncipe, na cidade de Apodi, é um ótimo aluno, sempre passa no 3º bimestre e é muito querido na escola.

“Eu sempre gostei de ler e depois queria escrever. Meu pai me comprou um caderno onde eu escrevia poesia e contava o meu dia, até que ele sugeriu que eu fizesse um blog e daí eu comecei a postar”, conta Gabriel.

A mãe Leila conta que, por ser filho único, Gabriel tem mais a companhia de adultos por perto, mas nunca houve estímulo para que ele se comportasse como um adulto. “Gabriel é uma criança que gosta muito de brincar: jogar bola e jogos de videogame e PC, especialmente aqueles relacionados a futebol e carros”, explica a mãe.

No entanto, seu prazer pela leitura é constante. Além de livros infantis, ele gosta muito de gibis: “Ele adora ler gibis dos mais variados. Compramos, a pedido dele, todos os meses, uma média de 400 a 500 páginas e ele ‘devora’ num dia, geralmente”, conta sorrindo o pai de Gabriel.

RITUAL

Quando está escrevendo no blog, Gabriel diz que não quer ninguém por perto porque precisa se concentrar. Os pais o deixam à vontade e o texto é, realmente, todo dele. Apesar da seriedade do momento, Gabriel encara a escrita como uma grande diversão e diz que não é todo dia que escreve, mas ele já chegou a postar quatro textos em um dia e entre os assuntos que ele mais gosta de escrever está o futebol e a paixão pelo time Flamengo.

“Gosto muito de escrever sobre futebol e comentar os jogos do Flamengo”, diz o cronista.

O futuro, ele já pensou e pode ser que mude, mas Gabriel diz que quer ser jornalista para futuramente abrir uma editora, cujo nome será Gabirz. “Não sei de onde ele inventou esse nome, mas ele diz que é uma palavra francesa”, conta e sorri a mãe.

Coisa de criança, é verdade. Se continuar esperto e inteligente assim, coisa de uma criança que tem um belo futuro pela frente, com certeza.


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maio 13, 2012

FOTÓGRAFO POTIGUAR BRILHA EM NEW YORK

O fotógrafo potiguar Giuliano Correia faz carreira 
clicando o berço das principais tendências fashion, em Nova York
photo by Brian Corteville

LENTES NO MUNDO DA MODA
  FOTÓGRAFO POTIGUAR FAZ SUCESSO NOS EUA

 Via
Diário de Natal

Há quase onze anos morando nos Estados Unidos e um ano em uma das principais capitais do mundo da moda, Nova Iorque, o fotógrafo de moda potiguar Giuliano Correia conserva até hoje a paixão sentida desde o primeiro click. Com uma história de muita dedicação, profissionalismo e amor pela fotografia, hoje Giuliano colhe os louros do trabalho de tantos anos, fotografando para agências de renome como a Ford e a Elite Models, fazendo editoriais e também campanhas comerciais.

Potiguar de Pau dos Ferros, desde pequeno Giuliano tinha contato com câmeras fotográficas que o pai comprava e que ele sempre "mexia", brincando de fotografar e entrevistar familiares e amigos. Giuliano conta que o sonho dos pais era que ele fosse médico e que, por influência disso fez uma série de vestibulares "errados", tentando medicina e odontologia, até descobrir sua verdadeira vocação: foi no curso de jornalismo da UFRN que ele realmente se encontrou e se apaixonou "por tudo e por todos", como diz.

Tudo começou em um laboratório precário da UFRN na década de 1990 durante uma aula de fotografia. "Na primeira vez que peguei uma câmera manual, fiz a luz e escutei o click. Fiquei louco, me apaixonei". Depois disso, Giuliano participou de um concurso multimídia com uma fotografia sua chamada "Abstrato em Barro", retratando santos no centro da cidade e foi aí que ele ganhou seu primeiro prêmio, ainda universitário. Quando terminou o curso de jornalismo, como não existia nenhum curso específico de fotografia aqui, Giuliano optou por sair do país e ir estudar nos Estados Unidos, em Chicago, numa faculdade de fotografia.

