dezembro 31, 2012

2013... MAIS AMOR, POR FAVOR!

 P O T I G U A R T E

 !!! UM ANO REPLETO DE ARTE E CULTURA PRA VOCÊ !!!

 FELIZ 2013!

Desejamos aos nossos visitantes — novos e habituais –, comentaristas, colaboradores, parceiros, companheiros e amigos, Boas Festas e um Feliz Novo Ano! A todos que, de janeiro a dezembro,  nos contemplaram com mais de 80 mil visualizações e, mais ainda, nos honraram com uma significante indicação ao prêmio Top Blog 2012, um brinde pelo despertar de 2013 que, obviamente, será repleto de mil e uma realizações. Acredite!!!


José Carlos da Silva
Editor de postagens do blog Potiguarte
potiguarte@hotmail.com

dezembro 30, 2012

A MENSAGEIRA DA MÚSICA CLÁSSICA

 GRACE ELIZABETH SMITH
Pianista potiguar tem dois objetivos em sua carreira:
O primeiro é difundir a produção clássica brasileira pelo mundo
 e a segunda é fazer com que o potiguar reconheça que tem
 um nome da música clássica no exterior.
 Fotografia: Divulgação

A MENSAGEIRA DA MÚSICA CLÁSSICA

Por
Cláudio Oliveira 
DO NOVO JORNAL

A pianista potiguar Grace Elizabeth Smith, que reside nos Estados Unidos, conseguiu fora do país o que em solo nativo dificilmente conseguiria: sobreviver tocando piano e construir uma promissora carreira. Com seus recitais, ela está revelando ao mundo que no Brasil existem grandes autores da música erudita

Grace mora em Hartford, capital do estado de Connecticut. Lá, estuda de três a seis horas diárias, dá aulas em seu estúdio e realiza recitais na cidade, em outros estados americanos e na Europa, consolidando uma carreira internacional. É assim que consegue sobreviver com as notas do teclado.

“Os Estados Unidos conseguiram absorver a música erudita muito mais que o Brasil. Lá existem muitas salas de recitais, teatros e o piano está presente até nas bibliotecas”, relata a musicista. Ela observa que se estivesse residindo em Natal, não conseguiria construir sua carreira porque as oportunidades no Brasil são restritas.

“No Brasil, o eixo Rio-São Paulo difunde melhor a música clássica. Eles têm uma vida cultural mais intensa, com muitos teatros, salas de concerto; até Recife tem isso mais difundido do que Natal”, avalia. Para Grace, não se trata de uma rejeição à música erudita, mas à falta de oportunidade das pessoas conhecerem melhor esse segmento musical.

“Não é que não se gosta desse estilo, mas falta oportunidades para conhecê-lo. Sempre que me apresento em recitais abertos, as pessoas que tem o primeiro contato se dizem felizes por conhecerem esse gênero musical”, destaca.

Esta foi a reação que diz ter ocorrido em Macaíba, no último sábado, quando realizou recital aberto na Igreja Matriz lotada, com o público aclamando a apresentação. Do recital surgiu um fato interessante. O vice-prefeito eleito Olímpio Maciel anunciou que, a partir de 2013, a Igreja de Macaíba receberá um piano para que recitais semelhantes voltem a ocorrer.

Esta foi uma sugestão de Grace, acreditando que iniciativas semelhantes podem disseminar a música erudita no estado. “Sugeri porque quando eu era criança ficava encatada com a voz de uma cantora pianista nas missas da catedral e hoje sou uma pianista. Imagine quantas crianças não têm o dom, mas lhe falta a oportunidade de conhecer a música clássica”. Grace realizou ainda um segundo recital aberto nesta semana na Escola de Música da UFRN.

No Rio Grande do Norte, projetos como o Parcerias Sinfônicas, do Sesc, e o Conexão Felipe Camarão, são lembrados pela pianista como propostas que tendem a possibilitar o acesso da população, especialmente dos jovens, à cultura da música clássica. “Nossa produção musical é praticamente restrita à UFRN. É preciso valorizar a cultura local e as raízes musicais da terra, mas não se limitar a essa produção.
 
