março 30, 2015

FAR FROM ALASKA NO LOLLAPALOOZA 2015

FAR FROM ALASKA
Roqueiros do Rio Grande do Norte mostraram vitalidade de sobra no
início do segundo dia de festival do Lollapalooza, atualmente, 
o maior festival de rock do Brasil (São Paulo) e um dos 
maiores do mundo, com edições em Chicago, 
Berlim, Santiago e Buenos Aires.
  Fotografia: Divulgação  

FAR FROM ALASKA
FAR FROM ALASKA NO LOLLAPALOOZA 2015
  "É A BANDA NOVA BRASILEIRA QUE MERECE SER OUVIDA"
DE NATAL PARA O MUNDO? 
 
 Por
Lucas Borges
RollingStone
UOL

“É o topo da minha vida, não sei mais o que vou fazer agora”. A vocalista do Far From Alaska, Emmily Barreto, pode ter dito a frase em tom de brincadeira durante apresentação neste domingo, 29, no Lollapalooza, mas que o grupo potiguar entregou tudo no palco e os integrantes tocaram como se fosse o dia mais feliz da vida deles, quanto a isso não há dúvidas.

Os roqueiros mostraram um material pesado ao público no Autódromo de Interlagos. O golpe veio forte já nos primeiros segundos de apresentação e se elevou ao quadrado, ao cubo, quando as caixas de som do lado esquerdo dos músicos passaram a funcionar, reverberando mais alto o baixo de Edu Filgueira, a guitarra de Rafael Brasil, a bateria de Lauro Kirsch e o sintetizador e o lap steel de Cris Botarelli.

A força vocal de Emmily nas composições em inglês seduziu ao mesmo tempo que impressionou uma plateia bastante jovem e regionalmente diversificada (compatriotas do Rio Grande Norte marcaram presença, uma bandeira de Pernambuco foi vista e membros do Scalene, de Brasília, apareceram por lá para prestigiar), logo no início do segundo dia de festival, no palco mais distante do evento. O Scalene, aliás, gravou uma faixa com o Far From Alaska recentemente

O repertório começou mais ou menos na ordem do primeiro e até agora único álbum deles, modeHuman, eleito um dos dez melhores de 2014 pela Rolling Stone Brasil.

“Thievery” e “Deadmen” bateram com força e “Politiks” aliviou com a levada impressa por Cris Botarelli. O público cantou junto o “uh uh uh uh” do refrão de “Communication” e lamentou quando se anunciou, com apenas 30 minutos de show, que faltavam só mais duas canções para o fim.

O Far From Alaska se despediu com “Dino Vs Dino” e “Monochrome”, e sugeriu: “Até o ano que vem, Lolla. Fica a dica”.

 
LOLLAPALOOZA 2015
Far From Alaska “enche publico de porrada” e se oferece para voltar em 2016
Fotografia: Divulgação 

Por
Thales de Menezes
EDITOR ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”
UOL

Quem não conhece a banda Far From Alaska precisa se apressar. Talvez seja o grupo mais moderno do Brasil, moderno no sentido de não recusar cruzamentos de influências que às vezes dão muito certo.

Não é um som para agradara todos, mas consegue surpreender a cada canção apresentada.

O Far From Alaska foi formado em Natal, no Rio Grande do Norte, em 2012. A formação do quinteto é Emmily Barreto (voz), Cris Botarelli (voz e teclados), Edu Figueira (baixo), Lauro Kirch (bateria) e Rafael Brasil (guitarra).

O álbum de estréia, “modem Human”, lançado há um ano, tem muita engenhosidade na utilização da eletrônica, e no palco conseguem reproduzir a mesma pegada.

Um pouco pelos bons vocais femininos de Emmily e Cris, não dá para ver o show do Far From Alaska sem lembrar o mesmo entusiasmo que o Cansei de Ser Sexy despertava no início da carreira. De Natal para o mundo?

  "RELENTLESS GAME"
Atrações do Lollapalooza, Far From alaska e
Scalene lançam música em parceria
 Fotografia: Divulgação   
 
Far From Alaska e Scalene, duas das atrações nacionais da edição deste ano do Lollapalooza Brasil, revelaram uma música e parceria. A faixa inédita, denominada “Relentless Game”, chegou à internet na última quinta, 12.

Separadas pela distância física (o Far From Alaska é de Natal, no Rio Grande do Norte, e o Scalene, de Brasília), as bandas se conheceram no festival Porão do Rock de 2014, realizado em Brasília, no fim de agosto, no qual ambos os grupos integraram o line-up.

