abril 07, 2011

A ARTE DE UM POTIGUAR DE CORAÇÃO

 FLÁVIO FREITAS
TODA A ARTE DE UM POTIGUAR DE CORAÇÃO
 Por
Fernanda Zauli

O artista plástico Flavio Freitas, ou Flavio Ferreira de Souza Freitas, é filho de uma natalense com um baiano, o que faz dele um carioca com DNA 100% nordestino. Carioca de nascimento, potiguar de coração. "Passei minha infância em Natal, me criei aqui, minhas vivências são aqui. Eu me trato como potiguar e me sinto culturalmente atrelado ao universo potiguar. Por isso, quando me perguntam, eu digo que sou um artista de Natal", disse. Pai de três filhos, e casado duas vezes - com a mesma mulher -, ele se define como um homem caseiro, e diz que no tempo livre sua prioridade é a família, a música e a paixão por velejar. "Exatamente nesta ordem".

Flavio Freitas se casou aos 25 anos de idade, quando ainda "não tinha muito juízo". Talvez por isso o casamento tenha durado apenas quatro meses. "Eu fazia faculdade ainda e endoidei o juízo", disse. Um ano e meio depois ele tentou reconquistar a ex-esposa e, depois de muita insistência, se casou pela segunda vez com Ana Guará, sua mulher até hoje. "Mas não foi fácil, eu tive que esfregar o joelho no chão muitas vezes, eu ralei muito até ela ter firmeza de que dessa vez era sério", disse. Com ela, Flavio teve três filhos: Maria Clara, Edwards e Daniel

Seu dia a dia é como o de todo trabalhador comum, mas envolto do charme das artes. Todos os dias ele vai para o seu ateliê. Passa o dia todo por lá, com a pausa para o almoço. Amante do ciclismo ele diz que hoje não pedala mais por conta da localização do ateliê, que fica na Ribeira. "Quando era na Afonso Pena eu saía de bicicleta para resolver algumas coisas, ir ao banco por exemplo, mas aqui na Ribeira pra sair tem ladeira por todos os lados, aí eu já fico todo suado e não dá certo", diz. Flavio chegou a participar de competições de ciclismo na adolescência e em 2005 fez uma viagem de Natal a Canoa Quebrada, no Ceará, pedalando acompanhado dos filhos Daniel e Edwards, então com 16 e 15 anos, respectivamente. "Resolvi fazer uma experiência de aventura, saúde e natureza com meus filhos. Consegui convencê-los a irem, o que não é fácil porque nessa idade os filhos não querem fazer nada com os pais. Então eu disse que a única obrigação deles seria escrever o que acontecesse todos os dias", disse. O resultado dos diários da viagem foi o livro Três Bicicletas pela Beira-Mar, lançado em 2008.

Nos fins de semana Flavio se divide entre a família e ao barco à vela, que mantém no Iate Clube, em Natal. A paixão pelo velejo também vem desde a infância. Quando criança, ele veraneava com a família em Ponta Negra e cresceu vendo as jangadas ao mar, o que lhe deu uma identificação natural com barcos. "Eu sempre tive vontade e quando tive oportunidade comprei meu primeiro barco à vela, que é o que tenho até hoje". O domingo à noite é reservado para a missa. Flavio Freitas, contrariando todos os estereótipos, é um artista católico praticante. "Com as descobertas da ciência, foi-se criando uma ridicularizarão da fé e, por isso, as pessoas têm a impressão de que tudo que envolve uma intelectualidade maior está afastado da igreja. E hoje, na verdade, existe um movimento na direção contrária, que envolve as descobertas da física quântica que comprovam cientificamente coisas que antes eram tidas como especulação religiosa. Eu vou à missa todos os domingo, sou um católico praticante".

DOS ESTUDOS MUSICAIS AOS PINCÉIS COLORIDOS

A habilidade de Flavio com os desenhos vem desde a infância. Na escola, ele era aquele aluno que fazia caricaturas de professores e colegas, o que acabava chamando a atenção dos amigos. Flavio também se identificava muito com a música e estudou trompete e teoria musical na Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), de 1974 a 1981. Ele chegou a tocar na Orquestra Sinfônica do RN, mas, quando foi para os Estados Unidos estudar trompete no New England Conservatory of Music, percebeu que seu talento era mesmo para as artes plásticas.

"Eu fui estudar música e, quando cheguei lá com 21 anos de idade, me deparei com umas meninas de 15 que tocavam muito mais do que eu. Sempre gostei de música, mas eu não tinha aquela facilidade natural. Sempre me destaquei pelo desenho. Mesmo na faculdade, eu percebia que meu desenho era comentado pelos professores. E na música eu ralava, tinha mais dificuldade, tinha consciência de que minhas habilidades com a música eram medianas", disse. Foi durante esta viagem aos EUA que ele decidiu que iria trabalhar com artes plásticas. "Eu fiz alguns cursos de artes nos EUA, e lá eu percebi um universo profissional que eu não conhecia. Até então eu fazia faculdade de arquitetura para ser arquiteto, depois dessa viagem eu soube que não seria arquiteto", disse.

Mas, como nem tudo na vida acontece como planejado, Flavio chegou a trabalhar como arquiteto por quatro anos em Fernando de Noronha. "Eu vi na ilha um potencial de paisagens, beleza natural, e busquei uma forma de me encaixar no mercado. Fiz uma concessão de trabalhar com arquitetura e fui trabalhar na Secretaria de Obras. Eu passei a faculdade inteira falando que não seria nem arquiteto nem funcionário público, e acabei tendo que engolir a seco". A experiência de viver 10 anos em Fernando de Noronha vai virar um livro que já está sendo produzido e está previsto para ser lançado em 2012. "O livro vai mostrar um pouco da minha emoção, da minha experiência de trabalho em Noronha".

...fonte...
Fernanda Zauli

...contato...

...fotografia...
Canindé Soares

Um comentário:

  1. Obrigado José Carlos e Fernanda,

    Abraço e contem comigo,
    Flávio Freitas

    ResponderExcluir

Fiz uma visita e gostei!! Passa lá você também!!!