 
Para os musicistas do estado que pretendem seguir viver do talento musical, a melhor alternativa, segundo a pianista, é especializar-se, de preferência fora do país. “Além do esforço, sacrifício e dedicação, recomendo que tentem se especializar fora porque aqui é tudo ainda muito novo e lá fora as oportunidades são maiores”, aconselha.

 CHIQUINHA GONZAGA
 A pianista Grace Smith é admiradora da obra de Chiquinha Gonzaga
 Pretensão de lançar um CD somente com composições dos brasileiros 
 A música do sexo feminino também terá espaço nos seus planos
Arte: Ralfe Braga

NO REPERTÓRIO, AUTORES NACIONAIS

Grace Smith tem dois objetivos em sua carreira. O primeiro é difundir a produção clássica brasileira pelo mundo e a segunda é fazer com que o potiguar reconheça que tem um nome da música clássica no exterior. “Quero que o erudito se estenda além do Nordeste. Quero que o potiguar saiba que tem uma pianista. Como no exterior a música clássica chama a atenção, quero que os nomes daqui sejam conhecidos por lá”, enfatiza.

Em seu repertório, Grace apresenta além das clássicas autorias de Jean-Philippe Rameau, Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Liszt, Claude Debussy, os trabalhos de brasileiros como Heitor Villa-Lobos, Marlos Nobre e Chiquinha Gonzaga.

Seus recitais geralmente são divididos em duas partes, sendo a primeira dedicada aos autores de outros países e a segunda aos autores brasileiros. Para 2013, ela pretende ampliar esse repertório tupiniquim. “Não posso revelar tudo, mas quero ampliar o repertório brasileiro apresentando autores do Rio Grande do Norte e da Paraíba não tão conhecidos”, revela.

A música do sexo feminino também terá espaço nos seus planos. “Vou apresentar mais composições de mulheres como Clara Schumann e a brasileira Chiquinha Gonzaga”, anuncia Grace com a pretensão de lançar um CD somente com composições dos brasileiros.

Em Natal até o início de janeiro, ela quer trabalhar ainda no próximo ano para intensificar suas visitas ao Brasil, especialmente ao Rio Grande do Norte e criar um eixo de recitais de música clássica além do Nordeste, partindo para o Sul e para a região Norte do país.
   
 
 GRACE ELIZABETH SMITH
 Em janeiro de 2013 Grace estará, a convite do aclamado
 Paul Badura-Skoda, participando de curso de aperfeiçoamento, 
dirigido por este, na Villa Medici Giulini na Itália  Fotografia: Divulgação

TRAJETÓRIA

Esforço e dedicação não faltaram para Grace alcançar em dez anos uma carreira internacional. Ela começou a estudar piano por volta dos 8 anos e prosseguiu sem a intenção de seguir a carreira. “Foi quando comecei o curso superior que comecei a estudar profissionalmente”, relata. Grace foi a primeira colocada no curso de Música e na área Humanística II em 2002.

No meio do curso foi estudar na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde se formou em 2006. No ano seguinte, com o apoio da família, fez cursos na Inglaterra, depois em Portugal e se apresentou pelo Brasil e pelos países da Europa.

“Eu quis ir para o berço da música clássica porque como aqui existe a necessidade da aceitação da nossa cultura, há a falsa impressão de que música clássica não tem espaço porque é música importada”, observa.

Foi diplomada em Licenciatura pela Universidade Católica de Brasília e Mestre em Música pela Hartt School, Universidade de Hartford (EUA), além de conquistar prêmios como o Evelyn Bonar Storrs Scholarship (2011) e o Amalfi Coast Music and Arts Festival Scholarship (2010).

