março 27, 2016

BANDA POTIGUAR EM FESTIVAL NA ESPANHA


MAHMED
Banda inicia crowdfunding para participar de festival na Espanha
Fotografia: Divulgação

QUARTETO POTIGUAR EM FESTIVAL NA ESPANHA

Por 
Ildrimarck Rauel / NOVO JORNAL

Quase um ano após o lançamento de “Sobre a Vida em Comunidade” ou SAVEC, disco que colocou a Mahmed na boca (e ouvidos) de muita gente especialista em música país afora, a banda ainda colhe os frutos de um trabalho bem-sucedido. O quarteto potiguar já prepara as malas para sair em sua primeira turnê europeia, onde tocarão no aclamado Primavera Sound, em Barcelona. O espaço em um dos mais importantes festivais do mundo foi conquistado graças à boa repercussão alcançada pelo álbum de estreia do grupo, que ganhou tanto o público quanto a crítica.

No entanto, para garantirem a viagem até o “velho continente”, os músicos estão em busca de recursos. Por isso, lançaram recentemente uma campanha de financiamento coletivo na internet, onde esperam arrecadar R$ 25 mil até a primeira semana de Maio. O valor será utilizado para pagar as passagens aéreas de ida e volta até a cidade espanhola, além da prensagem de edições limitadas dos discos da banda em vinil e CD.

O baterista da Mahmed, Ian Medeiros, explica que esta é uma grande oportunidade para a banda, que espera mostrar mais da música instrumental potiguar para o mundo. O grupo segue os passos de outro quarteto potiguar, a Camarones Orquestra Guitarrística, que tocaram na última edição do Primavera Sound, no ano passado.

Segundo Ian, eles ainda não sabem ao certo o que vão encontrar na Europa, mas acredita que o público deva ser bastante receptivo, uma vez que o festival é conhecido justamente por sua programação eclética. Porém, para não chegar totalmente desprevenido em Barcelona, o baterista diz ter conversado bastante com outros músicos que já passaram pela mesma experiência.

“Eu sou amigo do Fausto [Alencar], a gente tocou junto em outros projetos antes como a Kung Fu Johnny, ele era o guitarrista do Camarones na época e falou muito bem do festival. Além dos shows que vamos fazer, acredito que é uma baita oportunidade de ver bandas que gostamos e admiramos”, revela.

Dois shows da Mahmed já estão confirmados no Primavera Sound, mas ainda não foram anunciados os dias em que os potiguares subirão ao palco. O line-up completo do festival não foi divulgado até o momento, mas já se sabe que ele será realizado entre 02 e 04 de junho.

Além dessas apresentações, o grupo planeja passear pela Europa, aproveitando para marcar datas também em outros países do continente. “Mas ainda não temos nada confirmado. Estamos negociando com alguns lugares para avaliar isso”, ressalta Ian.

O financiamento coletivo (ou crowdfunding, em inglês) foi aberto na plataforma especializada em arrecadação de fundos no site Catarse. Os fãs da banda podem colaborar com valores que vão de R$ 10 a R$ 1,2 mil. Quem apoiar o projeto, também receberá recompensas como edições exclusivas do SAVEC (prensado pela primeira vez em álbum físico), camisetas e ilustrações. Acesse o site: https://www.catarse.me/mahmed

VINIL

Voltando ao estúdio após uma série de shows pelo país, apresentando as músicas do “Sobre A Vida em Comunidade”, em festivais como Coquetel Molotov (em Recife), Picnik (Brasília), Balaclava Fest (São Paulo) e Festival Mundo (João Pessoa), a Mahmed gravou três músicas inéditas que estarão no EP “Ciao, Inércia”, também oferecido como recompensa na campanha de crowdfunding.

O novo trabalho sairá inicialmente em vinil compacto (de 7 polegadas), um sonho antigo dos integrantes da banda. “Para nós, que temos coleções de discos e gostamos desse for-mato, sempre foi um desejo muito forte lançar as músicas do disco “Sobre a Vida Em Comunidade” no formato em vinil.

Como não rolava nesse momento, por questões financeiras mesmo e os gastos com a viagem, decidimos lançar o compacto antes, que tem um custo bem menor e apresenta novidades em relação ao disco anterior”, esclarece Ian.

O EP será prensado em material colorido, na tonalidade azul turquesa, o que torna o álbum ainda mais atrativo para colecionadores. Mesmo assim, o baterista afirma que “Ciao, Inércia” também deverá ser dispo-nibilizado para download e streaming após a campanha.

