BELEZA NO ABANDONO
Publicitário e fotógrafo Flávio Aquino retrata objetos
encontrados no lixo ao acaso e monta uma
exposição na Pinacoteca do Estado
Fotografia: Divulgação
HÁ BELEZA NO ABANDONO?
Por
Henrique Arruda
NOVO JORNAL
Ao todo, onze imagens contam a experiência de arqueólogo que o fotógrafo diz ter experimentado para capturar os objetos durante as pesquisas que realizou pela cidade, principalmente aos finais de semana, quando tinha tempo livre. Entre os registros, o visitante se depara com máquinas de datilografia, estátuas, disquetes, cigarros, ar-condicionados, máquinas de fotografar, sofás e carcaças de carros.
Aliás, tudo surgiu a partir de uma máquina fotográfica antiga. Esse foi o primeiro objeto encontrado por Aquino, enquanto ele caminhava. Quando eu vi aquela câmera jogada em um terreno baldio, eu me dei conta de que ela tinha vivido histórias com alguém e resolvi pensar nisso mais a fundo, então tive a ideia de criar essa exposição, recorda.
Ainda de acordo com o fotógrafo, todas as imagens dão a impressão de que o próprio público está se encontrando com aqueles objetos pela primeira vez. Eu fiz questão de não interferir em nada. Todos os objetos foram fotografados no mesmo lugar onde eu os encontrava. No máximo ajustava a posição de um ou outro, garante Aquino, afirmando também que todas as fotografias foram produzidas à noite, com a técnica light painting, que consiste em iluminar o objeto com uma lanterna ou outra fonte de luz, utilizando o modo de longa exposição na câmera.
O resultado lhe empolgou tanto que mesmo após montar a exposição, ele ainda continua buscando pelas ruas da cidade objetos que tenham história para contar. Não fui atrás dos donos desses objetos, mas sei que existem histórias por trás disso tudo. E a ideia é um pouco essa também, de deixar que as pessoas imaginem isso, comenta.
Muito embora essa exposição já traga duas sequências fotográficas com estátuas, ele pretende montar em breve outra exposição somente com imagens de esculturas abandonadas. A ideia começou a partir das fotografias que fez com o Anjo Azul. A estátua servia como ponto de referência de uma loja de antiguidades na Avenida Hermes da Fonseca, até a galeria que levava seu nome fechar em 2010. Após anos de negociação, a peça foi desmontada e transferida para Ponta Negra, onde permanece espalhada na praça do conjunto Alagamar até hoje.
O anjo azul foi arrancado daquela casa e jogaram ele lá em Ponta Negra sem nenhum compromisso. Uma estátua que é tão importante para a cidade, pelo menos na minha opinião, está desmontada. Dá pena, eu fiquei muito triste quando fui fotografar, considera. Em "Abandonados", partes do Anjo Azul de Jordão (o escultor da peça) aparecem em quatro fotografias individuais, que juntas formam uma colagem. É tão importante para mim que resolvi usá-la para divulgar a exposição, argumenta.
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Pinacoteca do Estado
Até o dia 31 de setembro
08h às 17h
Entrada Gratuita
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