Durante seu mestrado foi bolsista e professora assistente de piano na Universidade de Hartford. Estudou piano com o brasileiro Luiz de Moura Castro e Dr. David Westfall, continuando atualmente o seu trabalho como assistente dos mesmos. A partir de 2009 a carreira de Grace se desenvolveu com mais intensidade. Em todo esse tempo retornou sucessivas vezes ao Brasil, passando por Natal e outras cidades do país ministrando palestras, já que também é educadora, e realizando recitais.

“Vivo um momento em que sinto minha carreira se desenvolvendo e uma grande aceitação do público por onde me apresento; quero que a Europa conheça a produção erudita brasileira”, declara.

...fonte...
 Cláudio Oliveira
 www.novojornal.jor.br
 
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dezembro 29, 2012

A ENCANTADORA ARTE DE FAZER O BEM

EM NATAL, "PAPAI NOEL" RESGATA A CIDADANIA DE CRIANÇAS CARENTES 
 Quase 3 mil crianças são atendidas nos projetos da ONG Casa do Bem
 Para Flávio Rezende, caridade não se restringe à época do Natal
Fotografia: Ricardo Araújo/G1

UM PAPAI NOEL NA VIDA REAL 

 Por
  Ricardo Araújo Do G1 RN
 
Na entrada da cidade, a estrela dos Reis Magos sinaliza que é Natal/RN. Na capital potiguar cujo nome se confunde com uma das datas cristãs mais comemoradas no mundo, existe um Papai Noel que visita os pobres não somente uma vez ao ano, não carrega um saco vermelho, nem é conduzido num trenó. Afora os clichês que envolvem a lendária história do bom velhinho, a prática da caridade é uma constante na vida do jornalista Flávio Rezende há pelo menos 22 anos, quando escolheu viver numa das regiões mais violentas e subjugada ao descaso social e administrativo.

“Surgiu do acaso, quando pela primeira vez eu fui ao bairro de Mãe Luiza e vi uma casa à venda”, relembra Rezende. Mãe Luiza é um bairro localizado na Zona Leste de Natal, às margens do Oceano Atlântico, cujos casebres são ocultados pelos luxuosos arranha-céus à beira-mar. A localidade é uma das quais ocorre o maior número de assassinatos em Natal, com a maioria dos mortos envolvidos com drogas, roubos ou execuções. “Eu reformei a casa, casei e comecei a conhecer o cotidiano do bairro. A pobreza e a violência me impressionaram. Eu estava predestinado a ajudar aquele povo”, afirma Rezende.

Na garagem do imóvel, começou a receber crianças e adolescentes para aulas de violão, balé, capoeira e alfabetização. Suas ações começaram a ser reconhecidas pelos moradores do bairro e mais pessoas seguiram o seu exemplo e se juntaram ao grupo de voluntários do que veio a ser, em 2005, a Organização Não-Governamental Casa do Bem, com sede própria, erguida num terreno vizinho à casa na qual morava, que fora doado por um empresário.

  FLÁVIO REZENDE
 "No futuro, quando outra pessoa assumir a instituição, 
espero que mantenha o mesmo nível de serviços prestados que temos hoje."
  Fotografia: Ricardo Araújo/G1

A construção do imóvel que hoje recebe centenas de crianças em diversificados programas de inclusão social, foi financiada pela Lei de Incentivo à Cultura Câmara Cascudo, do Governo do Rio Grande do Norte. “Se não tivéssemos sido contemplados pela Lei, não teríamos construído a Casa”, comenta Rezende. Hoje, a sede da ONG abriga salas de aula, biblioteca, sala de dança, capoeira, academia e um mini-laboratório de produção de vídeo.

Atualmente, a Casa do Bem atende 2.800 pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos. Semanalmente, uma psicóloga voluntária recebe pais de crianças atendidas pela ONG para acompanhamento psicológico em grupo, além de advogados que orientam mães e pais quanto aos processos de separação, guarda dos filhos e procedimentos jurídicos diversos.