 "Comecei como assistente de fotógrafos de editoriais e fiz 
muitos workshops em Chicago, Los Angeles e Nova Iorque"
 photo by Victor Wagner

Ele lembra que no início não foi nada fácil não só para se firmar como profissional, mas principalmente para se firmar como pessoa, já que lá ele começou do zero, sem conhecer ninguém. Foram muitos anos trabalhando como bartender e garçom para se sustentar e para pagar seus outros quatro anos e meio de estudo. Giuliano ressalta que a fotografia exige muito investimento, pois bons equipamentos custam caro. "Comecei como assistente de fotógrafos de editoriais e fiz muitos workshops em Chicago, Los Angeles e Nova Iorque", conta ele.

Nos seus quatro anos como assistente de grandes fotógrafos, ele diz ter ganhado muita experiência, principalmente no trabalho com a luz. Daí começou a treinar fazendo fotos artísticas de amigos e descobriu que sua vocação era trabalhar com gente, fotografando pessoas. Giuliano montou seu portfólio e o distribuiu em várias agências de modelos nos Estados Unidos, que inicialmente o chamaram para fotografar suas news faces. A partir desta experiência que Giuliano começou a enveredar pelo mundo da moda.

Foi essa experiência inicial que Giuliano diz ter aberto suas portas para o mundo "fashion", quando passou a conhecer as pessoas que faziam esse universo, designers e, assim, as coisas passaram a acontecer mais rápido em sua carreira. Ele conta que ingressou nos trilhos da fotografia de moda há quatro anos, mas há cerca de dois ele começou a colher o devido reconhecimento pelo seu trabalho. Sobre as dificuldades de se trabalhar com fotografia, já consolidado profissionalmente Giuliano diz que esse nicho ainda é uma luta e "tem que matar um leão a cada dia". Hoje, ele diz poder respirar e dizer "valeu a pena tudo que eu passei". Todo o seu tempo e dinheiro por esses anos no exterior ele dedicou à fotografia, a seus equipamentos, abrindo mão de roupas novas, baladas e gastos desnecessários.
 
  Giuliano colhe os louros do trabalho de tantos anos,
fotografando para agências de renome como a Ford e a Elite Models
photo by face Giuliano correia

MODA BRASILEIRA

Avaliando a moda brasileira, baseado em sua experiência internacional neste mercado, Giuliano Correia diz que "como tudo no Brasil, a moda também está em grande transição. Ainda há muita segregação. Mas como agora o Brasil está tendo maior repercussão internacionalmente, o país ainda está aprendendo como tudo funciona dentro dos grandes eixos - Paris, Nova Iorque e Milão", analisa Giuliano.

Criativamente, o fotógrafo vê a moda brasileira com grande potencial, ressaltando também a beleza ímpar das suas modelos que, segundo ele, são as mais harmônicas e completas no mundo. Ele fala ainda de marcas como a Osklen em que se observa uma moda genuinamente brasileira, com peças bonitas, interessantes, vindas de uma marca com "cacife para competir lá fora". Giuliano complementa: "a indústria brasileira (de moda) ainda é muito nova, tem pouca gente, pouco investimento e eu vejo a moda brasileira crescendo muito rápido para ser bem representada internacionalmente".

"Na primeira vez que peguei uma câmera manual, fiz a luz
 e escutei o click. Fiquei louco, me apaixonei"
 photo by Ben Nelson

PROFISSIONALISMO

Trabalhando em uma das cidades mais competitivas do mundo em fotografia, Nova Iorque, Giuliano ressalta que, além do talento, o profissionalismo é um critério fundamental no ramo. "Se você é responsável e é bom, as coisas acontecem rápido", diz ele. Falando sobre a realidade da moda em Natal, Giuliano explica que lá fora a indústria já existe, então se o profissional trabalhar bem, vai ter espaço. Já aqui, as dificuldades vão além da competitividade e profissionalismo. "Você que tem que criar esse cenário, fazer as coisas acontecerem, ir atrás de tudo. Aqui, nem a indústria nem os donos de lojas acordaram que existe dinheiro e mercado para o universo da moda. As pessoas esperam vir de fora, mas deveriam investir no Brasil inteiro, não só no eixo Rio-São Paulo".