“Muita gente compra [o vinil] para ter em casa, como um souvenir, mas não tem toca-discos. Por isso, vamos colocar o EP nas principais plataformas de streaming, como sempre fazemos. Acho que mais para o fim da campanha”, informa.

O disco será entregue para pessoas de todo o país que colaborarem com R$ 50 ou mais na campanha no site Catarse.

WORKSHOPS PARA MÚSICOS INDEPENDENTES

Além das recompensas habituais em toda campanha de financiamento coletivo, como CD e camisetas, a banda oferece ainda uma experiência inusitada para quem estiver disposto a colaborar com um pouco a mais – e, de quebra, investir no seu próprio potencial. A partir de uma doação no valor de R$ 300, o apoiador pode participar de um workshop com duração de dois a cinco dias na casa da Mahmed em Natal, o estúdio Cantilena.

Para os integrantes, o lugar é uma espécie de laboratório onde o quarteto cria, grava e ensaia há mais de três anos. “Um ambiente que nos proporcionou, através da prática, evoluir como músicos, produtores e amigos”, afirmam. A ideia é, segundo eles, dividir esse espaço com outras pessoas que se identificam com a sonoridade da banda, além de compartilhar vivências e ensinamentos acerca do processo de gravação, mixa-gem, produção musical e divulgação das músicas.

As oficinas devem acontecer em julho e não são exclusivas apenas para quem reside em Natal. Músicos que vierem de fora têm hospedagem garantida, para até duas pessoas, durante o período que durar as gravações. Os custos com transporte e logística, porém, não estão inclusos.

Os valores variam entre R$ 300 e R$ 1,2 mil. O workshop mais básico (que até o fechamento desta edição tinha só três vagas ainda disponíveis) oferta a gravação e mixagem de uma única faixa no estúdio Cantilena. O tempo previsto é de até dois dias.

Com R$ 400, porém, os apoiadores poderão se aprofundar no universo de gravação, mixagem, produção musical e divulgação e uma banda independente. A oficina será dividida em dois grupos de cinco participantes e cada turma também sairá com uma música finalizada.

Já a opção mais cara (e também mais completa) permite a gravação de um EP com até quatro faixas, produzido pela própria Mahmed. Uma oportunidade e tanto para projetos que estão no início, mas querem dar um salto além dos ensaios. A oferta também não é fechada ao público natalense e acompanha hospedagem gratuita durante os cinco dias de captação do áudio e mixagem das músicas.

De acordo com o bate-rista Ian Medeiros, os work-shops no estúdio Cantilena foram pensados para serem o diferencial da campanha de financiamento coletivo, além de poder ajudar outros artistas no difícil caminho da música independente no Brasil.

“Quando a gente tava bolando a campanha, tinha essa preocupação de querer fazer algo diferente, que fugisse um pouco daquela coisa de sempre do CD e camisetas. Como já temos esse espaço, resolvemos que seria uma boa ideia abrir para outras pessoas e compartilhar isso”, finaliza.
 
...fonte...
www.novojornal.jor.br 
 
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março 12, 2016

INSTÂNCIA DAS ARTES EM NOVA TEMPORADA

 
 PROJETO CULTURAL INSTÂNCIA DAS ARTES
UM NOVO PALCO PARA A ARTE E CULTURA POTIGUAR 
 
  PROJETO CULTURAL INSTÂNCIA DAS ARTES COMEMORA 
DOIS ANOS VALORIZANDO A ARTE E CULTURA REGIONAL E ABRE 
A TEMPORADA DE 2016 COM O FENÔMENO ELIZALDO ALVES, 
EX-THE VOICE KIDS, SOMADO AO CARISMA
 DA VIOLINISTA LARISSA PAIVA
 
Via 
blog Potiguarte
 
O Projeto Cultural Instância das Artes chega aos dois anos consolidado como um dos mais importantes fomentadores da arte e cultura potiguar. Desenvolvido pela Justiça Federal no Rio Grande do Norte, o projeto contempla uma série de atividades voltadas para o incentivo à produção cultural potiguar, desde a música, artes plásticas, artesanato, poesia, entre outros.
 
Acesso gratuito, o projeto ocorre sempre na última quinta-feira do mês, às 11 horas, Hall da Justiça Federal, Natal/RN, e tem o perfil mantido desde o seu lançamento, trazendo apresentações de dois artistas, onde o primeiro convidado atua com uma apresentação instrumental de 15 minutos e, o segundo convidado, finaliza com uma apresentação vocal, também de 15 minutos, fechando a meia hora destinada ao projeto.
 