Apesar da gama de projetos oferecidos pela entidade, a manutenção da qualidade dos serviços é um problema rotineiramente enfrentado por Rezende. “Nossa sorte é que o projeto desperta o interesse de voluntários. Se não fossem eles, que chegam aqui de coração aberto e oferecendo seus trabalhos gratuitamente, isto aqui não existiria. Eles são extremamente importantes”, ressalta.

 FLÁVIO REZENDE
"Este projeto é o resultado de uma série de acontecimentos naturais.
É como você ter um filho. Não há mais como desistir."
 Fotografia: Ricardo Araújo/G1

Por mês, as despesas da instituição giram em torno de R$ 10 mil. Parte delas era financiada pela Prefeitura de Natal com um repasse mensal de R$ 3 mil. Entretanto, o município não efetua o depósito do valor há pelo menos cinco meses, o que tem agravado a situação da entidade. Para compor o montante necessário para não gerar dívidas ao final de cada mês, a Casa do Bem realiza bazares e recebe doações em dinheiro e em produtos de limpeza, alimentos, material escolar e todos os equipamentos utilizados nas aulas de capoeira, balé, futebol, atletismo, entre outras práticas esportivas.

A história da Casa do Bem se confunde com a história de vida de Heberth Gleydson, hoje professor de balé na ONG. Nascido e criado em Mãe Luiza, viu a violência ao longo dos seus 24 anos em diversas nuances e até mesmo dentro da sua casa, com um irmão infrator e viciado em drogas. “Se não fosse a Casa do Bem, eu poderia ter me rendido ao que vi e ainda vejo hoje em dia. Ações como as que são desenvolvidas aqui afastam as crianças da criminalidade e proporcionam novas perspectivas de vida. Eu sou o que sou hoje, por causa das oportunidades que tive aqui”, afirma Gleydson. Para Flávio Rezende, a caridade e ajuda ao próximo devem ser uma prática diária, independente de datas, simbolismos religiosos ou interesses políticos.
 
"É durante a semana do Natal que catalisamos o maior número de doações. As pessoas ficam mais sensíveis e se dispõem a ajudar o outro. Mas essa ajuda deveria ser diária. Afinal de contas, os problemas humanos não se restringem a uma data, a uma semana. A miséria é muito grande e muita gente não tem perspectiva nenhuma e dependem de nós, da nossa mão. No futuro, quando outra pessoa assumir a instituição, espero que mantenha o mesmo nível de serviços prestados à população que temos hoje", finaliza Flávio rezende.

 ...fonte...
 Ricardo Araújo Do G1 RN

...visite...
www.casadobem.org.br


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dezembro 28, 2012

POTIGUARES NO FESTIVAL DA ARPUB

FESTIVAL DE MÚSICA DAS RÁDIOS PÚBLICAS DO BRASIL
 Grupo potiguar Saturnino está concorrendo em duas categorias
Votação segue até o dia 31 de janeiro de 2013 
Fotografia: Divulgação
 
SATURNINO
GRUPO MUSICAL POTIGUAR NO FESTIVAL DA ARPUB  
 
Por
Assessoria Comunicação

O IV Festival de Música da Associação das Rádios Públicas do Brasil (ARPUB) está com a votação aberta - até o dia 31 de janeiro de 2013 - para a escolha dos vencedores nas categorias: Melhor Música com Letra e Melhor Música Instrumental. O Festival foi inspirado no projeto pioneiro da Rádio Educadora Fm da Bahia e possui características diferentes da maioria dos festivais de música que conhecemos. Sendo um festival de gravações, tem como principal objetivo abrir espaço na programação das rádios públicas brasileiras para a nova produção musical das cinco regiões do Brasil.

O Festival de Música das Rádios Públicas do Brasil é o resultado de 11 festivais radiofônicos realizados por 13 emissoras públicas, representando 11 estados brasileiros, que busca cada vez mais se conectar com as produções artísticas locais, fomentando e valorizando a diversidade musical do nosso país.

