julho 25, 2013

NATI CORTEZ: A CONTADORA DE HISTÓRIAS

NATI CORTEZ
PIONEIRA NA LITERATURA INFANTIL POTIGUAR

"A coleção Nati Cortez está surgindo na hora certa, tanto
para que as crianças comecem a ler desde cedo
como para resgatar uma autora que, por sua
importância, não pode ser esquecida"
Fotografia: Acervo Familiar

 . . . LITERATURA . . .
  
O MARIBONDO AMOROSO
 
Por
Dani Pacheco
JORNAL DE HOJE
 
A União Brasileira de Escritores (UBE/RN)  lança nesta quinta-feira (25), Dia do Escritor, a segunda edição do livro “O Marimbondo Amoroso”, de Nati Cortez, pioneira da literatura infantil no Rio Grande do Norte. A autora faleceu em 1989, aos 75 anos, e a publicação deste livro inicia uma série de homenagens ao centenário dela que transcorrerá em setembro do próximo ano.
 
O lançamento será no auditório da Academia de Letras do RN, rua Mipibu, 443, Petrópolis, Natal/RN.  "O Maribondo Amoroso" é o volume de nº  01 da Coleção Nati Cortez (infanto-juvenil), selo editorial Nave da Palavra. Prefácio do professor Carlos Roberto Miranda Gomes
  
Originário de uma peça teatral, o livro conta a estória de um maribondo, cujo nome é Amoroso, que se apaixona por uma abelhinha. O romance, que contraria a vontade da abelha rainha e do rei marimbondo, ainda sofre mais um revés: como são de espécies diferentes, ele machuca a fêmea com seu ferrão. Como prova de amor, Amoroso retira o seu ferrão e se torna um abelhão para conseguir viver junto da amada. Enfim, os dois se casam e vão morar juntos na colmeia, mostrando aos jovens leitores que o amor faz maravilhas quando une os corações.
 
Um dos 24 filhos de Nati Cortez, João Maria, 68, conta que a mãe escrevia desde os 14 anos de idade, mas o gosto pelas peças infantis surgiu somente após o nascimento dos primeiros netos, na década de 60. Durante sua trajetória, publicou peças como Diálogo das Estrelas (1971) e Abelhinha Sonhadora (1973). Suas principais obras, no entanto, foram O Mistério dos Discos Voadores (1976), A Guerra dos Planetas, Natal do meu tempo de menina; O Curumim Amazônico e O Maribondo Amaroso (1980).
 
 NATI CORTEZ
Fotografia: Acervo Familiar
 
João Maria conta que há muitos textos da mãe que nunca foram publicados e são guardados como lembrança na casa da família. Boa parte deste arquivo, segundo ele, é de poesias e contos, predominando entre estes últimos a temática da ufologia, assunto que a autora pesquisava e tinha interesse especial.
 
A iniciativa para a republicação do livro aconteceu em outubro de 2012, durante o V Encontro Potiguar de Escritores, promovido UBE/RN, na Academia Norte-RioGrandense de Letras, quando a autora teve seu nome inserido na Coleção Nati Cortez (Infanto-Juvenil) destinada às crianças e jovens.
 
Com boa parte da família vive em diversos estados, como Rio de Janeiro (RJ), onde Nati passou a infância, Brasília (DF) e Ceará, os filhos estão querendo reunir os parentes durante o lançamento do livro em Natal. “Após a sua morte houve até homenagens internacionais, feitas por amigos de Moçambique e Angola. E com esta (homenagem), de sua terra, não há como não ficar orgulhoso”, afirmou João Maria, resumindo o sentimento dos descendentes de Nati Cortez.
  
 NATI CORTEZ
 Fotografia: Acervo Familiar
 
O presidente da UBE, Eduardo Gosson, explica que o livro faz parte de uma série de publicações realizadas em homenagem a autores potiguares desde o ano passado, conforme plano editorial estebelecido pela instituição. Atualmente, a UEB conta com cinco coleções: a Antônio Pinto de Medeiros, sobre poesia; Bartolomeu Correia de Melo, prosa; Enélio petrovich, história e memória do Rio Grande do Norte; a coleção Deífilo Gurgel, dedicado ao folclore e a coleção Nati Cortez, voltada para a literatura infantil.
 
Para Gosson, a publicação da obra vem em boa hora, pois é uma preocupação da entidade incentivar a leitura das crianças. “O Marimbondo Amoroso” é o primeiro título da UBE destinado a esse público. “A coleção Nati Cortez está surgindo na hora certa, tanto para que as crianças comecem a ler desde cedo como para resgatar uma autora que, por sua importância, não pode ser esquecida”, afirmou.

No ano passado, segundo o presidente da UBE, foram reeditadas pela editora nove obras. E até julho de 2013, pelo menos quatro livros foram publicados. A previsão é de que o número suba para oito até o final deste ano.
 
NATI CORTEZ
 
Maria Natividade Cortez Gomes (Nati Cortez), cujo nome de solteira era Maria Natividade da Silva, nasceu em Natal em 1914 e hoje é considerada a pioneira na literatura infantil do Rio Grande do Norte, quiçá do Nordeste.  Nati Cortez escreveu peças teatrais para crianças e adultos, enfocando temas relacionados a ufologia e a vida de Natal nos anos 20/30/40 do século passado. A Família cogita lançar "Abelhinha Sonhadora", em 2014, ano do seu centenário de nascimento.
 
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