Segundo o guitarrista do Scalene, Tomás Bertoni, a faixa “solidifica em forma de música a interação de duas bandas de contextos diferentes, reforçando o peso e a veracidade da linguagem musical e a vontade de jovens de viver isso intensamente.”

Apesar de ter riff e melodias dos versos compostos pelo guitarrista e vocalista do Scalene, Gustavo Bertoni, “Relentless Game” traz a agressividade e as distorções do Far From Alaska. Os vocais são divididos entre Bertoni e Emmily Barreto, que injeta vida nas linhas melódicas típicas da banda brasiliense.

Gravado entre o fim do ano passado e o começo deste ano, a faixa a música tem produção de Diego Marx e mixagem e masterização de João Milliet.

Tanto Far From Alaska quanto Scalene tocaram no mesmo dia de Lollapalooza, o domingo, 29 de março. Enquanto a banda potiguar subiu ao palco Onix, às 12h40, o grupo brasiliense se apresentou no palco Skol, às 11h50.   

 
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março 23, 2015

POTIGUARES NO ROCKABILLI WEEKEND

 
 THE BOP HOUNDS
Tenente da Polícia Militar e cantor da The Bop Hounds, Dastaev Gomes
 diz que toda a banda se divide em jornadas duplas.
 A banda sobe ao maior palco do   “Viva Las Vegas – Rockabilly Weekend”, 
um dos maiores festivais do estilo, no dia 4 de abril, assim que
 o relógio marcar meio dia e quinze em pleno deserto de Nevada
 - até então nenhum desafio para quem já está acostumado com
 a temperatura diária da “Noiva do Sol”.
 Fotografia: Rafael Passos

ROCKABILLY WEEKEND
POTIGUARES REPRESENTAM O BRASIL NO FESTIVAL

   Por
 Henrique Arruda
    Do Novo Jornal

O gênero musical que consagrou mundialmente nomes como Elvis Presley, Johnny Cash, Buddy Holly e Jerry Lee Lewis “The Killer” também tem adeptos na capital potiguar. Com apenas dois anos de banda, o “The Bop Hounds” ou “Rastreadores do ritmo certo” se preparam agora para um big desafio: representar o nordeste brasileiro no “Viva Las Vegas – Rockabilly Weekend”, um dos maiores festivais do estilo, marcado para abril deste ano.

A banda sobe ao maior palco do evento no dia 4 de abril assim que o relógio marcar meio dia e quinze em pleno deserto de Nevada - até então nenhum desafio para quem já está acostumado com a temperatura diária da “Noiva do Sol”. Na bagagem, eles levam em destaque o primeiro EP autoral da banda, lançado em agosto do ano passado. 
“Vamos tocar no principal palco, o Car Show, que será armado no estacionamento do Orleans Hotel junto com uma feira de produtos vintage e vários carros antigos. Os outros palcos são dentro do cassino mesmo. É um festival que já existe há quase 20 anos e em 2015 selecionou 65 bandas do mundo inteiro”, comenta o vocalista do grupo, Dastaev Gomes (31), aliás, tenente Dastaev.

Dividindo a rotina entre a paixão pelo Rockabilly e a carreira militar, o 2º tenente PM Dastaev Gomes, do 1º Batalhão de Felipe Camarão, explica que todos na banda possuem jornadas duplas: além dele, há espaço para baterista chef de cozinha, baixista web designer, violonista auxiliar administrativo e guitarrista programador de informática.

 “Não tem ninguém vagabundo”, brinca o tenente trajando todo o fardamento monocromático bem diferente do figurino vintage levado aos palcos. “Muito embora a banda exista há dois anos, a gente se conhece há muito mais tempo, todos de outras experiências musicais semelhantes, que nasceram de Jam sessions”, diz.

Comparando as duas jornadas, o tenente Dastaev garante que a música não atrapalha a ordem policial e vice versa. “O nosso estilo musical só rema contra a maré em um sentido: enquanto todos estão tentando novos artifícios tecnológicos para manipular o som, o nosso quer buscar a raiz, a origem crua e instrumental dele”, avalia.

Ainda falando em estereótipos, Dastaev comenta que a pesquisa da banda é contínua e passa até mesmo pela roupa de cada integrante. “Essa ideia de jaqueta de couro e calça jeans dobrada na barra é muito mais uma visão cinematográfica sobre o Rockabilly”, esclarece, dizendo ainda que o grupo compra peças pela internet e até mesmo em brechós remanescentes daquela época.