Nesta edição, foram ao total 1.819 inscrições e mais de 300 compositores, intérpretes instrumentistas e arranjadores brasileiros de diferentes estilos e gerações que tiveram suas músicas inéditas veiculadas nas principais rádios públicas, garantindo a democratização do acesso e a diversidade na programação musical das emissoras. Entre os candidatos, o grupo potiguar Saturnino está concorrendo nas duas categorias.

SATURNINO

O “Saturnino” nasceu no ano de 2007. Sua proposta estética é voltada para a música instrumental, com foco na música regional nordestina, e reúne influências da MPB, Jazz e música erudita. O grupo é composto por instrumentistas que possuem vasta experiência no cenário musical local e regional, e grande vontade de difundir a música instrumental autoral no estado.  
 
Os integrantes Ricardo Baya (guitarras, violão, viola 12 cordas e voz), José Fontes (contrabaixo e voz), Ronaldo Freire (flauta e flautim), Darlan Marley (bateria), Kleber Moreira (percussão), Sami Tarik (percussão) e Bruno Manga (acordeon), tem se apresentado em múltiplos espaços da cena potiguar e de estados circunvizinhos.

O primeiro disco do grupo; “Saturnino e o Disco Avuadô” (2011), tem sido intensamente aclamado por público e crítica incluindo-se aí o aval do multi-instrumentista e compositor Hermeto Pascoal (a quem é dedicada uma música do CD) e do saxofonista e flautista Mauro Senise.

Neste momento, o grupo busca difundir o seu trabalho autoral não somente em seu estado de origem, mas para além das fronteiras potiguares. A convite da organização do Festival Jurerê Jazz (SC), e com apoio do Ministério da Cultura, o Saturnino representou o segmento musical do Rio Grande do Norte neste evento realizado no mês de julho de 2012, e destacou-se recentemente como o grande vencedor do Festival Música Potiguar Brasileira da Radio Universitária 88,9 FM, sendo primeiro colocado nas duas categorias deste competitivo: categoria Com Letra – com a composição “Pedra na Baladeira”- e categoria Instrumental – com a composição “Mundano”frutos da parceria de Ricardo Baya e Zé Fontes.   
 
O Saturnino segue agora representando o estado do Rio Grande do Norte como concorrente no IV Festival Nacional de Música da ARPUB - Associação de Rádios Públicas do Brasil. Para votar no grupo, que concorre em duas categorias entre os candidatos , basta acessar o site www.arpub.org.br até o dia 31 de janeiro de 2013. As músicas vencedoras - nas duas categorias - serão conhecidas no mês seguinte (04/02) e anunciadas em um programa especial transmitido via satélite diretamente da Rádio Nacional FM de Brasília.  
 
...fonte...
ASCOM 

!!! ouvir e votar !!!

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dezembro 27, 2012

MEIO SÉCULO DE UMA SAGA NO SERTÃO

 MEIO SÉCULO DE UMA SAGA NO SERTÃO
Uma novela de época escrita por quase 50 anos
 Esta é a obra de Joana Darc Rodrigues de Medeiros, 77 anos 
Caicoense, que, aos 60 anos, concluiu o curso de Direito na UFRN
Obra será lançada no Salão Internacional do Livro de Genebra/Suíça
 Cena do programa "Sertão: Veredas" - Fotografia: Marcos Camargo
 
 "O FIM DOS AVARENTOS"

Por
Waleska Maux

Uma novela de época escrita por quase 50 anos, que acompanhou várias fases da comunicação escrita e da tecnologia. Esta é a obra de Joana Darc Rodrigues de Medeiros, 77 anos, caicoense, que, após meio século, finaliza sua  novela, com quase 10 mil páginas.

“O Fim dos Avarentos” retrata a saga de uma família do sertão, por três gerações, iniciando em 1870, tempo dos coronéis e senhores de engenho, com a grande heroína Helena, como personagem principal. “É um enredo de lutas, perseguições e emoções, mostrando os costumes e dificuldades do povo nordestino em tempos de escravidão e seca no sertão”, afirma a escritora.

