janeiro 01, 2016

UMA APRESENTADORA TROPICAL

 PRISCILLA FREIRE

Alma baiana e o coração natalense, Priscilla Freire, a cara da TV Tropical
no Carnatal, não perde a animação e o  sorriso fácil  ao revelar
planos para a carreira em entrevista ao Novo Jornal
Fotografia: Divulgação

PRISCILLA FREIRE
A IRREVERÊNCIA DE UMA APRESENTADORA

Por
Kyberli Góis
NOVO JORNAL
 
Ao chegarmos ela já estava com celular e o tablet na mão, talvez compartilhando com os mais de 66 mil seguidos no Instagram, 4.902 no Facebook ou 23 mil no Twitter os seus mais recentes cliques do programa que apresenta. O vestido era azul florido, refletindo um pouco da personalidade de quem o vestia. Sem brincos, por causa de um acidente durante uma das quatro noites de Carnatal, e com a voz um rouca também em função do ritmo acelerado da micareta, a apresentadora Priscilla Freire não perde a animação e o sorriso fácil.

Apesar da alma baiana e do coração natalense, a paranaense natural de Foz do Iguaçu, de 30 anos, é uma andarilha. Por conta do pai, administrador hospitalar, ela morou em Minas Gerais, São Paulo e Bahia, onde passou boa parte da infância e início da adolescência. Mais recentemente estabeleceu moradia em Natal.

Aos 14 anos ingressou na música, sempre acompanhada da mãe. “Comecei a cantar profissionalmente em Minas, em uma banda de baile”, relembra. Com um repertório onde “tocava de tudo”, os ritmos variavam entre os mais lentos ao axé music, que ela já amava. Recorda que contou com uma ajudinha do pai.

“Ele [pai] era da maçonaria da cidade, que precisava de banda para tocar nos eventos, mas ele disse que a banda só tocava se eu cantasse. Como a banda era do açougueiro da cidade, ele teve que ceder às vontades do meu pai senão não ia tocar”, lembra aos risos.

Quando passou a morar em Natal, aos 16 anos, as portas do mundo artístico começaram a se abrir. Desta vez, com um ritmo um pouco diferente e bem tradicional do Nordeste: forró. Chegou a fazer parte da banda Cebola Ralada e Cavaleiros do Forró. Destas empreitadas, contou que sofreu mas também aprendeu muita coisa. “Estava sozinha, era mimada e todos me ajudaram bastante. Lembro que só tomava toddynho e comia pão com presunto e queijo. Na estrada você aprende a comer outras coisas, como pão com ovo, pão puro”, exemplificou, também aos risos.

Com 18 anos deixou de ter a companhia da matriarca e começou a engatinhar sozinha. Aos 19 conheceu o atual marido, o advogado Guilherme Amorim e engravidou da única filha, Gabriella Freire, a qual chama carinhosamente de Gabi e, às vezes, Gaba. Com 11 anos, a menina, inclusive, já pensa em seguir o caminho da mãe. “Ela já me pede um quadro no programa voltado para o público adolescente”, relata.

SONHO E FRUSTRAÇÃO

Com o nascimento da primogênita, Priscilla optou por dar uma parada na carreira e se voltar para os cuidados da recém-nascida. Com a filha chegando aos seis meses, retomou a carreira. Com apoio do marido gravou um disco e, por conseqüência, garantiu um hit de sucesso nas rádios natalenses com a música “Cupido Vadio”. “Menina, a música era primeiro lugar nas rádios. Eu ficava ligando de casa e ainda pedia para todo mundo ficar ligando e pedindo também”, comenta.

Após um show da cantora Márcia Freire, o empresário da cantora baiana enxergou em Priscilla potencial artístico. Fez logo o convite para a loura ir para Salvador. “Ele disse que eu tinha que ir embora porque meu negócio era axé, não era forró”, lembra. Nesse momento, durante a entrevista, a pequena Marina, de cinco anos, sobrinha de Prisicilla, brinca: “Que história longa, hein?”. Ao que Priscilla responde: “Longa mesmo”.

Na sequência da conversa, a cantoria rememora que paralelo ao convite ela já tinha iniciado os trabalhos no Carnatal, há 12 anos.  A primeira participação foi pela TV União. Logo depois aceitou a proposta e se mudou para Salvador novamente. Em Natal ficou a filha. “A gente não sabia o que ia acontecer lá, então deixamos ela aqui”, diz. Com o semblante mais sério, ela destaca que todo mês vinha visitar a menina ou ela seguia para a capital baiana. Quando Gabi ultrapassou um ano, a família voltou a se reunir. “Levamos ela para lá”, conta.

