HENRIQUE JOSÉ FERNANDES
Professor e fotógrafo reúne depoimentos e
experiências de
dezenove fotógrafos para nortear aqueles que estão
começando
Fotografia: Eduardo Maia/NJ
... FOTOGRAFIA ...
INSTANTÂNEOS PARA TODA A VIDA
Por
Dinarte Assunção
NOVO JORNAL
Lições para quem está iniciando a partir de relatos e sugestões de quem
já está calejado, mas não por isso menos empolgado, com a fotografia. É o
mote central de “Aos Novos Fotógrafos Brasileiros” (ZooN, 80 pág.), que
o fotógrafo e professor Henrique José Fernandes lança hoje na Livraria
Saraiva, no Midway Mall, a partir das 19h.
A ideia do livro surgiu em 2010, em Brasília, quando Henrique José estava ajudando a fundar a Rede dos Produtores Culturais da Fotografia Brasilieira (RPCFB). A proposta, conta, era reunir orientações para quem está se aventurando na fotografia e queria fazer dela um instrumento profissional.
Henrique, que ensina fotografia na UnP e no Senac, resolveu apresentar essas ideias a partir de duas formas. Na primeira etapa, ele revisita o marco zero da fotografia em sua vida e faz uma digressão até a década de 1980, quando teve seu primeiro contato com a área.
LOMOGRAFIA
A fotografia foielevada a novos patamares a partir da popularização
dos equipamentos digitais, mas há um movimento mundial
de pessoas encantadas com as imagens capturadas em
película pela maquininha automática russa Lomo
dos equipamentos digitais, mas há um movimento mundial
de pessoas encantadas com as imagens capturadas em
película pela maquininha automática russa Lomo
Fotografia: Divulgação
Nesse retorno, Henrique aproveita para resgatar uma técnica
de que se valeu no início de tudo: a lomografia, tipo de movimento
fotográfico que utiliza câmeras automáticas de baixo custo e ainda usa
os filmes negativos. “Resgatar agora a lomografia foi uma brincadeira
estética. Eu quis brincar com o filme num mundo em que tudo, hoje, é
digital”, analisa Fernandes.
Para o autor, a lomografia é
considerada um novo fazer fotográfico que até já resultou numa
comunidade internacional de seguidores. Atualmente, considera ainda
Fernandes, as câmeras lomo são objetos de uma cultura retrô, vivida
principalmente por aqueles que, nascidos da era digital, visitam o
processo químico da fotografia.
“Meus primeiros contatos com a
lomografia foram impulsionados pela diversidade de formatos e
possibilidades estéticas das suas máquinas. Definitivamente, a
característica mais marcante e atraente da lomografia são os diversos
modelos e formatos de câmera”, considera o autor, que utilizou dois
tipos de máquinas para captar as imagens que ilustram o livro.
LOMOGRAFIA
A 'lomomania' gerou a criação de uma estética
própria e cunhou
o termo 'lomografia' em 1995, na Áustria, e as
possibilidades de
experimentar a fotografia à moda antiga (com filme em vez de
pixels)
Fotografias: Ingrid
A
partir da articulação que deu origem à Rede Brasileira, Fernandes
decidiu documentar em lomografia o encontro que seria sediado em 2010 em
Brasília. “Aí a ideia final do livro veio na véspera da viagem, quando
peguei um gravador MP3 e resolvi levar para registrar depoimentos de
fotógrafos brasileiros”, observa Henrique. No próprio livro, contudo,
ele destaca que os depoimentos não têm relação com a lomografia.
“Os depoimentos buscam construir um pensar sobre a fotografia brasileira, seu momento atual, sua organização enquanto movimento em rede e que contribuições estes profissionais podem dar para alguém que esteja iniciando na fotografia”.
Assim, Henrique foi ouvindo alguns dos 120 colegas que se reuniram para formar a Rede, aos quais fez três indagações: 1) Qual o panorama da fotografia brasileira hoje? 2) Como você vê a criação da RPCFB? 3) Qual sua mensagem para um novo fotógrafo? As respostas do último questionamento inspiraram o título do livro.
“Os depoimentos buscam construir um pensar sobre a fotografia brasileira, seu momento atual, sua organização enquanto movimento em rede e que contribuições estes profissionais podem dar para alguém que esteja iniciando na fotografia”.
Assim, Henrique foi ouvindo alguns dos 120 colegas que se reuniram para formar a Rede, aos quais fez três indagações: 1) Qual o panorama da fotografia brasileira hoje? 2) Como você vê a criação da RPCFB? 3) Qual sua mensagem para um novo fotógrafo? As respostas do último questionamento inspiraram o título do livro.
HENRIQUE JOSÉ
No livro, o fotógrafo apresenta um caderno de campo reunindo
experimentos e entrevistas de adeptos da lomomania
Fotografia: Eduardo Maia/NJ
FOTÓGRAFOS DÃO CONSELHOS AOS JOVENS
Ao todo, o autor coletou e editou 19 depoimentos de diversos fotógrafos brasileiros. A escolha dos profissionais, revelou, foi feita aleatoriamente. “Eram 120, então fui pegando os depoimentos à medida que eles surgiam“. Para criar um conteúdo amplo, diz que editou o material de forma que as sugestões não se repetissem. Assim, restaram 19 ideias que os novos fotógrafos podem seguir sem medo de se arriscar.
Dentre as falas dos colegas catalogadas, ele diz que se lembra especialmente de uma, do fotógrafo Miguel Chica Oca, do Pará. “Ele fala sobre a luz. Diz que ser fotógrafo significa conhecer os princípios e saber valorizar essa origem, e saber que a luz, antes da fotografia, é muito mais coisa. São muitas possibilidades, e que a luz é um elemento vital”.
O time de profissionais, no geral, cita ao longo do livro lições que podem ser desprendidas da fotografia, como valores. Outros preferem dar conselhos práticos, como Mateus Sá, fotógrafo pernambucano que orienta aos iniciantes que estejam abertos para escutar tudo e a partir daí decidir e escolher o caminho que irão traçar: “a fotografia é muito ampla e não podemos ficar restritos; , ela tem muitas possibilidades”.
Um dos conselhos mais simples dados aos novos fotógrafos vem de Iatã Canabrava, de São Paulo. Quando a terceira pergunta lhe foi apresentada, ele disse lacônico: “Se comunique muito e o tempo todo. Não pare de se comunicar”.
UM ALERTA: INFORMAÇÃO NÃO SIGNIFICA CONHECIMENTO
Henrique José Fernandes analisa que o momento atual propiciado pela tecnologia – que oferece recursos fotográficos a qualquer um – sugere uma reflexão sobre a arte da qual resolveur viver. “É preciso pensar a fotografia como uma linguagem, e, portanto, formada por elementos complexos que devem, antes de ser questionados, ter seu funcionamento entendido”.
Na opinião do fotógrafo, há atualmente um culto ao instrumento, à máquina fotográfica. “Quando na verdade, o importante é quem opera. É um problema essa gestão. As pessoas têm acesso à informação e acham que isso é conhecimento. Conhecimento é outra coisa, exige maturação”, defende o autor, que ainda estabeleceu a seguinte comparação: “Qualquer um tem acesso a uma gramática e pode entender o funcionamento da escrita, mas nem por isso pode ser chamado de escritor”, raciocina o fotógrafo.
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