Destinado ao público em geral, o Instância das Artes inicia a temporada de 2016 com o fenômeno Elizaldo Alves, ex-The Voice Kids, somado ao carisma da violinista Larissa Paiva. A edição já tem data agendada, dia 31 de março, às 11 horas, Hall da Justiça Federal, Natal/RN. Entrada gratuita.
 
Apoiado pela Direção do Foro da Justiça Federal no Rio Grande Norte, o objetivo maior do Instância das Artes sempre foi o de aproximar o Judiciário Federal potiguar da sociedade local, incentivando a produção artística nas dependências da Seção Judiciária e, desde então, encontra-se sob a direção do servidor José Carlos, Coordenador das atividades culturais e artísticas da JFRN.
 
Desde a implantação do projeto, em 24 de abril de 2014, inúmeros artistas regionais colaboraram com a proposta. Entre eles, podemos citar: Simona Talma, Micael Martins, Masiso Camila, Diogo Guanabara, Swellen Pimentell, Rudson Ricelli, Zé Hilton, Nara Costa, Antônio de Pádua, João Vítor, Khrystal Saraiva, Alan Silveira, Ana Tomaz, Zeca Brasil, Frank Lemos, Lenildo Fonseca, Juliana Menezes, Lysia Condé, Carol Benigno e Carla Regina.
 
Além de agregar valores à qualidade de vida de seus servidores, a Justiça Federal do Rio Grande do Norte é inovadora com a iniciativa, sendo a única Seção Judiciária da 5ª Região, com este formato, a prestigiar o artista local, o que já vem servindo de base e perfil para outras Seções.
 
“Acreditamos que arte e a cultura, assim como seu caráter transformador, são inerentes ao ser humano e como tal devem ser estimulados. A iniciativa é visível na construção e no apoio dado pela Direção do Foro da JFRN ao Instância das Artes”, destaca José Carlos, idealizador e coordenador do projeto, ressaltando ainda o apoio cultural recebido por três colaboradores: ASSEJUF/RN, SICOOB JUDICIÁRIO E O SINTRAJURN.
 
...fonte...
www.potiguarte.blogspot.com.br
  
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março 07, 2016

A MULA SEM CABEÇA INVADE PARIS

     
 MARCIO BENJAMIN
 O MALDITO SERTÃO DE UM JOVEM ESCRITOR POTIGUAR
Fotografia: NOVO JORNAL
 
 A MULA SEM CABEÇA INVADE PARIS

Por
Jéssica Petrovna
NOVO JORNAL 
 
Marcio Benjamin é um escritor potiguar que teve seu primeiro livro, Maldito Sertão, publicado em 2012 pela editora Jovens Escribas. Este ano, com o lançamento da segunda edição e uma massiva divulgação pela internet, a publicação chegou às mãos do professor da Universidade de Sorbonne, Leonardo Tonus, e agora o potiguar se prepara para participar da Primavera Literária de Paris (FRA), que acontece em março.

A oportunidade surgiu quando o escritor participava do Festival Literário de Pipa. Marcio recebeu uma mensagem do professor parisiense, que na ocasião visitava Sagi – praia situada em Baía Formosa, próximo a Pipa – e se interessou em adquirir o livro após descobri-lo na internet. Pouco tempo depois do encontro, o professor retomou o contato e formalizou o convite para o Festival.

O evento acontece entre os dias 17 e 31 de março, com o objetivo de promover o estudo da literatura luso-brasileira e ocorre em uma das universidades mais antigas e famosas da França. Marcio é o primeiro nome potiguar a ter contos enviados para a universidade francesa, onde os alunos se empenham em traduzir suas histórias tipicamente nordestinas para o francês.

O convite para a Primavera Literária de Paris também levará Benjamin para o Salão do Livro da capital francesa, uma das maiores feiras literárias da Europa – e do mundo. Ano passado o evento teve 58h de programação e o Brasil foi o país homenageado, com 43 escritores brasileiros convidados, todos eles com livros publicados em francês.

Marcio ressalta a importância da experiência tanto por ser o primeiro potiguar no Festival, quanto por ir com um livro de terror, gênero que, segundo o autor, ainda não possuí muito espaço em eventos literários.

O livro escrito por ele, Maldito Sertão, surgiu a partir da união entre histórias contadas pela sua avó durante as férias no interior, que moldaram o fascínio do jovem autor pela leitura do gênero de terror e espanto. “Sempre fui fã de terror. Aos 13 anos já pedia livros de Stephen King de presente para minha mãe. (...) Desde que comecei a escrever surgiu o interesse de trazer isso, para mais perto da nossa fala, que pela própria estrutura não costuma ser escrita”, conta o autor.

