ATELIÊ RICARDO TINOCO
Em mais de uma década, Ateliê já formou 1,3 mil alunos
fotografia: Alberto leandro
UMA CASA DE ARTE
Por
Yuno silva
Yuno silva
Aspirantes a arquitetos e designers frequentam, ilustradores e caricaturistas idem, crianças iniciando-se nos primeiros traços, e em breve artistas interessados em restauração de obras também passarão a dispor de um curso específico. E além de oferecer aulas para alunos devidamente matriculados, o lugar ainda atende crianças e jovens carentes de Natal e Região Metropolitana. Esse é o perfil do Ateliê Ricardo Tinoco, que funciona desde 2000 e desde 2003 mantém uma Associação sem fins lucrativos.
O professor responsável pelo Ateliê/Associação acaba de participar da restauração do grande painel pintado por Newton Navarro entre 1966 e 1991 no salão de festas da sede social do América, no Tirol. Com cerca de 50 metros quadrados, este foi o primeiro trabalho significativo de Ricardo Tinoco realizado na área de restauração.
Foram 15 dias debruçados, ao lado do também artista plástico Ammer Jácome, sobre a obra de Navarro: "Ainda havia pequenos detalhes a serem feitos, como as silhuetas na parte superior do desenho no canto direito". Tinoco contou que foi convidado por Jussier Santos, ex-presidente do clube, com quem joga basquete nos fins de semana.
"A partir desse trabalho, estou elaborando um curso específico aqui no Ateliê para qualificar alunos interessados em restauração. Há mercado não só em Natal mas também no interior, e logo teremos como atender essa demanda", acredita. Por enquanto, a maior procura dos alunos é pelos desenhos estilo japonês, os Mangás, que povoam HQs, jogos eletrônicos e séries de TV conhecidas como animês (ou desenhos animados japoneses).
O maior volume de negócios gerados pelo Ateliê, e que beneficia diretamente os alunos envolvidos no trabalho, são encomendas de ilustrações para livros, reprodução de fotografia e a venda de quadros durante as três exposições anuais periódicas (abril, setembro e novembro) realizadas na AABB, Tirol. "Toda a renda obtida com a venda dos quadros são revertidas aos alunos. Além do incentivo sei que muitos acabam ajudando na renda familiar", disse o professor. Em mais de uma década de atividades, já passaram cerca de 1,3 mil alunos pela escola que atualmente está instalada em três cômodos de uma casa antiga do bairro de Petrópolis.
O maior volume de negócios gerados pelo Ateliê, e que beneficia diretamente os alunos envolvidos no trabalho, são encomendas de ilustrações para livros, reprodução de fotografia e a venda de quadros durante as três exposições anuais periódicas (abril, setembro e novembro) realizadas na AABB, Tirol. "Toda a renda obtida com a venda dos quadros são revertidas aos alunos. Além do incentivo sei que muitos acabam ajudando na renda familiar", disse o professor. Em mais de uma década de atividades, já passaram cerca de 1,3 mil alunos pela escola que atualmente está instalada em três cômodos de uma casa antiga do bairro de Petrópolis.
Ateliê atende crianças e jovens carentes de Natal e Região Metropolitana
fotografia: Emanuel Amaral
ESCOLA ATENDE 80 JOVENS COM AULAS GRATUITAS
Atualmente a Associação atende regularmente cerca de 80 crianças e jovens carentes de Natal e cidades da Região Metropolitana, mantidos com parte dos recursos das mensalidades arrecadas. A escola também tem parceria com o programa "Aldeias Infantis", do Governo do Estado, que acolhe crianças de rua, e recebe semanalmente crianças do Grupo de Apoio a Criança com Câncer e da Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva. "Este ano estamos fechando um convênio com os Bombeiros Mirins, e vendo se ampliamos o atendimento a jovens que estão se recuperando do vício de drogas - principalmente crack. Dos quatro que passaram por aqui, três conseguiram superar o vício e um outro está tendo recaídas. O garoto é bom, desenha muito, e precisa de apoio".
Para desenvolver esse trabalho social, o Ateliê/Associação não recebe nenhum financiamento, por isso a necessidade de manter o funcionamento contínuo da escola - cujo custo mensal pode chegar a R$ 7 mil contabilizando despesas básicas, seis professores e dois monitores. "Temos uma média de 180 alunos matriculados durante o período letivo, mas nas férias esse número cai para perto de 60, ficamos só com os bolsistas, por isso intensificamos a divulgação da venda de quadros e dos cursos de férias". Na manhã de ontem, o movimento no ateliê de pessoas interessadas em conhecer as obras à venda foi intenso. "No período das férias temos que buscar alternativas para manter a escola funcionando, e essa procura é devido a divulgação que saiu na TV", explicou Ricardo quando questionado se a média de público que frequenta o espaço.