Até então, o The Bop Hounds possui cerca de 40 minutos de músicas inéditas, das quais sete faixas estão presentes no primeiro registro em estúdio, um EP homônomo lançado em agosto do ano passado. Mas durante as apresentações eles também fazem versões de algumas lendas do estilo, em especial, de nomes menos conhecidos do grande público, como: Charlie Feathers, Hayden Thompson, Narvel Felts, Carl Perkins e Merle Travis.

“O que é mais especial no Rockabilly é porque ele inevitavelmente agrada a todos os públicos, independente da idade. É um som quente que dá vontade de dançar mesmo em quem não dança, o meu caso”, brinca Dastaev, lembrando que o seu primeiro contato com o Rockabilly se deu aos seis anos, quando, perto do dia das crianças, o seu pai lhe comprou um álbum de Elvis Presley em promoção em um supermercado.

“Cheguei em casa e não soltei mais aquele CD, disse a meu pai que não queria mais presente nenhum de dia das crianças, que aquele disco e aquele cara já eram tudo”, recorda, preferindo a fase inicial do “Rei do Rock”, foco da banda que ele também iria fundar alguns anos mais tarde, a “Rebelvis”.

“O Elvis influenciou muito essa minha estrada. Cheguei a usar topete na época do Rebelvis, mas no final dos anos 90 comecei a pesquisar melhor sobre o Rockabilly e foi quando conheci outros diversos nomes importantes”, completa.

...fonte...
 
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março 08, 2015

TEMPOS DE GUERRA, SEXO E CHICLETE

UMA NATAL POÉTICA EM PLENA 2ª GUERRA MUNDIAL
Década de 40, Av Rio Branco, nº 795, Natal, Rio Grande do Norte
Nos intervalos dos combates no Atlântico, a boa vida dos norte-americanos
em um passeio pelo centro da capital potiguar, a principal base
aérea do hemisfério sul na Segunda Guerra Mundial.
Fotografia: Ivan Dimitri/Wittlesey House / NATIONAL GEOGRAPHIC

TEMPOS DE GUERRA, SEXO E CHICLETE

Por

Yuno Silva
TRIBUNA DO NORTE

Calça jeans, goma de mascar e fliperama, coca-cola, máquina de chope, foxtrote e jazz, meia de nylon, cigarros Marlboro e Lucky Strike. Festas aos montes, visitas de estrelas de cinema, jogatina, bebedeira e ‘saliências’ nas (oportunamente multiplicadas) casas de tolerância... Há muito mais a ser dito sobre os bastidores da 2ª Guerra Mundial em Natal, que a célebre imagem do encontro (em janeiro de 1943) entre os risonhos presidentes Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt pode sugerir. “Natal era como uma moça pudica que, da noite para o dia, arrumou um namorado liberal, escolado. Foi um período bem complicado para os rapazes daqui, não havia moças solteiras na cidade”, declarou o professor e escritor Protásio Pinheiro de Melo (1914-2006) para a revista National Geographic Brasil em 2001.

“No embalo da euforia estrangeira, os natalenses tornaram-se, digamos, brasileiros de vanguarda. Os homens aboliram a vestimenta formal do dia-a-dia e adotaram roupas cáqui, de inspiração militar-esportiva, e aprenderam a tratar-se por ‘my friend!’. Viver na capital do Rio Grande do Norte era, enfim, um grande barato”, escreveu o repórter Ronaldo Ribeiro na reportagem “Guerra e Paz” da National Geographic.

“Éramos muito conservadores, os gringos ensinaram nossas garotas a beijar!”, arrematou Protásio de Melo, autor de “Contribuição norte-americana à vida natalense”, livro que a Sebo Vermelho Edições faz chegar às livrarias (R$ 40).  Esta é a segunda edição da obra, com tiragem limitada a 300 exemplares, publicada originalmente em 1993 pela Gráfica/Editora do Senado.

Na época a Senado ainda não comercializava os livros que lançava, eram distribuídos, fato que conferiu ao título certo ar de raridade. “Considero este livro um dos melhores relatos sobre o período da 2ª Guerra em Natal. Só comparável a ‘Os americanos em Natal’, do historiador Lenine Pinto”, valoriza o sebista e editor Abimael Silva, que em 2015 comemora 30 anos de atividades vermelhas. Silva reeditou “Contribuição norte-americana à vida natalense” com aval da viúva do professor Protásio, que abdicou da advocacia para se dedicar à área de Educação.
 
