GRACE ELIZABETH SMITH
Pianista potiguar tem dois objetivos em sua carreira:
O primeiro é difundir a produção clássica brasileira pelo mundo
e a segunda é fazer com que o potiguar reconheça que tem
um nome da música clássica no exterior.
Fotografia: Divulgação
Pianista potiguar tem dois objetivos em sua carreira:
O primeiro é difundir a produção clássica brasileira pelo mundo
e a segunda é fazer com que o potiguar reconheça que tem
um nome da música clássica no exterior.
Fotografia: Divulgação
A MENSAGEIRA DA MÚSICA CLÁSSICA
Por
Cláudio Oliveira
DO NOVO JORNAL
DO NOVO JORNAL
A pianista potiguar Grace Elizabeth Smith, que reside nos Estados
Unidos, conseguiu fora do país o que em solo nativo dificilmente
conseguiria: sobreviver tocando piano e construir uma promissora
carreira. Com seus recitais, ela está revelando ao mundo que no Brasil
existem grandes autores da música erudita
Grace mora em Hartford, capital do estado de Connecticut. Lá, estuda de
três a seis horas diárias, dá aulas em seu estúdio e realiza recitais na
cidade, em outros estados americanos e na Europa, consolidando uma
carreira internacional. É assim que consegue sobreviver com as notas do
teclado.
“Os Estados Unidos conseguiram absorver a música erudita muito mais que o Brasil. Lá existem muitas salas de recitais, teatros e o piano está presente até nas bibliotecas”, relata a musicista. Ela observa que se estivesse residindo em Natal, não conseguiria construir sua carreira porque as oportunidades no Brasil são restritas.
“No Brasil, o eixo Rio-São Paulo difunde melhor a música clássica. Eles têm uma vida cultural mais intensa, com muitos teatros, salas de concerto; até Recife tem isso mais difundido do que Natal”, avalia. Para Grace, não se trata de uma rejeição à música erudita, mas à falta de oportunidade das pessoas conhecerem melhor esse segmento musical.
“Não é que não se gosta desse estilo, mas falta oportunidades para conhecê-lo. Sempre que me apresento em recitais abertos, as pessoas que tem o primeiro contato se dizem felizes por conhecerem esse gênero musical”, destaca.
Esta foi a reação que diz ter ocorrido em Macaíba, no último sábado, quando realizou recital aberto na Igreja Matriz lotada, com o público aclamando a apresentação. Do recital surgiu um fato interessante. O vice-prefeito eleito Olímpio Maciel anunciou que, a partir de 2013, a Igreja de Macaíba receberá um piano para que recitais semelhantes voltem a ocorrer.
Esta foi uma sugestão de Grace, acreditando que iniciativas semelhantes podem disseminar a música erudita no estado. “Sugeri porque quando eu era criança ficava encatada com a voz de uma cantora pianista nas missas da catedral e hoje sou uma pianista. Imagine quantas crianças não têm o dom, mas lhe falta a oportunidade de conhecer a música clássica”. Grace realizou ainda um segundo recital aberto nesta semana na Escola de Música da UFRN.
No Rio Grande do Norte, projetos como o Parcerias Sinfônicas, do Sesc, e o Conexão Felipe Camarão, são lembrados pela pianista como propostas que tendem a possibilitar o acesso da população, especialmente dos jovens, à cultura da música clássica. “Nossa produção musical é praticamente restrita à UFRN. É preciso valorizar a cultura local e as raízes musicais da terra, mas não se limitar a essa produção.
Para os musicistas do estado que pretendem seguir viver do talento musical, a melhor alternativa, segundo a pianista, é especializar-se, de preferência fora do país. “Além do esforço, sacrifício e dedicação, recomendo que tentem se especializar fora porque aqui é tudo ainda muito novo e lá fora as oportunidades são maiores”, aconselha.
“Os Estados Unidos conseguiram absorver a música erudita muito mais que o Brasil. Lá existem muitas salas de recitais, teatros e o piano está presente até nas bibliotecas”, relata a musicista. Ela observa que se estivesse residindo em Natal, não conseguiria construir sua carreira porque as oportunidades no Brasil são restritas.
“No Brasil, o eixo Rio-São Paulo difunde melhor a música clássica. Eles têm uma vida cultural mais intensa, com muitos teatros, salas de concerto; até Recife tem isso mais difundido do que Natal”, avalia. Para Grace, não se trata de uma rejeição à música erudita, mas à falta de oportunidade das pessoas conhecerem melhor esse segmento musical.
