FELIPE BEZERRA & ANDRÉ GURGEL
Em 2013, com menos de um ano de vida, o estúdio Mula Preta, da cidade de Natal, levou para casa nada menos que quatro troféus da A’Design Awards, competição anual organizada pelo Museu do Design, na região de Milão, na Itália. Além da poltrona Basquete, que conquistou o certificado de ouro, o estúdio levou ainda duas pratas (com o banco Centopeia e a poltrona Nest) e um bronze (com a cadeira Reta). Há uma centena ou milhares de designers de leitura pop e comercial pelo mundo, mas os rastros da Mula, enaltecidos agora em 2015, apontam para fatores concretos para a longevidade do sucesso da dupla.
Fotografia: Mula Preta Design Studio
DESIGNERS POTIGUARES GANHAM DESTAQUE INTERNACIONAL
Por
Augusto Bezerril
NOVO JORNAL
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Quando o canal Mundo Feérico - braço do novo Lifestyle na internet - divulgou o nome Mula Preta entre os nomes do line up da DMais BH, a jornalista Heloísa Aline usou as redes sociais para lembrar ter conhecido o trabalho de André Gurgel e Felipe Bezerra durante a Design Week, realizada em Paris. “Eu conheço o trabalho dos meninos, eles são excelentes”, comentou a jornalista especializada em moda, decoração e design em MG. O feérico traçado de informações entre oceano Atlântico e os sertões do Rio Grande do Norte até Belo Horizonte é bem ilustrativo da trajetória do escritório de design Mula Preta - cujo portfólio tem listados diversos prêmios internacionais.
Antes de fazer atrair os olhares na Made, feira realizada durante a Design Week End no Jockey Clube de São Paulo, o impactante banco “Centopeia” já havia pontuado em mostras na Europa. O escritório Mula Preta coleciona bom número de premiações especialmente na “Design Award Milan”. “Somos pop e comercial”, diz a dupla sobre o trabalho.
Há uma centena ou milhares de designers de leitura pop e comercial pelo mundo, mas os rastros da Mula apontam para fatores concretos para o sucesso da dupla. Como diria alguém acostumado à vida rural, a Mula Preta carrega de um lado o conhecimento de arquitetura de grandes projetos já saídos das pranchetas e moleskines de Felipe Bezerra e o conhecimento de tecnologia, maquete eletrônica e engenharia eletrônica por parte de André Gurgel.
O atual boom no design originalmente brasileiro também ajuda - e muito. Unindo conhecimento de arquitetura, tecnologia e talento, o Mula Preta chega na hora certa em um mercado disposto a pagar pela brasilidade cosmopolita em peças de leveza e bom humor.
Em busca de novas aplicações criativas além do universo imobiliário, Felipe Bezerra pensou originalmente criar uma editora. A quantidade de livros expostos numa sala do grupo Ecocil e na casa do arquiteto podem explicar o desejo. Sem deixar de lembrar, claro, que a fotógrafa Candinha Bezerra - mãe de Felipe - já dá enorme contribuição à área cultural. “Arquitetura é profissão de frustração. É um trabalho muito cartesiano. Eu sentia necessidade de mais liberdade criativa”, revela Bezerra.
Egresso da Espanha - onde cursou design -, André também ensaiava novo empreendimento. O traço e humor - além da confiança na capacidade - fez com que os dois se unissem em torno de várias ideias no papel. A canção de Luiz Gonzaga surgiu como síntese do projeto que se esboçava, profissionalmente, mas sem grandes pretensões. “É um nome nordestino”, revela Bezerra. “A gente queria que refletisse o humor do nosso trabalho”, emenda Gurgel.
O conjunto geométrico que dá forma à logomarca mostra que a Mula Preta é construída a partir de uma irreverência embasada em técnica. O escritório representa bem - desde a criação em 2012 - o nordeste brasileiro, mas tem vetores apontados para o mundo.
GIRO PELO SUDESTE GERA NOVOS NEGÓCIOS
Sem muito alarde e com rara fluidez para um estúdio radicado no Nordeste brasileiro, o trabalho da Mula Preta não apenas seduz a imprensa especializada, mas gera negócios. O divertido som “Apito” teve, num momento em que o Brasil vive barulheira sobre crise, produção aumentada depois do giro da dupla por eventos no Sudeste. “A gente realmente não esperava tamanha procura”, espanta-se Gurgel. Nada mal para uma peça cuja criação teve base “lúdica” no estudo de formas e conhecimento de eletrônica. Se fosse um jogo, a tática tem fundamento nos pilares do escritório.
As luminárias “Pirulito” - peça apresentada em exposição na Galeria Josehph em Paris - e “Halter” são bem emblemáticas da gênesis do escritório a partir do mercado imobiliário de Natal. As peças têm base de concreto, material recorrente na sólida empresa Ecocil Engenharia.
A poltrona “Fluens”, em desenvolvimento, tem estrutura de metal. E guarda lembrança de um episódio pouco feliz na história do arquiteto e designer Felipe Bezerra. O “Arco do Sol” - criada em comemoração aos 400 anos de Natal - foi retirado da Zona Sul de Natal durante a gestão da prefeita Micarla de Sousa e não voltou mais à paisagem.
Enquanto ganha o mundo e representa muito bem o espírito nordestino e cosmopolita do natalense, o Mula Preta leva gol contra em sua cidade sede. Felipe, tendo na escuderia André Gurgel, não desanima e responde com engenho, leveza e humor.
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www.novojornal.jor.br
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Os direitos autorais são protegidos pela Lei nº 9.610/98, violá-los é crime!
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