UMA SEMANA DEDICADA AO VIOLINO
Por
Sérgio Vilar
A cultura musical potiguar passa pela Escola de Música da UFRN. Sobretudo nos últimos anos. O prato vazio ou a esmola cultural oferecida pelas gestões públicas tem feito dos concertos gratuitos apresentados no auditório da EMUFRN, banquetes suculentos. Musicistas de renome internacional saciam a fome de música e colaboram para formação de uma plateia cada vez mais entusiasmada pela instrumentação erudita ou os concertos populares. E esta semana é de prato cheio. O filé mignon dos instrumentos de orquestra será homenageado durante a Semana do Violino. A chef do menu será a violinista alemã Annette-Barbara Vogel, conceituada como das mais excitantes violinistas de sua geração, celebrada por sua virtuosidade, inteligência e paixão pelo violino.
A crítica musical de revistas, jornais e sites especializados no mundo enaltecem a "entonação perfeita" (Gramophone Magazine) ou a "interpretação mais ideal que um compositor poderia desejar" (Classical CD Review). A Fono Fórum ressaltou a "sonoridade sensualmente brilhante e muito flexível". E a Westdeutsche Allgemeine Zeitung adiantou o que poderá vir a ser à noite de hoje: "Qualquer interpretação em suas mãos se torna em um evento memorável". Annette está em turnê pelo Brasil, mas a única cidade onde fará três concertos - gratuitos - e duas masterclasses (aulas coletivas), também abertas ao público, será Natal. "Natal nunca recebeu uma violinista desse calibre. Ela viaja o mundo e cobra caro por suas apresentações. É um evento único", alerta o professor Durval Cesetti.
A canja dada por Annette-Barbara a Natal tem explicação. Ela foi companheira profissional de Durval, na University of Wester Ontário (Canadá). A alemã ainda ensina lá. E Durval chegou em Natal há quatro anos. É hoje professor de piano da EMUFRN. "Ela perguntou se podia tocar comigo de novo por aqui. Então a Semana do Violino foi toda montada em função dela". O público natalense poderá apreciar a versatilidade da violinista na interpretação do Concerto em Sol Menor deMax Bruch com a Orquestra Sinfônica da EMUFRN (regida pelo maestro convidado Guilherme Bernstein), um programa de música de câmara do século 20 (com obras de Zwilich, Schnittke e Lutoslawski) e outro programa de sonatas para violino e piano do século 19 (com obras de Beethoven, Fauré e Strauss).
MÚSICA INTERPRETADA
O maestro da Orquestra Sinfônica da UFRN, André Muniz, destaca a apresentação de terça-feira como resultado de uma especialização pioneira oferecida na EMUFRN práticas interpretativas da música do século 20 e 21. "São músicas de técnicas diferenciadas que os alunos têm a oportunidade de vivenciá-las com mais profundidade". Na programação de quarta, de recitais de sonatas, será voltada aos clássicos românticos. "E mostra o ecletismo e a união que temos buscado entre o trabalho artístico e o conhecimento acadêmico", ressalta o maestro. A fórmula tem dado certo. O auditório da EMUFRN realiza concertos quase semanais com boa presença de público. A sequência começou há cerca de dois anos e tem colocadoa música erudita potiguar na turnê dos grandes nomes do gênero no Brasil.
A violinista alemã Annette-Barbara Vogel, professora da University of Western Ontario (Canadá), se distingue como uma das mais excitantes violinistas de sua geração, celebrada por sua virtuosidade, inteligência e paixão. Ela tem se apresentado por toda a Europa, Canadá, Estados Unidos, Caribe, América do Sul e Ásia como solista, recitalista e em música de câmara, tendo também oferecido inúmeros masterclasses em países como Albânia, Alemanha, Brasil, Canadá, Chile, Finlândia, Haiti, Líbano, Malásia, Romênia, Taiwan e nos Estados Unidos.
Suas várias participações nos festivais de música de Aspen (Colorado), Bellingham (Washington), Chautauqua (Nova Iorque), Kuhmo (Finlândia), Las Vegas (Nevada), Menuhin (Suíça), Noord-Holland (Holanda), Ottawa Camber Music Festival (Canadá), Pan Music (Coréia do Sul), Ravinia (Chicago), Sächsisches Mozartfest (Alemanha), Berliner Festwochen (Alemanha), Frankfurter Musiktage (Alemanha), Scotia (Canadá), and Schleswig- Holstein (Alemanha) têm sido recebidas com grande entusiasmo.
Aos três anos de idade, ela recebeu suas primeiras aulas de violino de seu pai, estudando depois com Emilia Mohr-Morikawa. Aos onze, ingressou na Folkwang-Hochschule de Essen como uma “Jungstudentin”, sendo um dos alunos mais jovens já aceitos nessa universidade. Com doze anos, deu seu recital de debut no Tonhalle de Düsseldorf. Posteriormente, continuou seus estudos na University of Southern California (Los Angeles), no Musikhochschule der Stadt (Suíça) e no Sweelinck Conservatorium (Holand), além de ter recebido um Diploma de Artista do College-Conservatory of Music de Cincinnati, estudando com Herman Krebbers, Walter Levin, Henry Meyer, Peter Oundjian, Pieter Daniel e a legendária Dorothy DeLay.
Annette-Barbara Vogel já dividiu o palco com músicos do mais alto calibre, como Pierre Amoyal, Young-Chang Cho, Patrick Demenga, Ralf Gothoni, Bernhard Greenhouse, Arthur Grumiaux, Alexander Hülshoff, Maria Kliegel, Juhani Lagerspetz, Vladimir Mendelssohn, Elsbeth Moser, Lord Yehudi Menuhin, Viktor Pikaisen, Sandra Rivers, Dmitri Sitkovetzky, Peter Zazofsky, assim como membros da Orquestra Sinfônica de Berlin, da Orquestra Filarmônica de Viena, da Orquestra Filarmônica de Boston, da Orquestra Sinfônica de Vancouver, da Orquestra da Rádio de Colônia, da Orquestra Real do Concertgebouw de Amsterdam e da Orquestra Filarmônica de Munique.
Annette-Barbara Vogel fez várias gravações pelos selos Harmonia Mundi e Cybele, com peças de Ludwig van Beethoven, Yuri Brener, Aram Chatchaturian, Andreas Kunstein, Alfred Schnittke, Bedrich Smetana, Maurice Ravel, Richard Strauss e Yves Prin. Uma intérprete ávida de música do século XX, ela é conhecida por combinar uma enorme quantidade de repertório tradicional com projetos mais vanguardistas, tendo dado a première de inúmeras composições escritas especialmente para ela.
O Quarteto de Cordas de Tóquio a recomendou para uma posição de Artista-em-Residência do Monticello Trio na University of Virginia at Charlottesville, onde ela ensinou de 1994 a 1995, antes de retornar a Alemanha, lecionando na Folkwang-Hochschule de Essen por três anos. Posteriormente, foi professora da University of Iowa e trabalha desde 2004 na University of Western Ontario no Canadá.
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Sérgio Vilar
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