formação de plateias e engrandecimento da arte do teatro potiguar
!!! O resgate deste personagem é um dever do RN !!!
JESIEL FIGUEIREDO VIVE!
Por
Franklin Jorge
Fundador do Teatro Moderno no Rio Grande
do Norte, Jesiel Figueiredo marcou uma época em Natal, sobretudo como
empreendedor cultural, diretor e formador de plateias e, por fim, como
professor, oficializando assim uma vocação que engrandecia o seu talento
cênico.
Creio que é
herança deixada por Jesiel essa ampla e crescente acolhida do teatro
pelo natalense; essa predisposição para o teatro é, em grande parte, fruto do trabalho de um homem que, por 20 anos, sem descanso e sem
desanimar-se com obstáculos e humilhações que sublimava em função do seu
amor ao teatro, plantou num público infantil o gosto por essa magia a
que os atores dão vida e faz do público partícipe. Este germe cultural
Jesiel inoculou em milhares de crianças que passaram a frequentar, todos
os domingos, o único programa destinado a crianças então existente.
Bom diretor e ator sofrível, Jesiel
realizou admirável trabalho de educador. Utilizou o teatro em seu mais
rico espectro, como parte de um processo educativo que nos tem dado bons
frutos, entre os quais, o empenho em formar plateias a partir da
criação de um “teatro infantil” regular, apresentado o ano inteiro,
fomentando assim entre as crianças e seus pais o habito do espetáculo.
Hoje, já não nos podemos queixar da inexistência de público. O que inibe
e atrapalha significativa parcela do público de teatro – parafraseando
Shakespeare – é o preço do ingresso!
Durante duas décadas, todos os domingos,
havia em Natal um programa que alimentava a fantasia de um público fiel
e participativo, o “teatro infantil de Jesiel”, um sucesso permanente,
exemplo de persistente abnegação, um fato memorável na crônica do Teatro
Alberto Maranhão. E tudo isso numa época em que não se cogitava de
profissionalismo, fez Jesiel do teatro meio de vida e lutou pelo direito
do artista ao trabalho .
Primogênito entre seus nove irmãos e de uma família protestante,
nasceu em Natal, no dia 11 de abril de um ano qualquer da década de 40
e morreu no dia 16 de agosto de 1994, vítima de acidente automobilístico
Hoje o seu nome, entre nós, está
esquecido ou pouco lembrado; e creio mesmo que, diante de tão grande
desapreço pela Cultura – pela cultura que é conhecimento -, seriam
poucos a saber redimensionar a grandeza dessa contribuição de Jesiel
Figueiredo ao Teatro e a todo esse processo que se traduz em um habito
salutar que tem assegurado a ida do natalense às salas de espetáculos,
como opção de lazer e divertimento.
Artistas Unidos, seu grupo, fez
experiência pioneira, despertando nosso teatro ate então provinciano,
caudatário de uma cultura circense de dramalhões sentimentais ou de
comédias ligeiras e insípidas, para uma dramaturgia nova que expulsou de
vez dos nossos palcos o amadorismo tosco ou o comodismo prático de dois
entre três grupos de teatro. Saímos, com Jesiel, do teatro digestivo
para um teatro de ideias que incentivava ao pensamento e à reflexão.
Assim, deu-nos em espetáculos marcados por profissionalismo, peças de
autores como Albert Camus (“Calígula” que lhe daria o prêmio de Direção
no V Festival Nacional de Arcozelo/RJ, em 1968), Shakespeare, Eugene
O´Neil, Molière, Sófocles, Nelson Rodrigues, Antonio Callado etc.
difundiu entre nós os clássicos e os contemporâneos. Empenhou-se em
dar-nos, em panorâmica, uma cartografia do teatro em sua pluralidade de
gêneros e estéticas.
Ainda me lembro do deslumbramento que
senti ao descobrir sua biblioteca, constituída por uma bem escolhida
bibliografia especializada e, naquela época, quase inacessível aos
curiosos do teatro. Lá, deparei-me com a mais seleta e representativa
dramaturgia contemporânea. Generoso, permitiu-me que lesse tudo aquilo,
sem restrição alguma. Li e reli avidamente todas aquelas obras,
inclusive a parte relativa aos estudos dramatúrgicos e técnicos que me
descortinaram a estética, as ideias e a formação cultural de consagrados
diretores, como Stanislavski, Meyerold e Brecht. Fiquei por dentro do
teatro clássico e moderno e, em alguns momentos, pude acompanhar o seu
processo de trabalho, como diretor, desde a concepção do espetáculo à
preparação do ator e encenação. Foi, nesse âmbito, um dos meus mestres.
...fonte...
...veja...
Jesiel Figueiredo - Natalense Ilustre
Parabéns, este Blog é uma referência para a Cultura Potiguar. Resgatar os nossos incentivadores e ícones do nosso Teatro como Jesiel Figueiredo, é muito mais do que cultura,é festejar a vida.
ResponderExcluirJesiel Figueiredo! Vive!
Suas palavras são incentivadoras! Obrigado por acreditar no blog Potiguarte!!
ResponderExcluirOBRIGADO PELA FAMÍLIA FIGUEIREDO !!!! ALYNNE SAJE FIGUEIREDO . COM CERTEZA ELE MERECE ESSA HOMENAGEM .
ResponderExcluir