O bailarino natalense representará o Brasil no
VI Festival Internacional Mahmud Esambaev de Dança.
O potiguar compete na categoria solo do evento que
acontece de 15 a 19 de outubro na cidade de Gronzy.
Américo é licenciado em dança pela UFRN,
atua no Balé da Cidade de Natal
e é professor da Cia. Giradança.
Fotografia: Divulgação
NATALENSE EM FESTIVAL DE DANÇA NA RÚSSIA
Por
Yuno Silva
TRIBUNA DO NORTE
“Me descobriram aqui em Natal e
soube que serei o único representante do Brasil por lá. Confesso que a ficha
ainda não caiu”, disse o bailarino natalense Alexandre Américo sobre sua
participação no 6º Festival Internacional de Dança Mahmud Esambaev, que
acontece de 15 a 19 de outubro na Rússia. De caráter competitivo e voltado
apenas para solos, o evento buscava preencher a vaga verde-e-amarela com
trabalhos embasados na estética afro, justamente a área de interesse do artista
de 24 anos nascido em Natal que leva na bagagem as coregrafias “Retorno a Nanã”
e “Dona de Minha Cabeça”. A trilha sonora das duas coreografias dialogam com os
tambores do Candomblé.
O bailarino viaja para o Leste
Europeu na madrugada desta próxima segunda (13) para terça-feira (14) com tudo
pago, e antes de seguir para a cidade de Grozny, na Chechênia, sul da Rússia,
onde ele se apresenta dias 17 e 18, faz um tour por Moscou com direito a
intérprete. “Como é um evento competitivo, não há cachê”, disse Américo já na
expectativa para sua primeira viagem internacional. “Foi um convite inesperado
e acredito que irá abrir novas possibilidades. Estou indo como se fosse dançar
no Teatro Alberto Maranhão, disposto a aprender, dialogar e fazer contatos”,
planeja o intérprete-criador.
Ele contou que Régis Bastian,
presidente (e olheiro) da Federação Brasileira de Artes Populares - Febrarp,
instituição responsável por indicar um bailarino brasileiro para o festival
russo, ficou sabendo de seu trabalho através de Acácia Oliveira, integrante do
grupo Parafolclórico da UFRN, e veio a Natal conferir a performance: “Estavam a
procura de um trabalho solo com estética afro-brasileira e gostaram do que apresentei.
Fizeram entrevista comigo e enviaram meu material para os russos aprovarem”,
lembra. Américo, que não estudou balé clássico e ingressou direto na dança
contemporânea, desenvolve pesquisas em torno da temática afro-brasileira desde
2010.
Graduado em Dança pela
Universidade Federal, ele informou que não participa de nenhuma companhia de
dança (prefere a independência) e que atualmente desenvolve a coreografia
“Solo”, inspirada em elementos da ancestralidade tupiniquim: “Apesar da pegada
ser diferente da estética afro, tudo está interligado e um trabalho acaba
colaborando com o outro. Vejo que vale a pena investir na temática”.
Além do bailado solo, Alexandre
também atua como professor, coreógrafo e assistente de direção no grupo Gira
Dança. “Tenho sede de produzir conhecimento enquanto danço”, destacou. O
artista pretende seguir nos palcos e ingressar na carreira acadêmica,
adiantando que sua linha de estudo busca cruzar a arte da Dança com a
Psicologia e a Neurociência.
Vale ressaltar que, diferente do
balé clássico, onde a carreira é mais curta, a exigência física é maior e na
maioria dos casos o profissional do primeiro escalão não passa dos 40 anos, na
dança contemporânea não tem idade definida. “Esse é meu caminho, quero dançar
até não poder mais”, garante.
Com experiência em dança de salão
e contemporânea, danças populares, flamenco, ritmos latinos e afro-brasileiros,
Alexandre Américo iniciou profissionalmente na área em 2008. De lá para cá já
criou as coreografias “Que Seja Uno” (2011), “Ocaso” (2012), “Marruá” (2012),
“Adó” (2012), “Erú-ya” (2012), “LogunEdé” (2012), “Kawóò” (2012), “Clono”
(2013) e “Ensaio Sobre Decidir” (2014).
Em tempo: o festival homenageia o
bailarino, ator e coreógrafo checheno Mahmud Esambaev. A realização é do Ministério
da Cultura da República da Chechênia com patrocínio do Ministério da Cultura da
Federação Russa.
Bailarinos da Roosevelt Pimenta
no Bolshoi
O balé clássico com DNA local
também busca a conquista de novos palcos e extrapola fronteiras de carona na
bagagem dos adolescentes Anderson Clementino e Júlia Brito, ambos de 14 anos e
alunos da Escola de Ballet Roosevelt Pimenta, instituição vinculada a Fundação
Capitania das Artes. A dupla foi selecionada para participar de audição na
Escola de Teatro Bolshoi do Brasil, sediada em Joinville (SC) – o teste está
marcado para o próximo dia 18 de outubro. Anderson estuda há três anos na
escola municipal e Júlia há cinco.
“A audição será fechada para
bailarinos de todo o país indicados por mestres da dança no Brasil. É um feito
importante para a Escola e para o município, pois reforça a qualidade técnica
dos nossos professores e alunos”, ressalta Dimas Carlos, diretor da Escola de
Ballet Roosevelt Pimenta, que em 2014 completou 40 anos de atividades. A Escola
de Teatro Bolshoi foi criada na Rússia em 1773 e a filial brasileira, fundada
em 2000, é a única fora daquele país.
...fonte...
www.tribunadonorte.com.br
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