MADE IN RN
Ele começou com um computador 486, aos 10 anos, em 1993,
formou-se em Administração, fez curso no Senac e hoje, nos EUA,
é "só" um dos que cuida para que o Google não caia
fotografia: Argemiro Lima/NJ
HISTÓRIA DE SUCESSO
O POTIGUAR QUE SE ENCONTROU NO GOOGLE
Por
Tallysom Moura
O potiguar Marcel Cavalcanti Campos, 29, não brincou na hora de pensar a carreira. Ao
invés de se acomodar ou pensar pequeno com relação ao futuro, ele
apostou numa ida aos Estados Unidos para refinar o inglês. Levou debaixo
do braço dois diplomas: um da UFRN em Administração; e outro do Senac,
em redes (área de informática). É claro que contribuiu para seu sucesso
o fato de estar no local certo no momento adequado. Mas a mentalidade de
não se impor barreiras e querer sempre o melhor foi fundamental para
garantir a ele um trabalho na empresa que é um sonho de emprego para
muitos da área de tecnologia, o Google, onde Marcel se encontrou; e hoje
atua como engenheiro de redes.
Não é
exagero dizer que a trajetória de Marcel Cavalcanti Campos começou aos
10 anos de idade, em 1993, quando ele ganhou do pai um computador 486,
na época “uma bala”, o sonho de todo cidadão que entendia um pouco desse
troço chamado informática e que, no Brasil, ainda engatinhava . Só para
dar uma ideia, nesse período, internet, ainda era coisa que iam
inventar por aqui.
Para aprender a usar a “máquina”, ele
recebeu uma importante dica do pai: “Se vira”. Não existiam, à época,
cursos de informática. Então, Marcel seguiu à risca a dica e aprendeu
tudo mexendo, testando e desmontando. A aptidão para a informática
ficou cada vez mais clara e, alguns anos depois, ele conseguiu fazer
alguns cursos de informática. A ambição sempre foi uma das marcas das
personalidade de Marcel Cavalcanti. Tanto que entre suas metas, desde a
época da faculdade, estava a de trabalhar em uma empresa multinacional e
morar no exterior. Os pais moraram no exterior e ele queria seguir o
mesmo caminho.
O destino escolhido foi os Estados
Unidos. O foco inicial era aprender o idioma inglês. Quando foi para os
Estados Unidos, em 2004, ele tinha se formado há pouco tempo como
um administrador de empresas. Mas a área em que Cavalcanti
atuava profissionalmente em Natal era da computação. Prestava
consultoria a algumas empresas e imaginou que poderia encontrar mercado
na terra do Tio Sam. “Tinha muita coisa na área. Era um mundo de
tecnologia que não existia, principalmente, em Natal/RN. Natal era zero.
Se eu fosse procurar emprego naquela época em Natal até não tinha.
As tecnologias que eu já trabalhava era muito mais avançada que as da
própria cidade”, ressaltou.
Foi na capital potiguar, no entanto, que
ele aprendeu o suficiente para garantir seus primeiros passos
profissionais no exterior. O que mais abriu os olhos dele para a
área, no entanto, foi o Cisco Networking Academy, oferecido pelo Senac
em Natal com a parceria da multinacional americana Cisco para treinar o
pessoal na área de redes. “As pessoas lá nos Estados Unidos me perguntam
‘se formou onde?’ Eu digo: ‘me formei na UFRN’. Eu aprendi as coisas em
Natal. Isso dá uma dimensão de que você não precisa sair do Estado para
aprender coisas que são utilizadas no resto do mundo. Você pode
aprender tudo localmente. Hoje com a internet, você consegue acessar
qualquer documentação”, ressaltou.
Antes de chegar à Google, ele começou
em uma consultoria pequena e fez vários trabalhos de desenho de rede,
monitoramento, implementação de sistemas. Enquanto isso, ia enviando seu
currículo. Até que um dia, foi chamado. A multinacional convidou
Marcel e deu largada a um processo seletivo que durou cerca de quatro
meses. Selecionado para trabalhar na Google em
2007, Marcel começou no cargo de engenheiro de operações. O trabalho
era menos especializado do que o que ele opera atualmente, depois de
três promoções. Com a graduação de administrador de empresas, não
acreditava que fosse escolhido para trabalhar em uma parte tão técnica
da Google. “Cheguei aos Estados Unidos e vi que lá não interessa o que
você se formou, mas o que você sabe fazer. O mercado é muito mais
dinâmico e não é tão regulamentado com o mercado brasileiro”, comentou.
A Google tem mais de cem escritórios no
mundo inteiro e são todos conectados. Na Califórnia, onde mora, seu
trabalho é fazer o monitoramento e, às vezes, o desenho da rede. “Se tem
algum problema na rede, tem que descobrir se é uma falha física ou no
desenho inicial. Se tem um problema na Finlândia, eu tenho que
resolvê-lo imediatamente. Do mesmo jeito na Califórnia ou na Austrália.
Minha área é monitorar a rede e fazer com que nunca caia, funcionando o
mais eficientemente possível”, explicou. Marcel acredita que a graduação
na UFRN foi fundamental para que ele conseguisse chegar
à multinacional. O aprendizado obtido em Natal o ajuda até hoje no
gerenciamento dos projetos, a lidar com a diversidade, a lidar com a
pressão e a gerenciar melhor o tempo no trabalho diante das várias
demandas que surgem ao mesmo tempo. “O curso de administração lhe dá
essa visão global que um curso de área mais técnica talvez não
dê tanto”, ressaltou.
...fonte...
Tallysson Moura
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