dezembro 24, 2012

...E TINHA UM PRESÉPIO NA PRAÇA, SIM!

 O Presépio do Arco do Triunfo de Caicó acabou e faz
um tempo que não faz tanto tempo que era assim.
...E deixou saudades!  
 

O PRESÉPIO

 Por
  Gilberto Costa

Faz um tempo, que não faz tanto tempo, que em dezembro de cada ano era formado um presépio em frente ao Arco do Triunfo, na Praça da Matriz, em Caicó/RN.  No início do mês se começava o plantio de arroz, sem antes distribuir os animais, os Reis Magos, Maria, José e o Menino Jesus nos seus respectivos lugares. Quando chegava a Noite de Natal, o arroz já se encontrava crescido o bastante para enfeitar o espaço retangular de um viçoso tapete verde. E o presépio era a alegria da criançada e a obrigação dos pais em trazê-las para apreciar o belo espetáculo!

Logo à tardezinha, a praça ficava tomada de gente e os comentários eram inevitáveis. “Eu acho a zebra a mais bonita do presépio, dizia um”! “Já eu acho o galo, falava outro”! E assim se prosseguiam nas suas preferências. E os fotógrafos aproveitavam o mês natalino para ganhar uns trocados. E ninguém resistia a uma fotografia no presépio! E uma foto junto à manjedoura era uma recordação que todos faziam questão de apreciar por todo o tempo até o próximo Natal. E o coitado do Guarda da Prefeitura sofria o cão para conter as investidas da molecada! E Chico Tucano lavava a burra com a venda de pipoca! E Seu Deroci reforçava seu orçamento com o aumento de picolés vendidos. E Popeye faturava com os Cavacos Chinês!

Já no centro da cidade, cruzamento das Avenidas Coronel Martiniano e Seridó, era erguido uma grande Árvore de Natal. Na árvore, vários presentes que enchiam de cobiça os olhos dos pequenos, principalmente as crianças mais pobres, as esquecidas de Papai Noel. E por falar em Papai Noel, certa feita em conversa com a mãe, pergunto-lhe: “mãe, por que Papai Noel nunca traz um presente pra gente”? E ela: “meu filho é que quando Papai Noel chega a nossa casa os presentes já têm se acabado”! E eu, na bucha: “pois no próximo ano eu vou esperar Papai Noel lá na Corrente do Itans”! E Dona Terezinha cai no choro e me conta toda a verdade sobre Papai Noel!

E na Noite de Natal e Noite de Festa, no trajeto do Mercado Público até a Catedral, mesinhas de vendas de café, bolo preto, rolete de cana, capucho, cocadas, rapadura, bolachas de leite, soda, buchada, fritada, guisado, arroz doce, carne assada, queijo de coalho e manteiga, enfim toda nossa rica gastronomia. E havia as lãs umedecidas de perfumes! E havia as lapadas de conhaque de alcatrão com limão para curar gripe! E havia paqueras!

Uma pausa no vai e vem para a Missa do Galo. E depois todos se cumprimentavam! E havia abraços e apertos de mãos! E as pessoas desejavam umas as outras, Feliz Natal! Feliz Ano Novo!

Faz um tempo que não faz tanto tempo que era assim o mês de dezembro em nossa cidade! E tinha um presépio em frente ao Arco do Triunfo, na Praça da Matriz!

...fonte...
Gilberto Costa

...fotografia ilustrativa para esta postagem...

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