A princípio, dois contos foram escritos para participar de uma publicação coletiva promovida por autores de São Paulo, que queriam reunir lendas brasileiras em um livro. Os outros autores desistiram do projeto e após um tempo, Marcio decidiu dar continuidade a ideia e seguiu com a produção de novas histórias. “É um livro que fala sobre lobisomem, mula sem cabeça, assombração, mas tudo com uma linguagem muito nossa e contadas como histórias de terror, não como folclore - que é muito importante, mas que geralmente se volta para o meio acadêmico em estudos folclóricos ou tem uma linguagem mais infantil. Apesar de ser de terror, é um livro muito solar. As histórias se passam durante o dia e tentam mostrar um pouco da força do nordestino”, relata Benjamim, classificando a obra com lendas rurais

INSPIRAÇÃO NA CULTURA POPULAR

O escritor busca inspiração nas histórias transmitidas entre as gerações, em pequenos acontecimentos cotidianos e nos clássicos da literatura, na crueza das histórias que não necessariamente são de terror.

Ele se considera um autor muito mais instintivo que técnico, uma vez que ao começar a escrever não tem uma estrutura programada para seguir.
Advogado, 36 anos, Márcio Benjamin explica que suas histórias surgem a partir de causos cotidianos, que para o autor são como fotografias prolongadas na forma de contos. São pedaços da realidade que vão sendo desenvolvidos.

“Eu morei um tempo em João Pessoa e pegava muito ônibus à noite para ir daqui até lá nos fins de semana. Em umas dessas viagens eu acordei no meio de um lugar que eu não sabia onde era e praticamente não tinha iluminação, mas tinha um cemitério muito claro na frente. Eu nunca vou saber a real história do lugar, mas a partir dessa imagem eu criei o conto de um homem que chega à cidade e descobre que os mortos estão voltando e que toda aquela iluminação foi pensada para que as pessoas tenham cuidado. Às vezes, uma história que tem um final comum poderia ter um final fantástico”, relata Márcio Benjamin.

De acordo com o autor o único ponto previamente definido é o final de suas histórias. Mesmo quando trabalha com narrativas que são amplamente disseminadas nos interiores ele tenta construir uma reviravolta. “E como as pessoas sabem que eu me interesso por isso, sempre me contam muitas histórias”, explica.

DIFICULDADE PARA FAZER A PUBLICAÇÃO

O escritor identifica que o gênero possui uma cena em expansão e que após a publicação do livro tanto conheceu muitos outros autores de terror como passou a compreender melhor a dinâmica das publicações. De acordo com Marcio, apesar do crescimento e da existência de editoras especializadas ainda é muito difícil publicar através de grandes selos. Neste contexto as editoras independentes e os mecanismos de divulgação e financiamento coletivo através da internet podem ser alternativas para quem está começando agora.

Marcio Benjamim também acredita que no cenário local precisa haver uma interação maior entre o público e os artistas. “A gente reclama muito que Natal não tem cultura, que não tem o que fazer, mas não temos o hábito de comprar livros, assistir peças, shows, etc. O expectador deve entender que o artista precisa de dinheiro e este, por sua vez, tem que encontrar meios de fazer com que sua arte seja vendável dentro do seu contexto e do seu ideal artístico. Não existe mais essa ideia romântica do artista incompreendido que ninguém lê”, analisa. 
 
PROJETO DE ADAPTAR A OBRA

O selo “Ao Quadrado”, que também é vinculado à editora Jovens Escribas, está produzindo uma versão ilustrada de Maldito Sertão, com publicação prevista para o fim do ano, no formato de história em quadrinhos.

O autor também estuda uma adaptação para o cinema. A produção audiovisual terá formato de filme episódico, mas ano passado – mesmo tendo recebido a maior pontuação em um edital – o projeto não pôde ser realizado devido ao alto custo.

Além das adaptações, ele irá publicar a primeira novela.  “Fome” é um romance curto e dinâmico, em uma cidade ilhada, sem nenhum tipo de comunicação. A inspiração é uma história de um município vizinho a João Câmara, onde foram instaladas duas torres telefônicas muito próximas e uma interfere no sinal da outra. Em um lugar fictício, que reproduz a mesma circunstância, acontece um apocalipse zumbi. O autor aborda ainda política e candomblé.   
 
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 www.novojornal.jor.br

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