Giuliano está há um ano em Nova Iorque e trabalho não falta. Ele fotografa modelos para quatro agências, editoriais e clientes de cosméticos. Em conversa com um amigo surgiu a oportunidade de voltar ao Brasil e, como ele iria passar um mês no país, aproveitou para combinar sua experiência e conhecimento dos vários workshops feitos no exterior e realizar seu próprio workshop em Natal, que teve por foco o trabalho da luz - ambiente e artificial. Voltado para alunos dos níveis intermediário e avançado, a ideia era fazer uma luz particular, uma forma de o fotógrafo levar sua assinatura para a foto por meio da luz e do seu senso estético.

Para os que compartilham com ele a paixão pela fotografia, o conselho é ter "coragem, força, dedicação e investir muito. Ser fotógrafo é uma profissão difícil como qualquer outra". Escolher com o que trabalhar e está por dentro do que acontece no seu nicho também é fundamental. "Profissionalmente você tem que escolher um nicho e se dedicar a ele, se antenar com o mundo daquilo que você escolheu para se especializar". 


maio 09, 2012

SUELDO SOARESS SEGUE POR AÍ...

 Considerado um dos mais expressivos nomes do cenário musical potiguar,  
 o cantor já trocou experiências com Gilberto Gil, Alceu Valença, Toquinho,
Geraldo Azevedo, Morais Moreira,  Paulinho da Viola  e Chico César. 
Uma vivência  por varias cidades do Brasil, além de França, 
Alemanha, Espanha, Marrocos e EUA
  
SUELDO SOARESS SEGUE POR AÍ...

Por
Sérgio Vilar

No nome artístico ou na música cosmopolita, Sueldo Soaress (com os dois "s") é plural. Tem a cara do mundo, jeitão moleque mesmo aos 50 anos. E olha que já são 30 anos de batalha na estrada pedregosa da música local, comemorado com uma releitura musical no Espaço Cultural Casa da Ribeira, nesta quinta-feira, 10/05.  O show Vou Por Aí Em Cantos é homônimo ao quarto e novo álbum, ainda em processo de mixagem. O experimento sonoro, o teste de aceitação das 12 faixas inéditas ele verá durante a apresentação. Aliás, um dos títulos é uma releitura antiga, clássica de seu repertório. É a música Sandra, de Gilberto Gil - dos primeiros sucessos da trajetória de Sueldo, quando ele e Pedro Mendes juntavam uma galera boa no extinto Buteco - época em que a Praia dos Artistas era point e novos talentos natalenses despontavam.

Sueldo foi dos primeiros músicos a ganhar fama em Natal na década de 1980. À época, só Pedro Mendes, Babal, Expedito, bandas bailes também famosas e artistas em início de carreira circulavam por bares ainda presentes no imaginário natalense daquela década: Bar do Buraco, Boca da Noite... "Minha primeira canja foi no Boca da Noite, ali na subida da Cidade Alta. Era um palco disputado e Pedrinho tocava lá no dia", lembra Sueldo. O contato com o autor de Linda baby e Esquina do Continente foi típico de uma província de muros baixos. "Na rua da casa do meu tio uma turma se reunia pra conversar e tinha um que tocava violão. Era Pedrinho. Nos conhecemos ali, depois nos cruzamos pela Universidade e ele me chamou para tocar num festival universitário. Começou aí".

A relação de Sueldo e a música tem início ainda no ventre da mãe, pianista. "Escutava os timbres já ali". Na antiga ETFRN (hoje IFRN), participou por três anos do coral da Escola, só de vozes masculinas. "Foi importante para apurar minha técnica vocal". Depois veio o encontro com Pedro Mendes na UFRN. Sueldo, no curso de Engenharia Química, e Pedro cursando Fisioterapia. "Depois desse show no festival universitário nós dois montamos um show juntos, chamado Tinta Viva. Inclusive estamos organizando um revival desse show para breve, comemorando os 30 anos daquela data", adianta o músico. E depois daquela data, Sueldo deslanchou e ganhou o mundo: Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Marrocos, festivais variados.