Crianças dão os primeiros passos na técnica do desenho e pintura
Sobre os cursos de férias, ele diz que podem ser feitos com frequência de uma duas ou até três vezes por semana nos três períodos - o ateliê oferece aulas de desenho com as técnicas do grafite, nanquim, carvão, pastel seco e pastel oleoso, coleção aquarelável e caneta esferográfica. Para Ricardo, o ideal é começar a desenhar com grafite para se adquirir técnica. "Dá uma boa noção de sombreamento, proporção e contraste, além de mais fácil corrigir de traço".
As aulas são essencialmente práticas, para alunos de qualquer idade, e o professor informa que prefere não adotar apostilas, "pois a aprendizagem depende diretamente da prática. Até temos material didático, mas é voltado para pessoas que irão passar rápido pela escola - outros cursos já se encarregam em passar um embasamento mais teórico". As turmas tem em média de 5 a 14 alunos, e os mais novos (até 6 anos) são assistidos por até dois professores.
As aulas são essencialmente práticas, para alunos de qualquer idade, e o professor informa que prefere não adotar apostilas, "pois a aprendizagem depende diretamente da prática. Até temos material didático, mas é voltado para pessoas que irão passar rápido pela escola - outros cursos já se encarregam em passar um embasamento mais teórico". As turmas tem em média de 5 a 14 alunos, e os mais novos (até 6 anos) são assistidos por até dois professores.
Ateliê está instalado em três cômodos de uma casa antiga em Natal/RN fotografia: Elisa Elsie
DE BRINCADEIRA A PROFISSÃO
Pablo Rafael Almeida Menezes, 14, de São Gonçalo do Amarante, estuda há dois anos no ateliê e lembra que sabia apenas o básico antes de começar a frequentar as aulas. "Desenhava em casa, de brincadeira, e hoje só não fiz desenho com nanquim, caneta esferográfica e carvão". Pablo disse que prefere desenhar animais e Mangás. Vindo de família de artistas ligados à música, o estudante toca violão, flauta e percussão, e planeja seguir carreira na área cultural da mesma forma que sua irmã Paola Rafaela Almeida Menezes, 12. Há um ano desenhando no ateliê, ela começou a cursar por influência e está experimentando desenhos ligado à moda. "Não sei se vou seguir essa área, mas também quero trabalhar com arte e cultura", planeja.
O professor Lenilson Jonas, 22, formado por Ricardo Tinoco, começou aos 15 anos. Foi monitor antes de ser responsável por turmas regulares e hoje cursa Arquitetura na UFRN. "Quando fiz o vestibular procurei um curso relacionado. Inclusive, boa parte dos graduandos em Arquitetura vem pra cá aprender ou aprimorar a técnica do desenho", informa. Hoje ele toma conta de quatro turmas e confessa que de todas as técnicas que experimentou prefere o lápis de cor aquarelado.
Quando o VIVER visitou o ateliê, ele dava aulas para quatro jovens, sendo dois bolsistas de São José de Mipibu: Douglas Bruno, 18, e Lucas Marques, 16. Bruno cursa desenho há quase quatro anos, já trabalha profissionalmente na área em SJM e levou o amigo Lucas para o ateliê há um ano. "Já fiz alguns trabalhos profissionais também, principalmente reprodução de fotografias", disse Marques. "Se não estivesse aqui, certamente iria passar todo o tempo livre jogando bola", contou o adolescente que é goleiro de um time na cidade onde mora.
Os bolsistas são escolhidos através de entrevistas e/ou indicações de outros alunos. "Conversamos com a família para saber qual o nível de condição. Alguns ganham um bom desconto na mensalidade, outros colaboram com cesta básica e temos aqueles que recebem bolsa integral", enumerou Jonas.
...fonte...
Yuno Silva
...fotografia...
Alberto Leandro
Emanuel Amaral
Elisa Elsie
...serviço...
Ateliê Ricardo Tinoco
Rua Mipibu, 523 - Petrópolis - Natal/RN
84.3222-2362 ou 84.9416-4852
Gostei do site, vai fazer parte das minhas dicas em meu site (hobby) conectandorionatal. Amei o ateliê, uma bela iniciativa com as crianças carentes.
ResponderExcluirConheço de perto o trabalho do Ricardo em seu atelier. Um grande diferencial para Natal. Parabéns pela divulgação desse trabalho tão relevante tanto no aspecto cultural como no social. Um exemplo de dedicação plena a uma causa nobre.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMinha filha, que faz design na UFRN, já tinha me falado sobre esse curso. Ela pretende estudar lá este ano. Ela me disse que é excelente. Parabéns pela matéria.
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