Ao chegar em Salvador entrou para a Banda Dona Menina para, na sequência, ser descoberta pela produção de Ivete Sangalo. Com isso, recebe um novo convite para integrar a banda Kondendê. “Foi ela que me deu maior visibilidade”, defende. Na terra dos consagrados Bell Marques, Cláudia Leitte, Durval Lelys e Ricardo Chaves, Priscilla Freire ganhou, em 2009, o prêmio de artista revelação do carnaval de Salvador.

AXÉ MUSIC PEDRDE ESPAÇO PARA O SERTANEJO E FUNK

Com o início da popularização do sertanejo e do funk no Brasil entre os anos de 2010 e 2011, o axé music perdeu espaço e, com isso, alguns artistas tiveram que se reinventar. Não foi deferente com Priscilla. “Ficamos com um mercado muito pequeno e não estava mais dando para viver só de música”, relata. Com as dificuldades financeiras que logo surgiram em virtude da escassez de trabalhos, familiares e amigos insistiram para que ela, Guilherme e Gaba voltassem para a capital potiguar.

Para ela, a decisão foi difícil, um sinônimo de fracasso. “Era tipo: você não deu certo em nada, então vai voltar para sua terra, nem era minha terra, mas hoje é e não quero sair daqui nunca”, conta. Após conversar com o marido, a família retornou para Natal. Com pouco mais de 15 dias de retorno à cidade surgiu o convite para apresentar um programa de TV na afiliada da Rede Bandeirantes, em Natal. Na casa ficou por quatro anos, porém, antes se assustou com a proposta. “Eu não sabia nada de televisão oficialmente, apenas bagunça durante o Carnatal. Não sou jornalista, sou turismóloga e cantora”. A graduação foi concluída em Natal, na UFRN. Ela recorda que tentou cursar música em Salvador, mas nunca terminou.

Com a garantia de que tudo ia dar certo e novamente o apoio do marido, ela resolveu aceitar o desafio, e não deu outra: gamou “Eu sou hoje uma apaixonada por televisão e quero fazer o resto da minha vida isso”, diz ela, que acrescenta: “Tenho a música ainda no coração, sempre faço algumas participações, faço o carnaval no interior de São Paulo e Minas há mais de sete anos. Isso renova minha alma, mas a TV toma muito meu tempo hoje”, ressalta.

Por falar na experiência na televisão à frente do Band Mulher, os sonhos começaram a ficar mais altos. “Comecei a querer um programa maior, com culinária, que pudesse receber mais gente e veio o convite da afiliada da Record no RN, a TV Tropical. “Negociamos por cerca de três meses”.

CARNATAL 2015

Por falar na micareta símbolo da cidade, Priscilla logo abre um sorriso mais farto. Já é uma veterana na micareta. São 12 participações até agora. Para ela, a festa desse ano teve um gostinho especial. “Você não tem noção o que foi para a TV estar nesse primeiro ano de transmissão continua da festa. Antes faziam flashs. A TV inteira se mobilizou, trabalhou e se envolveu para ver o Carnatal na Tropical acontecer”, discorre.

A emissora não transmitia de forma direta a micareta há aproximadamente 20 anos e retornou este ano, inclusive, em parceria com o NOVO que transmitiu a festa com o sinal da Tropical pelo site do jornal. “Conseguimos fazer com sucesso. Tenho certeza que ano que vem vai ser muito maior e melhor”, acrescenta.

Para este ano, Priscilla não pede muito. “Quero que meu programa dê mais certo, quero novos parceiros, quero que as pessoas assistam mais. Se me perguntarem se ainda quero mais alguma coisa, eu digo que não quero mais nada. Se eu permanecer assim o resto da minha vida e estou muito feliz”, afirma.

Sobre a possibilidade de um irmãozinho para Gabi, ela dá uma gargalhada e brinca. “Ela pede muito, mas a fase que a gente vive hoje, tanto eu como Guilherme, agora no momento não rola muito não”.

E o segredo para manter animação diária também não é um mistério. “Quando a gente gosta fica muito mais fácil. Muito amor pelo que eu faço, por essa profissão que eu agarrei e eu amo fazer isso; acho que por isso dá certo, funciona”, conclui.  

...fonte...
 www.novojornal.jor.br
 
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