Sueldo aproveitou a boa fase da música natalense na década de 1980, depois morou 12 anos no Rio de Janeiro, excursionou pelo mundo em viagens esporádicas e voltou a Natal há oito anos. Nesse período lançou três CDs: Tulipa Negra (1995), Em Primeira Mão (2007) e Trilhas (2010). Todos compostos por canções de sua autoria. Nenhum prestigiado em Natal. Sueldo não escapou do estigma de uma cidade fincada na esquina do continente acostumada a valorizar o que vem de fora. "Participei de festival de música independente no Ceará. Alguém deve ter gostado e simplesmente três músicas minhas do CD Trilhas tocam em três rádios distintas de Fortaleza. Imagino que algum paraibano tenha ouvido e uma canção do mesmo CD toca em João Pessoa. Aqui, nenhuma".

 A relação de Sueldo com a música começou cedo.
Aos 12 anos de idade, de uma forma intuitiva, começa a construir
seus primeiros acordes musicais num violão que ganhou de presente.
 Uma vez com o pé na estrada não parou mais

IDENTIDADE 

Apenas uma rádio voltadaà música natalense. Bares fechados à música ao vivo sob recomendação do Ministério Público. E casas de show tematizadas e excludentes, são alguns dos lamentos de Sueldo Soaress para justificar a difícil arte de viver da música em Natal. "Sobra a Casa da Ribeira e o Teatro Alberto Maranhão, ou então um projeto ou outro da prefeitura, com a consequente dificuldade de receber cachê. É difícil. Essas casas de show são fechadas pra galera do rock, outra pro reggae, e assim fecham-se as portas pro artista. Ou há união ou todos vão se ferrar". E completa o lamento: "Acho que essa quetão de identidade musical chega até Parnamirim, contorna o trevo e segue para Fortaleza. Não chega em Natal. A galera do teatro é muito mais unida nesse sentido".     
  
 Uma história cheia de ritmo, Swing e muita música de qualidade
é o que premeia a carreia de Sueldo Soaress

...PELOS CANTOS DA CIDADE

Por essas e outras, Sueldo pretende lançar o CD Vou Por Aí Em Cantos no meio da rua. "Sabe aqueles artistas que montam um som na rua e fazem o show ali mesmo? Estou pensando seriamente nisso. Quero ousar. E tem tudo a ver com o título do CD. Minha música vai por aí, por todo canto, pela ruas". E a música de Sueldo carrega um suingue peculiar. "Realmente. Mesmo nas baladas mais românticas se percebe um balanço. Meu trabalho tem muito da world music. Não consigo imprimir nada muito regional". E o fato se justifica quando o compositor cita seus "faróis": "Meu norte é a música de Gil. Também o Djavan. Ou para citar os mais novos: Lenine, Zeca Balero..." E frisa: "Mas 98% do meu trabalho é autoral. Infelizmente, para estar na mídia, aqui e acolá montamos um show tributo a algum artista, para atrair as pessoas".

Não é o caso do novo álbum, do novo show, que mesclará velhos sucessos e as canções inéditas, acompanhadas pela banda formada por Ismael Miranda (contrabaixo), Ricardo Baia (guitarra) e Darlan Marley (bateria). Hoje Sueldo produz música por prazer. Tem outro emprego que lhe permite maior liberdade de criação e menos dependência do cenário local. Natal permanece seu porto seguro. "Sempre viajo, exponho minha música fora, mas sempre volto para recarregar as baterias. Nunca tive esse desejo de ser reconhecido. Se uma ou um milhão de pessoas escutarem minha música, tanto fez. Importante é que alguém se emocione e eu possa me emocionar também. Aqui é o meu lugar, cara".


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