“Não é que não se gosta desse estilo, mas falta oportunidades para conhecê-lo. Sempre que me apresento em recitais abertos, as pessoas que tem o primeiro contato se dizem felizes por conhecerem esse gênero musical”, destaca.
Esta foi a reação que diz ter ocorrido em Macaíba, no último sábado, quando realizou recital aberto na Igreja Matriz lotada, com o público aclamando a apresentação. Do recital surgiu um fato interessante. O vice-prefeito eleito Olímpio Maciel anunciou que, a partir de 2013, a Igreja de Macaíba receberá um piano para que recitais semelhantes voltem a ocorrer.
Esta foi uma sugestão de Grace, acreditando que iniciativas semelhantes podem disseminar a música erudita no estado. “Sugeri porque quando eu era criança ficava encatada com a voz de uma cantora pianista nas missas da catedral e hoje sou uma pianista. Imagine quantas crianças não têm o dom, mas lhe falta a oportunidade de conhecer a música clássica”. Grace realizou ainda um segundo recital aberto nesta semana na Escola de Música da UFRN.
No Rio Grande do Norte, projetos como o Parcerias Sinfônicas, do Sesc, e o Conexão Felipe Camarão, são lembrados pela pianista como propostas que tendem a possibilitar o acesso da população, especialmente dos jovens, à cultura da música clássica. “Nossa produção musical é praticamente restrita à UFRN. É preciso valorizar a cultura local e as raízes musicais da terra, mas não se limitar a essa produção.
Para os musicistas do estado que pretendem seguir viver do talento musical, a melhor alternativa, segundo a pianista, é especializar-se, de preferência fora do país. “Além do esforço, sacrifício e dedicação, recomendo que tentem se especializar fora porque aqui é tudo ainda muito novo e lá fora as oportunidades são maiores”, aconselha.
CHIQUINHA GONZAGA
A pianista Grace Smith é admiradora da obra de Chiquinha Gonzaga
Pretensão de lançar um CD somente com composições dos brasileiros
A música do sexo feminino também terá espaço nos seus planos
Arte: Ralfe Braga
A pianista Grace Smith é admiradora da obra de Chiquinha Gonzaga
Pretensão de lançar um CD somente com composições dos brasileiros
A música do sexo feminino também terá espaço nos seus planos
Arte: Ralfe Braga
NO REPERTÓRIO, AUTORES NACIONAIS
Grace Smith tem dois objetivos em sua carreira. O primeiro é difundir
a produção clássica brasileira pelo mundo e a segunda é fazer com que o
potiguar reconheça que tem um nome da música clássica no exterior.
“Quero que o erudito se estenda além do Nordeste. Quero que o potiguar
saiba que tem uma pianista. Como no exterior a música clássica chama a
atenção, quero que os nomes daqui sejam conhecidos por lá”, enfatiza.
Em seu repertório, Grace apresenta além das clássicas autorias de Jean-Philippe Rameau, Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Liszt, Claude Debussy, os trabalhos de brasileiros como Heitor Villa-Lobos, Marlos Nobre e Chiquinha Gonzaga.
Seus recitais geralmente são divididos em duas partes, sendo a primeira dedicada aos autores de outros países e a segunda aos autores brasileiros. Para 2013, ela pretende ampliar esse repertório tupiniquim. “Não posso revelar tudo, mas quero ampliar o repertório brasileiro apresentando autores do Rio Grande do Norte e da Paraíba não tão conhecidos”, revela.
A música do sexo feminino também terá espaço nos seus planos. “Vou apresentar mais composições de mulheres como Clara Schumann e a brasileira Chiquinha Gonzaga”, anuncia Grace com a pretensão de lançar um CD somente com composições dos brasileiros.
Em Natal até o início de janeiro, ela quer trabalhar ainda no próximo ano para intensificar suas visitas ao Brasil, especialmente ao Rio Grande do Norte e criar um eixo de recitais de música clássica além do Nordeste, partindo para o Sul e para a região Norte do país.
Em seu repertório, Grace apresenta além das clássicas autorias de Jean-Philippe Rameau, Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Liszt, Claude Debussy, os trabalhos de brasileiros como Heitor Villa-Lobos, Marlos Nobre e Chiquinha Gonzaga.
Seus recitais geralmente são divididos em duas partes, sendo a primeira dedicada aos autores de outros países e a segunda aos autores brasileiros. Para 2013, ela pretende ampliar esse repertório tupiniquim. “Não posso revelar tudo, mas quero ampliar o repertório brasileiro apresentando autores do Rio Grande do Norte e da Paraíba não tão conhecidos”, revela.