 Av Rio Branco, nº 795, Natal, Rio Grande do Norte
"NATAL NA 2ª GRANDE GUERRA"
O que hoje na cidade lembra esse período?
Veja o registro que eu fiz, em fevereiro de 2012, 
da fachada do prédio que é retratada no início desta postagem.
Fotografia: José Carlos - Administrador do blog Potiguarte

Em 188 páginas, recheadas por fotografias, detalhes cronológicos, depoimentos de gente que testemunhou de perto aqueles tempos feéricos e memórias saborosas de Protásio, o livro deixa para a posteridade um registro verossímil do impacto sociocultural sentido pelos cerca de 50 mil habitantes que viviam nesta esquina continental em decorrência da passagem dos mais de dez mil soldados yankees pela capital do RN entre 1941 e 1947, ou desde início da construção da Base de Parnamirim até a remoção e transporte dos corpos de soldados sepultados no cemitério de Alecrim para os Estados Unidos.  

Ex-professor de português dos soldados e oficiais que serviram na Base de Parnamirim, Protásio Pinheiro de Melo teve uma visão privilegiada da influência norte-americana nas mudanças dos costumes e no cotidiano da província. “É um livro riquíssimo em detalhes, que traz histórias engraçadas e depoimentos de nomes bastante conhecidos do natalense como (o jornalista) Sanderson Negreiros,  (o colunista social) Jota Epifânio e (o poeta e publicitário) Nei Leandro de Castro”, destacou Abimael. Na lista de depoentes ainda constam o artista plástico Leopoldo Nelson, o jornalista e professor José Alexandre Garcia, o comerciante Humberto Pignataro, o escritor Manoel Onofre Júnior e o médico Grácio Barbalho, entre outros. 

Abimael Silva pretende reeditar 30 livros “importantes para se entender a história do RN” ao longo de 2015 – “Contribuição norte-americana à vida natalense” é o segundo lançamento desta série, que começou com “A caça nos sertões do Seridó”, de Oswaldo Lamartine de Faria (1919-2007). O sebista e editor ainda planeja publicar um livro inédito de Protásio de Melo sobre a história do Atheneu.   
DEPOIMENTOS  

Jota Epifânio
colunista social e ex-funcionário da Base de Parnamirim no tempo da guerra

“Os americanos eram muito festeiros. Tivemos aqui muitas celebridades do cinema e da música americana como Ray Conniff, Glenn Miller, (e os atores) Robert Taylor e Tyrone Power. Dancei numa festa com a estrela de cinema Ilona Massey, que apareceu no filme ‘Balalaika’. Os visitantes faziam festas esplêndidas, imensas, com fartos ‘buffets’ e os melhores uísques, presunto, perus e refrigerantes em abundância. (…) Quem não gostava de ‘transar’ com os americanos? Os rapazes eram lindos e discretos, do tipo ‘boca de siri’ e pagavam muito bem.  Eram loucos por felação. Depois dos americanos, Natal tornou-se sexualmente livre.”

Nei Leandro de Castro
Poeta, escritor, jornalista e publicitário

“Em Natal, quando os marines foram embora, deixaram como herança muitos caboclos de olhos azuis e uma inflação que atingiu desde açougues até a 15 de novembro (rua do meretrício). (…) Natal virava uma ‘Saigon’ ‘avant la letre’, influenciada pela corrupção, zona e sífilis. Sem nenhuma perspectiva de resistência ao invasor, a cidade era um maná para os marines. Compravam de tudo com as suas maravilhosas cédulas verdes e, para variar quebravam o pau por qualquer razão. Treinados para matar com golpes de mão, claro que sempre levavam vantagem nos entreveros com caboclos e curibocas pacíficos e subnutridos.

Só se tem notícia de uma briga em que o produto nacional levou a melhor. No ‘Wonder Bar’ [que funcionava no prédio hoje ocupado pela Escola de Dança do TAM, na Rua Chile], um gringop tomou na marra a mulher do seu vizinho de mesa, um brasileiro, o que aliás já tinha virado praxe. (…) O gringo respondeu ao insulto com um soco na cara do nativo, que, com o rosto sangrando, já se levantou de peixeira na mão. (…) O caboclo se aproximou do mocinho, de braços levantados, e à altura do peito esquerdo enfiou a peixeira que entrou como se fosse em manteiga.

 ...fonte...
www.tribunadonorte.com.br

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