Em São Paulo, há 15 anos, Cida fará escala em Natal para cantar
e reencontrar o público e os amigos da cidade natal
Fotografia: Marcolino Neto
RETORNO AO BERÇO
Por
Tádzio França
Natal nunca saiu de Cida Lobo. A cantora de voz doce e firme que deixou a
capital potiguar há 15 anos para estender seu talento à capital
paulista, volta e meia retorna ao berço para cantar histórias de outras
terras. O próximo reencontro está marcado para o dia 10 de novembro,
ocasião em que Cida apresentará o show "Todos os cantos", às 21h30, no
arejado salão da AABB, no Tirol. Faz pouco mais de um ano que Cida não
se apresentava em Natal. "Fazer show em Natal não é apenas cantar e
tocar. É também bater um longo papo com aqueles amigos que há tempos
você não via, por isso é sempre emocionante para mim", diz ela, em
entrevista ao VIVER. Um bate-papo embalado por boa música.
"Todos os cantos", o show, é um longo passeio por determinados momentos
da MPB, pontuados pelas escolhas de Cida lobo. "É um passeio pela
história da nossa música, com trechos da Jovem Guarda, da Tropicália,
dos clássicos dos grandes festivais de música, e das velhas e novas
guardas do samba", explica. Cida conta que já apresentou esse show em
São Paulo com banda completa, mas em Natal mostrará uma versão mais
intimista, com voz, violão e percussão, acompanhada por Edinho Oliveira.
Nostalgia no repertório, e também no reencontro com a cidade natal.
Instalada no tradicional bairro paulistano do Bixiga - antigo território de imigrantes italianos e atual sede da escola de samba Vai-Vai - Cida Lobo comenta que os 16 anos parecem ter passado voando. "É o ritmo de São Paulo, tudo passa muito rápido. Parece que foi ontem que cheguei aqui para começar tudo de novo", afirma. Um ritmo, ela confirma, bastante diferente do que o cotidiano natalense oferecia a ela no tempo em que morava aqui. "Tenho que ser honesta: não dá pra ficar presa à realidade de Natal. Aquela velha 'maldição' de Cascudo, sobre ninguém se consagrar, é algo mais complicado do que parece. Faltam oportunidades para que o artista possa crescer", diz.
Apesar de tanto tempo longe de Natal, a cantora tem consciência de que os problemas ainda são os mesmos de 1997, quando ela decidiu ir embora. "Ainda somos pouco valorizados em detrimento daqueles que vêm de fora. O artista local não recebe o mesmo tratamento, e continua ficando na retaguarda dos acontecimentos. Sempre me falam de velhos problemas como os atrasos de pagamentos de cachês, coisas tão primárias. Artista não vive de ar, todo mundo sabe, mas em Natal prosseguem nos mesmos erros", afirma.
Segundo Cida Lobo, São Paulo permite que os artistas acompanhem seu movimento feérico. Circular é fundamental, e por lá esse movimento é favorecido. "Em São Paulo os músicos agem bastante em torno das cooperativas. Tem cooperativa de atores, cantores, bailarinos, instrumentistas e tudo mais. Elas permitem um suporte que auxilia muito quem vive de arte. Cuidar de tudo sozinho é muito mais difícil. Infelizmente, ainda não vejo esse tipo de articulação em Natal. Em nossa cidade, é cada um por si, não dá", lamenta.
Em São Paulo, Cida Lobo se apresenta fixamente numa casa noturna da capital duas vezes por semana, e ainda segue pelos conhecidos circuitos promovidos pelo Sesc e Sesi, "projetos que dão uma boa visualização para o artista", ressalta. Em Natal, a cantora se apresentou pela última vez em outubro do ano passado, fazendo a abertura do Festival de Música do Beco da Lama (MPBeco), ao lado do pernambucano Lirinha.
Após os dois álbuns "Decida-se" (1997) e "Simplesmente" (2009), Cida adianta que está trabalhando em um terceiro disco - "mas ainda no meio do caminho". Sobre o que está perambulando em suas audições atualmente, ela afirma a admiração pela música de Marcelo Camelo, e pelos sambas antigos que anda ouvindo mais do que nunca. Ao saber que Natal também vive um momento atual de "febre" pelos clássicos do samba, Cida fica empolgada. "Acho então que é em todo o país! Em São Paulo há agora uma roda de samba em cada esquina. Vou caprichar ainda mais nos meus sambinhas quando estiver em Natal", promete.