A música do sexo feminino também terá espaço nos seus planos. “Vou apresentar mais composições de mulheres como Clara Schumann e a brasileira Chiquinha Gonzaga”, anuncia Grace com a pretensão de lançar um CD somente com composições dos brasileiros.
Em Natal até o início de janeiro, ela quer trabalhar ainda no próximo ano para intensificar suas visitas ao Brasil, especialmente ao Rio Grande do Norte e criar um eixo de recitais de música clássica além do Nordeste, partindo para o Sul e para a região Norte do país.
GRACE ELIZABETH SMITH
Em janeiro de 2013 Grace estará, a convite do aclamado
Paul Badura-Skoda, participando de curso de aperfeiçoamento,
dirigido por este, na Villa Medici Giulini na Itália Fotografia: Divulgação
Em janeiro de 2013 Grace estará, a convite do aclamado
Paul Badura-Skoda, participando de curso de aperfeiçoamento,
dirigido por este, na Villa Medici Giulini na Itália Fotografia: Divulgação
TRAJETÓRIA
Esforço e dedicação não faltaram para Grace alcançar em dez anos uma
carreira internacional. Ela começou a estudar piano por volta dos 8 anos
e prosseguiu sem a intenção de seguir a carreira. “Foi quando comecei o
curso superior que comecei a estudar profissionalmente”, relata. Grace
foi a primeira colocada no curso de Música e na área Humanística II em
2002.
No meio do curso foi estudar na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde se formou em 2006. No ano seguinte, com o apoio da família, fez cursos na Inglaterra, depois em Portugal e se apresentou pelo Brasil e pelos países da Europa.
“Eu quis ir para o berço da música clássica porque como aqui existe a necessidade da aceitação da nossa cultura, há a falsa impressão de que música clássica não tem espaço porque é música importada”, observa.
Foi diplomada em Licenciatura pela Universidade Católica de Brasília e Mestre em Música pela Hartt School, Universidade de Hartford (EUA), além de conquistar prêmios como o Evelyn Bonar Storrs Scholarship (2011) e o Amalfi Coast Music and Arts Festival Scholarship (2010).
Durante seu mestrado foi bolsista e professora assistente de piano na Universidade de Hartford. Estudou piano com o brasileiro Luiz de Moura Castro e Dr. David Westfall, continuando atualmente o seu trabalho como assistente dos mesmos. A partir de 2009 a carreira de Grace se desenvolveu com mais intensidade. Em todo esse tempo retornou sucessivas vezes ao Brasil, passando por Natal e outras cidades do país ministrando palestras, já que também é educadora, e realizando recitais.
“Vivo um momento em que sinto minha carreira se desenvolvendo e uma grande aceitação do público por onde me apresento; quero que a Europa conheça a produção erudita brasileira”, declara.
No meio do curso foi estudar na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde se formou em 2006. No ano seguinte, com o apoio da família, fez cursos na Inglaterra, depois em Portugal e se apresentou pelo Brasil e pelos países da Europa.
“Eu quis ir para o berço da música clássica porque como aqui existe a necessidade da aceitação da nossa cultura, há a falsa impressão de que música clássica não tem espaço porque é música importada”, observa.
Foi diplomada em Licenciatura pela Universidade Católica de Brasília e Mestre em Música pela Hartt School, Universidade de Hartford (EUA), além de conquistar prêmios como o Evelyn Bonar Storrs Scholarship (2011) e o Amalfi Coast Music and Arts Festival Scholarship (2010).
Durante seu mestrado foi bolsista e professora assistente de piano na Universidade de Hartford. Estudou piano com o brasileiro Luiz de Moura Castro e Dr. David Westfall, continuando atualmente o seu trabalho como assistente dos mesmos. A partir de 2009 a carreira de Grace se desenvolveu com mais intensidade. Em todo esse tempo retornou sucessivas vezes ao Brasil, passando por Natal e outras cidades do país ministrando palestras, já que também é educadora, e realizando recitais.
“Vivo um momento em que sinto minha carreira se desenvolvendo e uma grande aceitação do público por onde me apresento; quero que a Europa conheça a produção erudita brasileira”, declara.
...fonte...
Cláudio Oliveira
Cláudio Oliveira
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Os direitos autorais são protegidos pela Lei n° 9.610/98, violá-los é crime!
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