Alex Gurgel à frente da APHOTO - Associação Potiguar de Fotografia
única entidade em defesa do segmento no Rio Grande do Norte
única entidade em defesa do segmento no Rio Grande do Norte
O GRITO DA FOTOGRAFIA POTIGUAR
Por
Sérgio Vilar
Sérgio Vilar
“Imagem é tudo”. A frase virou quase aforismo. E antes valorizasse o segmento da fotografia. E produtores fotográficos nem querem “tudo” com suas imagens. Um movimento nacional já com braços articulados em Natal reivindica apenas uma cota específica na hora da divisão do bolo do orçamento destinado à cultura.
Depois da
criação das redes potiguares de música, e da formação das redes de
teatro e cinema, fotógrafos têm se articulado em torno da Rede Poti de
Fotografia – uma espécie de braço da Rede de Produtores Culturais da
Fotografia no Brasil. A intenção é acompanhar a tendência nacional de
independência do setor nos meandros culturais.
“Não há
política pública específica para a fotografia. O orçamento federal é
destinado ao audiovisual. E neste bojo está o cinema, as artes
plásticas, o grafite, a performance, o hip hop, a moda e também a
fotografia. Só o cinema abocanha 85% dos recursos. Praticamente nada
sobra pra gente”, lamentou o presidente da Aphoto, Alex Gurgel.
A
Associação Potiguar de Fotografia é a única entidade em defesa do
segmento no Rio Grande do Norte. Possui 120 associados em dia. Entre
eles, profissionais renomados a exemplo de Marcelo Buainain, Adrovando
Claro, Pablo Pinheiro, Ricardo Junqueira, e outros, além de milhares de
simpatizantes cadastrados em suas redes sociais.
Alex Gurgel
tem feito campanha para que fotógrafos potiguares tomem a iniciativa de
ingressar nos conselhos e câmaras setoriais da cultura para defender
mais espaço à categoria. “É claro que o conselheiro que é músico olhará
com melhores olhos projetos musicais. O cineasta com o cinema. O poeta
com a literatura. Precisamos de fotógrafos nesses campos para termos vez
e voz”, sugeriu.
Um dos
setores importantes neste quesito já pode ser pleiteado. Basta o
fotógrafo entrar no site do Ministério da Cultura
(www.cultura.gov.br/setoriais) e se cadastrar para a seleção de
delegados estaduais para representar o Rio Grande do Norte no Conselho
Nacional de Produtores Culturais da categoria. O Rio Grande do Norte já
possui 30 cadastrados, atrás apenas de São Paulo, com 32.
“A
fotografia é a mãe do cinema e prima mais velha das artes plásticas, da
pintura. É o segundo produto mais consumido do mundo, dizem
especialistas. O primeiro é o sexo, que usa até fotografia para
promoção. É um segmento cultural que irá completar 200 anos. Merecemos
mais atenção. Queremos um Salão da Fotografia, e não concorrer junto com
esculturas e todo tipo de pinturas no Salão de Artes Visuais. Ou na
disponibilidade dos recursos públicos, concorrer com o audiovisual.
Fotografia não tem som”, reclama Alex Gurgel.
ENCONTRO NACIONAL
No último fim de semana, Alex Gurgel participou do Encontro Norte-Nordeste de Produtores Culturais da Fotografia. O evento aconteceu em Belém do Pará, e funcionou como prévia do Encontro Nacional que acontecerá no mês de Novembro, em Fortaleza. Antes disso, em 19 de Agosto, a Aphoto promove o Fotoriografia do Norte: um fórum para discutir a radiografar a fotografia potiguar.
“Abordaremos
a questão a produção de livros de fotografia, o direito autoral,
projetos culturais que envolvam o setor, a fotografia como veículo de
inclusão digital, a história da fotografia no Rio Grande do Norte, e
pretendemos convidar Itamar Nobre, da UFRN para propormos um curso de
extensão na Universidade envolvendo a fotografia”. Alex ressalta que
deste fórum sairá a Carta de Natal, que será levada ao encontro em
Fortaleza.
MEMÓRIA PERDIDA
Uma das ideias da Rede Poti de Fotografia é a criação de uma Casa da Fotografia. Espaço para exposição, lançamento de livros, e principalmente um ambiente climatizado para acervo fotográfico impresso e digital, responsável pela memória fotográfica da cidade, hoje dispersa em computadores particulares ou nos setores de arquivos de jornais.
“Darei um
exemplo: faremos pelo oitavo ano seguido a Expedição Noturna Natalina.
Registramos em fotografia a iluminação de Natal. É um acervo que fica
pra história. E nada recebemos por isso. A prefeitura premia a fachada
mais bonita de casas e instituições. E quando acaba o período natalino e
as luzes são retiradas, o que fica? A foto, o registro! Mas isso não é
valorizado”, reclama Alex Gurgel.
A Aphoto
também pretende criar o Dia do Fotógrafo Potiguar. Um processo com o
pleito já corre nos corredores da Assembleia Legislativa. O Dia Nacional
a Fotografia já é comemorado em 8 de janeiro. E o Dia Mundial, em 19 de
agosto. A data escolhida para celebrar o Dia Potiguar da Fotografia foi
26 de setembro.
A data de
26 de setembro rende homenagem à provável primeira fotos tirada no Rio
Grande do Norte. A autoria é do alemão Bruno Max Bourgard. Ele veio do
Recife e clicou a imagem de flagelados da seca reunidos em frente à casa
do então governador Tavares de Lira, na subida da Junqueira Aires –
hoje o prédio abriga o Solar Bela Vista. A foto é datada de 1905.
só merece o título de visionário aquele que concretiza o que sonhou. Gurgel é dessa plêiade, quando imaginou a Aphoto e a materializou. E está sendo agora ao imaginar outros projetos para a entidade, como a independência do segmento, a Casa da Fotografia, etc. Justo reconhecimento presta o texto do Sérgio Vilar.
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