Antônio Francisco, 63 anos, obra repercutida fora
dos limites do Estado.
Antes de ser
conhecido como cordelista, foi soldado,
soldador e sapateiro.
Graduado em História pela Uern, o cordelista mossoroense/RN
transita entre a poesia popular e a xilogravura
Graduado em História pela Uern, o cordelista mossoroense/RN
transita entre a poesia popular e a xilogravura
IDENTIDADE NORDESTINA
Por
Jocenilton Cesário da Costa
Caminhar pelas brenhas do Nordeste nas diversas trilhas literárias é
uma tentativa de adentrar por veredas de um espírito audaz manifestado
por vários escritores, ditos e tidos como populares por falar de/para o
povo. É esse caminho que nos leva até Antônio Francisco Teixeira de
Melo, ou, como popularmente é conhecido no campo da literatura, Antônio
Francisco, um poeta que nasce em Mossoró/RN e passa a ter um destaque
implacável no âmbito da literatura de cordel.
Seguir os rastros que servem de guia ao conhecimento da trajetória de
vida desse poeta significa conhecer a mais pura representação da
identidade nordestina. Ao procurá-lo, nos meandros do Nordeste,
encontra-se um sertanejo arguto, corajoso, audaz, que, desde a infância,
cresceu sob os costumes, crenças e valores do homem sertanejo.
A poesia foi, é e parece ser a ração capaz de nutrir todos os anseios
e angústias encontradas na gênese do escritor. A riqueza poética de
Antônio Francisco, com o passar do tempo, foi sendo cada vez mais
admirada e elogiada pela crítica literária.
Na pirâmide representativa da Literatura, especificamente a de
cordel, o poeta parece ter chegado ao topo quando, em 15 de maio de
2006, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC),
na cadeira de número 15, cujo patrono é o saudoso poeta cearense
Patativa do Assaré. A partir de então, passa a ser chamado de o “novo
Patativa do Assaré”, devido à cadeira que ocupa e à qualidade de seus
versos.
Debruçar-se diante da poesia desse cordelista significa mergulhar em
um universo permeado de translações simbólicas, através da qual se
constroem as mais variadas reproduções da vida nordestina. É esse o
homem que, além de autor, ainda vende seus próprios folhetos, embora
seja possível encontrar alguns de seus livros expostos à venda em
livrarias, em estantes onde se encontram os grandes clássicos canônicos
da literatura nacional e internacional.
Embrenhar-se na produção poética de Antônio Francisco é, além de ir a
fundo às situações de vida do homem nordestino, penetrar em uma
significativa gama de aparato das denúncias circundantes da sociedade
moderna. Estritamente ligada aos problemas corrobarativos do mundo
contemporâneo, a lira do poeta revela, com grande veemência, as mazelas
que se perpetuam na sociedade atual, denunciando suas causas e
consequências. Trata-se, na verdade, de uma viagem pelas histórias de
vida, lendas, mitos e fantasias que conseguem imbricar uma situação real
que nossa sociedade enfrenta, em meio a um sistema sócio-político mal
planejado, desigual e perverso.
Seus poemas são como um alto-falante, que lança para diferentes lados
aquilo que poucas pessoas teriam coragem de dizer em cima de um
palanque, no meio do povo, pois essa atitude sempre meche com chagas da
sociedade e, uma vez machucadas, não são sanadas e nem tão pouco
diagnosticadas. Em outras palavras: seus poemas são vozes anunciadoras
das incoerências políticas, sociais e humanas; são formas de declarar as
problemáticas que se configuram em meio aos mais diversos contextos do
mundo atual.
Além de ser um terreno que se faz brotar a reflexão para várias
outras temáticas que nos levam a pensar sobre o comportamento humano, a
poesia de Antônio Francisco serve de tela para pintar a verdadeira
realidade da condição de vida do homem nordestino. Dentre os inúmeros
cordéis publicados, a maioria em livros, é notável a forte presença da
simplicidade na vida do poeta, o que aflui na sua maneira de fazer
poesia. É também nessa preocupação com o mundo, com a terra, com o
planeta que ele constrói suas liras, montando um palco para a
apresentação de diversas temáticas. No bojo dessa produção poética, é
inevitável encontrar a figura do sertanejo como sendo o porta-voz, o
lugar-comum para se disseminar as sementes do sofrimento, das dores e
das angústias, características constituintes da identidade nordestina.
ANTÔNIO FRANCISCO
POETA, RIMADOR, CORDELISTA E COMPOSITOR
Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC,
na cadeira de número 15, que tem como patrono
o poeta cearense Patativa do Assaré
O AUTOR
Antônio Francisco Teixeira de Melo nasceu em Mossoró, em 21 de outubro de 1949, no bairro que ele traduziu em forma de poema, Lagoa do Mato. É filho de Francisco Petronilo de Melo e Pêdra Teixeira de Melo.
POETA, RIMADOR, CORDELISTA E COMPOSITOR
Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC,
na cadeira de número 15, que tem como patrono
o poeta cearense Patativa do Assaré
O AUTOR
Antônio Francisco Teixeira de Melo nasceu em Mossoró, em 21 de outubro de 1949, no bairro que ele traduziu em forma de poema, Lagoa do Mato. É filho de Francisco Petronilo de Melo e Pêdra Teixeira de Melo.
Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte (UERN), descobriu-se poeta quase na casa dos 50 anos. O cordel
sempre foi sua principal paixão. Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), Antônio
Francisco é um dos mais atuantes cordelistas brasileiros, tendo obras
selecionadas para compor, por exemplo, o currículo escolar de unidades
de ensino no Estado de São Paulo.
Sua
poesia é reconhecida nacionalmente, não apenas pela qualidade dos
versos, mas também pela mensagem contida.Com forte ligação com o
Nordeste, sua inspiração diária, Antônio
Francisco produziu um admirável mosaico de temas que vão da preservação
da natureza aos dilemas humanos, como o amor, o ódio e a caridade.
Seus textos podem evidenciar, ao mesmo tempo, a redenção do homem
através do “fazer bem”, quanto a sua perdição por meio da ganância
capitalista e da desenfreada corrida pelo ter.
...fonte...
Especial para o Expressão - Jornal Gazeta do Oeste
Jocenilton Cesário da Costa
Jocenilton Cesário da Costa
Mestrando do PPGL/UERN
Amo poesia e saber que um poeta do Rio Grande do Norte
ResponderExcluirpor nome Antônio Francisco,nos representa na Academia Brasileira de literatura de Cordel fico muito feliz, sou Piauiense e moro em São Paulo SP e também escrevo literatura de cordel e poesias e também sou compositor, assim como ele já depois dos 50 anos venho me dedicando mais a esta arte. parabens ao grande poeta Antonio Francisco! Abraços literario! Maurício Pereira da Silva.