Instalada no tradicional bairro paulistano do Bixiga - antigo território de imigrantes italianos e atual sede da escola de samba Vai-Vai - Cida Lobo comenta que os 16 anos parecem ter passado voando. "É o ritmo de São Paulo, tudo passa muito rápido. Parece que foi ontem que cheguei aqui para começar tudo de novo", afirma. Um ritmo, ela confirma, bastante diferente do que o cotidiano natalense oferecia a ela no tempo em que morava aqui. "Tenho que ser honesta: não dá pra ficar presa à realidade de Natal. Aquela velha 'maldição' de Cascudo, sobre ninguém se consagrar, é algo mais complicado do que parece. Faltam oportunidades para que o artista possa crescer", diz.
Apesar de tanto tempo longe de Natal, a cantora tem consciência de que os problemas ainda são os mesmos de 1997, quando ela decidiu ir embora. "Ainda somos pouco valorizados em detrimento daqueles que vêm de fora. O artista local não recebe o mesmo tratamento, e continua ficando na retaguarda dos acontecimentos. Sempre me falam de velhos problemas como os atrasos de pagamentos de cachês, coisas tão primárias. Artista não vive de ar, todo mundo sabe, mas em Natal prosseguem nos mesmos erros", afirma.
Segundo Cida Lobo, São Paulo permite que os artistas acompanhem seu movimento feérico. Circular é fundamental, e por lá esse movimento é favorecido. "Em São Paulo os músicos agem bastante em torno das cooperativas. Tem cooperativa de atores, cantores, bailarinos, instrumentistas e tudo mais. Elas permitem um suporte que auxilia muito quem vive de arte. Cuidar de tudo sozinho é muito mais difícil. Infelizmente, ainda não vejo esse tipo de articulação em Natal. Em nossa cidade, é cada um por si, não dá", lamenta.
Em São Paulo, Cida Lobo se apresenta fixamente numa casa noturna da capital duas vezes por semana, e ainda segue pelos conhecidos circuitos promovidos pelo Sesc e Sesi, "projetos que dão uma boa visualização para o artista", ressalta. Em Natal, a cantora se apresentou pela última vez em outubro do ano passado, fazendo a abertura do Festival de Música do Beco da Lama (MPBeco), ao lado do pernambucano Lirinha.
Após os dois álbuns "Decida-se" (1997) e "Simplesmente" (2009), Cida adianta que está trabalhando em um terceiro disco - "mas ainda no meio do caminho". Sobre o que está perambulando em suas audições atualmente, ela afirma a admiração pela música de Marcelo Camelo, e pelos sambas antigos que anda ouvindo mais do que nunca. Ao saber que Natal também vive um momento atual de "febre" pelos clássicos do samba, Cida fica empolgada. "Acho então que é em todo o país! Em São Paulo há agora uma roda de samba em cada esquina. Vou caprichar ainda mais nos meus sambinhas quando estiver em Natal", promete.
TRAJETÓRIA
Cida Lobo começou a carreira de cantora em Natal em 1989, apresentando-se no circuito de bares da cidade. Em 1994, fez seu primeiro show no Teatro Alberto Maranhão. Entre o TAM e espaços famosos da época como o Bar do Buraco, Cida se apresentou ao lado de artistas como Quinteto Violado, Kiko Zambiachi, Selma Reis, Baby do Brasil, Chico César, Quarteto em Cy, e Vânia Bastos, entre outros. Muda-se para São Paulo em 1997, e participa de diversos festivais de música e circuitos culturais. Em 2001 se apresenta no Projeto Bem Brasil, do Sesc Interlagos, ao lado de Ana Carolina. No projeto Samba em Sampa, dividiu o palco com os bambas Wilson das Neves e Celso Viáfora. Em um evento em Natal, cantou para cinco mil pessoas ao lado de Belchior.
10/11, às 21h30, na AABB
Av: Hermes da Fonseca, 1017, Tirol - Natal/RN
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