DANIEL LIMA
UM POTIGUAR TOCANDO PELA EUROPA
UM POTIGUAR TOCANDO PELA EUROPA
Filho de cantores, o
baterista potiguar convive
com a música desde
que nasceu
Fotografia: Vlademir
Alexandre
DE BAQUETAS PELO MUNDO
Por
Yuno Silva
TRIBUNA DO NORTE
De estirpe musical, o baterista
natalense Daniel Lima aproveita a temporada de verão no hemisfério Sul para
visitar a família, rever os amigos e fugir do frio europeu. Aos 31 anos, 15 dos
quais morando no exterior, o músico começa a planejar seu retorno gradativo à
esquina do Brasil sem fechar portas para trabalhos internacionais nem desfazer
contatos. E olha que não falta nem um nem outro: no mês de julho ele sobe pela
quarta vez consecutiva no palco do lendário Festival de Montreaux, além de ter
agendada turnê por Israel ao lado de uma cantora de Nova Iorque e do brasileiro
Jovino Neto, pianista da banda de Hermeto Pascoal.
É o baterista oficial de
Armandinho Macedo na Europa, e de outros baianos “que são os que mais vão pra
lá”, informou. Daniel acredita que os músicos brasileiros chamam atenção em
qualquer lugar do mundo pela versatilidade, “uma coisa normal aqui. Lá é raro,
a pessoa é baixista de jazz, baterista de rock; aqui não tem isso, você é
músico e toca qualquer coisa – até para sobreviver. Também temos a parte
autodidata, lá eles estudam, só tocam lendo. Eu fui um que cheguei tocando sem
saber ler partitura, hoje desenrolo”.
Na Suíça, onde mora atualmente,
trabalha na loja de instrumentos e estúdio do marroquino Nabil (Music Store),
lugar que recebe visita de gente graúda como Phil Coolins, os irmãos Gibb do
Bee Gees, Lenny Kravitz, B. B. King e músicos que tocam com Sting e o
guitarrista Carlos Santana. Nos planos para um futuro breve, pretende acionar
todos esses contatos para levar “o máximo de gente daqui do RN pra Europa, se a
agente não valorizar o que é nosso estamos perdidos. A galera aqui está tocando
muito, vão deixar a turma lá de bobeira”, garante.
Como músico não tira férias, de
acordo com o próprio Daniel, o filho da cantora Raquel, enteado do baterista
Jorge Lima e primo do produtor musical Gabriel Souto aproveita o Sol e o calor
no RN fazendo o que mais gosta: tocar. Ele acaba de ser confirmado como o
quarto homem da banda DuSouto, após participações em shows este fim de semana,
e já trabalha com Marcelo Tinôco e o primo Gabriel na formatação de um novo
projeto de frevo (ainda sem nome). “Paulo (Souto) brincou e disse que agora o
cachê tem que aumentar pra dividir por quatro”.
Disse ter prazer tocando todos os
estilos, mas que acompanhar batidas eletrônicas são o grande desafio para
qualquer baterista. Em Natal, já fez parte do grupo Ribeirinha de Pau e Corda,
foi da banda de Sueldo Soares, Valéria Oliveira. “Toquei com praticamente
todas as cantoras da noite, só Khrystal que não tive o prazer de acompanhar...
ainda!”, informa.
Daniel Lima começou tocando
guitarra como aluno de Manoca Barreto, e quando se mudou para Israel com a mãe
cantora tentou continuar com as aulas. “Mas a casa do professor era do outro
lado da cidade, eu tinha uns onze anos, e dormia ao lado de uma bateria. Como
tinha instrumento e um baterista (Jorge Lima) dentro de casa, comecei a fazer
batucada. Com doze anos fiz minha estreia profissional em Jerusalém”, contou o
músico, que foi praticamente alfabetizado em hebraico e nesses 15 anos acumulou
fluência em seis idiomas (incluindo o português).
NA CONFIANÇA
“A família incentivou, ao não me
proibir de tocar”, brinca, “e como vivia rodeado de músicos nunca tive aula,
apenas falavam: ‘presta atenção e toca’”. E nesse de ir tocando, Daniel já se
apresentou na França, Itália, Israel, Alemanha, Eslovênia, República Tcheca e
Croácia. Participa de uma banda marroquina na Suíça, outra de Cabo Verde na
Noruega e de jazz na Áustria.
“Na Europa”, disse, “quando uma
pessoa faz um trabalho legal entra no circuito e chove convites. Trabalham
muito na confiança. Não é um negócio fechado, pegam um músico de cada canto,
escolhem a dedo e vão montando uma banda. Nisso quase toquei com Gal Costa em
Montreaux, não rolou por que estava com compromisso na Itália”.
Inquieto, bem dizer um workaholic
da música, entre um trabalho e outro, Daniel Lima montou com a ex-esposa
austríaca um estúdio de tatuagem. “Quando morava em Graz, na Áustria, uma
cidade de estudantes e aposentados, estava cansado de todos os meus trabalhos
serem fora. Então fizemos um curso de tatuagem e montamos o estúdio”, disse o
natalense, que deixou “tudo pra ela (a ex)”. Para completar o pacote de
versatilidade, se juntou com um cineasta e produtores na Áustria e passou a
gravar vídeo clipes de bandas. “Nessa época fazia de tudo: fui dublê de
baixista, câmera, produtor, figurinista. Fizemos até chover sangue para banda
de heavy metal”.
...fonte...
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