WAGNER DE OLIVEIRA
PINCELADAS TELÚRICAS NO COTIDIANO ASSUENSE
No cenário das artes visuais do Rio Grande do Norte a pintura de Wagner de Oliveira apresenta-se como uma novidade surpreendente. Jovem, talentoso, vindo do Vale do Assu, suas telas nos emocionam pelo lirismo dos personagens e pela força telúrica da paisagem física.
O artista assuense retrata, com muita sensualidade, o cotidiano do município, lembrando-nos, sem dúvida, Di Cavalcanti, ou mesmo, Vicente do Rego Monteiro, embora de forma atual, isto é, dentro de uma proposta artística do século XXI.
Autodidata, filho do pintor e músico Barrinha, Wagner de Oliveira revela que o primeiro contato com as artes plásticas se deu aos sete anos por meio de revistas e livros com pinturas de Leonardo da Vinci, Monet, Picasso e Van Gogh. Tanta admiração pelos mestres fez o artista tentar vender pequenas histórias ilustradas em folha de ofício na escola.
Mas a principal influência não veio do universo pictórico e, sim, dos quadrinhos dos anos 1980, notadamente Mozart Couto, Eugênio Colonnese, Edmundo Rodrigues e Flavio Colin. Naquela época, apaixonado por gibis, Wagner começou a absorver as técnicas desses quadrinistas.
“Quando comecei a pintar tinha umas seis bisnagas com cores diferentes, mas nenhuma delas era da cor de pele, então resolvi usar o marrom e pintar uma linda negra. Se você pegar as mulheres de Mozart Couto, transformá-las em mulatas, e as colocar em uma tela, vem logo a comparação com Di Cavalcanti”, ilustra.
Wagner assinala ainda que os críticos apontam semelhanças entre sua obra e o expressionismo de Di Cavalcanti: “apesar de ser um belo elogio, eu não me prendo a isso, e procuro encontrar meu próprio estilo”, afirma. No Rio Grande do Norte, Wagner de Oliveira admira o trabalho de Ulisses Leopoldo, Pedro Alves e Marcelus Bob.
Wagner de Oliveira expôs pela primeira vez em 2004, no Assu Mix. Daí até 2008, seus trabalhos sempre estiveram presentes nas festas juninas e feiras de negócios de Assu. Em 2005, ele expôs na Caixa Econômica e realizou cinco exposições durante o movimento Arte em Toda Parte. Naquele mesmo ano participou da 5ª Mostra Officina Interior. No VIII Salão de Artes Visuais da Cidade do Natal, promovido pela Prefeitura de Natal, por intermédio da Fundação Cultural Capitania das Artes, foi selecionado entre 30 artistas.
Em 2006, conquistou o 3º lugar em um concurso de pintura realizado pelo SESI, no projeto SESI Cidadania. Participa também de exposição coletiva em albergue de Ponta Negra e assina a capa do livro “Roda Gigante”, do colunista social Marcos Henrique, em 2009.
Em 2010, obteve destaque no Bardallo´s Comida & Arte com a mostra individual "ASSUasMulheres" , onde reuniu 20 telas em técnicas variadas - óleo sobre tela, pastel sobre canson, acrílica sobre tela e grafite sobre canson. Uma das obras, "Flor de cera", foi escolhida para ilustrar a capa do Guia Cultural Solto na Cidade, edição nº 39 -maio/2010.
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"Um homem que trabalha com as mãos é um operário; um homem que trabalha com as mãos e o cérebro é um artesão; mas um homem que trabalha com as mãos e o cérebro e o coração é um artista."
( Louis Nizer )
( Louis Nizer )
Lindas as telas...
ResponderExcluirMUITO BOM!!!
ResponderExcluirMinha impressão é que todas as grandes obras plásticas da cultura brasileira, tem uma visão Naïf.....esclareço que pra mi não é no sentido negativo de: simples, elementar, incompleto etc....ao contrario. Gostaria a opinião de um conhecedor da historia das Artes. Muito obrigado.
ResponderExcluirTambém acho..
ExcluirPorém acredito q decorra do estágio da sociedade brasileira. Dominamos apenas os aspectos simples da existência.. seja ela material ou espiritual.