SOLIDARIEDADE É UMA ARTE
GATA DE RUA EM NATAL/RN É SALVA APÓS CAMPANHA FEITA NO FACEBOOK
ARRECADOU-SE EM 2 SEMANAS CERCA DE R$ 1.200 PARA CUSTEAR CIRURGIA DE RISCO
ARRECADOU-SE EM 2 SEMANAS CERCA DE R$ 1.200 PARA CUSTEAR CIRURGIA DE RISCO
... EDIÇÃO ESPECIAL ...
HISTÓRIA DE UMA GATA
Por
Renato Lisboa
Os dias dela estavam contados.
E os dele, terminados. No caso dela, o problema era caso de morte. No
dele, era apenas de procurar um outro emprego. O encontro dos dois, não
resolveu este segundo problema, mas garantiu a vida dela, graças a uma
campanha feita por meio da internet que arrecadou dinheiro para custeio
de uma cirurgia complicada. Agora, ele (um jornalista) aguarda a
recuperação dela (uma gata de rua).
Há possibilidade dos dois ficarem juntos. Do contrário, não faltam candidatos à adoção. Essa é a história de um bicho de rua, mas ao contrário de muitas outras, tem final feliz. Essa é a história de Costelinha; salva por Leandro, que teve a ideia de fazer uma campanha no Facebook e contou com a ajuda de dezenas de pessoas e o apoio de centenas para salvar uma vida. Talvez a última das sete que a gata deveria ter.
Todo esse caso começou dia 3 de agosto, quando — após cumprir aviso prévio em uma produtora de vídeo — o jornalista Leandro Menezes, 29, deixava o local para vir ao NOVO JORNAL, onde trabalha como diagramador. Ao sair da empresa, ele ficou um tempo conversando com um amigo. Da calçada, ouviu um miado. O barulho vinha do interior da produtora, onde há um terraço. Lá, viu uma pequena gata, aparentando ter quatro meses de idade, muito magra, suja e respirando com dificuldade.
Leandro tentou, na mesma hora, dar uma comidinha para a gata. Ele pegou um pouco da comida que era servida a um cachorro de estimação da produtora. “A gata estava sem apetite, não demonstrando o menor interesse pela alimentação”, conta o jornalista. Porém, como ela estava carente, se aproximava da dupla de amigos.
Como não voltaria ao trabalho na produtora, Menezes decidiu levar a bichana para casa. Quando chegou à sua residência, o jornalista ofereceu carne moída à gata (ainda sem nome); e nada dela querer comer. Ração enlatada para gatos também foi oferecida. Nada. “Gato nenhum recusa esse tipo de comida”, pensou Leandro. Foi aí que ele percebeu que havia um problema. A gata ficou em casa e ele foi para o jornal.
No dia seguinte, o jornalista levou o animal ao veterinário. Devido à dificuldade na respiração dela, o médico suspeitou que o bicho sofria de hérnia e pediu um exame de raio X. Foi então descoberto que a gata tinha três costelas quebradas, fratura provavelmente causada por maus tratos. É irônico, mas vem daí o nome “Costelinha”, que é também referência ao cão de estimação do personagem de desenho animado Doug Funnie (Douglas Yancey Funnie),
Devido à suspeita do diafragma da gata estar perfurado, surgiu a necessidade de uma cirurgia de alto risco para corrigir o problema. Segundo conta Leandro, o veterinário teria comentado que se não passasse pela cirurgia, Costelinha iria viver mais dois ou três dias apenas. “Ela poderia morrer a qualquer momento”, observa Menezes.
O preço da cirurgia era de R$ 750,00. O jornalista não tinha como arcar com tal despesa. Foi quando surgiu a ideia de fazer uma campanha pelo Facebook. Ele tinha o conhecimento de pessoas que abraçam a causa de proteção dos animais e decidiu fazer o mesmo. Conversando com um amigo pela net, ele recebeu a indicação de um grupo de Mossoró, chamado Cãoternura.
Leandro então entrou em contato com a entidade, e enviou a eles os dados de Costelinha, incluindo o resultado do exame de raio X e o laudo do veterinário. Mandou também uma foto da gata para ganhar uma arte por cima e o selo do Cãoternura, para a causa ganhar mais credibilidade.
O cartaz, além de contar a história de Costelinha, dava as informações da conta bancária de Leandro, onde os depósitos deveriam ser feitos para bancar a cirurgia da gata. Alguns minutos depois da publicidade ser postada no Facebook, o jornalista recebeu a primeira ligação telefônica com uma pessoa querendo confirmar a história do bicho. As doações começaram a aparecer e os valores individuais variaram de R$ 5 a R$ 375, valor pago por uma mulher. Duas semanas e 32 doadores após, ao todo, o pedido de socorro virtual a Costelinha arrecadou R$ 1.175,00, dinheiro suficiente para custear tudo o que a gata ferida precisava para ficar bem.
Com o dinheiro, a cirurgia foi feita. A operação durou aproximadamente duas horas e nela foi verificado que, no trauma sofrido, o fígado de Costelinha tinha ido parar em sua caixa torácica, mas o cirurgião colocou o órgão em seu lugar natural. Todos os passos, desde o pedido até a prestação de contas do dinheiro, foram divulgados via Facebook. O dinheiro excedente do valor da cirurgia será usado para pagar as diárias da clínica e medicamentos. “Ainda vai sobrar algum dinheiro e vou doar para um próximo protetor”, planeja Leandro.
O jornalista diz que passou por uma “experiência marcante” e ficou mais sensível à necessidade de proteger e respeitar os animais abandonados e maltratados. “Admiro as pessoas que tenham essa bandeira. Comecei a acreditar em boas causas e pretendo continuar fazendo isso”, conclui ele, que pretende criar o animal.
Sexta-feira passada, Leandro fez a segunda visita a Costelinha. A gata passa muito bem e deve ter alta semana que vem. Caso o jornalista desista da cria, não faltam pretendentes. Ou seja, Costelinha que era de rua e ia morrer; salvou-se, tem opções de moradia, pode se considerar uma das gatas mais sortudas de Natal; e de quebra ainda ficou famosa.
...fonte...
Renato Lisboa
Que coisa mais bonita! Fico feliz com este ato de solidariedade aos animais...e em especial a esta gatinha e ao protetor dela.
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