Joana nasceu em 1935, na cidade de Caicó/RN, de onde saiu em 1955 para São Paulo residindo por mais de 20 anos. Começou a escrever a obra na década de 60, aos 25 anos, já casada e com filhos pequenos que aos poucos iam nascendo, ao todo foram sete. Estudava e trabalhava para dar conta de sua prole e de sua grande obra.

“Usava caneta tinteiro, e escrevia em papel de embrulhar pão, pois não tinha condições de comprar, sequer, um caderno”, relata. Quando, finalmente, conseguiu adquiri-los, Joana transcreveu os primeiros capítulos, totalizando seis volumes com 200 páginas cada.

Na década de 70, já professora primária, formada em pedagogia, Darquinha, como é carinhosamente chamada, conseguiu comprar uma surrada máquina de escrever, datilografando sua novela e continuando a saga. “Dava aulas das sete da manhã às onze da noite e ainda escrevia minha obra. A história borbulhava em minha mente e quando me sobrava um tempinho, eu corria para o papel”, relembra emocionada.

Na década de 80, a novela, já com 100 capítulos, foi redigitada em uma moderna máquina elétrica. Pensam que ela parou por aí? Não! Nos anos 90, residindo em Natal e trabalhando como funcionária pública federal, digitalizou os 127 capítulos escritos, para um micro computador. “O Fim dos Avarentos” é um enredo que envolve muita luta, garra, e a dificuldade do nordestino nos períodos de secas contínuas.

A obra foi finalizada somente após sua aposentadoria, quando Darquinha concluiu os 240 capítulos que integram 9.970 páginas digitadas e devidamente registradas na Editora Nacional de Direitos Autorais- EDA, no Rio de Janeiro.

Sua família cresceu acompanhando de perto a obra de Darquinha e hoje, seus dez netos (alguns já universitários), falam com orgulho da avó que, aos 60 anos concluiu o curso de Direito na UFRN. “Foi com o salário de professora que criei e eduquei meus filhos, escrevendo minha novela nas horas vagas, entre o sono das crianças e uma folga na escola”, relembra nossa escritora.

Darquinha lutou muito, enfrentou preconceitos, cuidou de um marido esquizofrênico que tornava sua vida ainda mais dura. Mas, nunca desistiu do sonho de ver sua novela concluída não importando quantos anos se fizesse necessário. “Escrevi durante 48 anos, exatamente, por toda uma vida, acompanhando os avanços e nuances da teledramaturgia brasileira. Meus filhos e netos cresceram na expectativa desse sonho realizado”. Ai está um exemplo de perseverança e fé.

Um dos netos, Tiago Medeiros, 25 anos, formado em Educação Física, fala com emoção da avó: “ela é muito especial para mim e todos que estão ao seu redor. É uma pessoa totalmente positiva, sempre de bem com a vida, tem muita garra e disposição, driblando todas as dificuldades que aparecem na sua frente. É estimulada pelos seus desafios e sempre consegue chegar aonde quer, não importa o tempo. Acredito muito que a novela um dia irá brilhar na TV. Tenho certeza que esta novela foi feita com muita entrega, paixão, competência, entusiasmo, alegria, fé e acima de tudo, muito amor. Vó Darquinha quando coloca uma coisa na cabeça vai até o fim”.

A novela será romanceada e provavelmente lançada em maio de 2013 no Salão Internacional do Livro de Genebra/Suíça. Missão cumprida? Ainda não. Darquinha quer ver sua grande novela de época na telinha da TV. Mãos à obra!

...fonte...
 Waleska Maux Especial para O JH
 www.jornaldehoje.com.br
 
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dezembro 25, 2012

413 ANOS: UM FELIZ ANIVERSÁRIO, NATAL!

 Fundada em 25 de dezembro, Natal, a capital potiguar, chega aos 413 anos
O blog Potiguarte homenageia Natal com crõnica de Ivan Lira de Carvalho 
Uma autêntica declaração de amor para a Capital do Sol 
Fotografia: Canindé Soares 

... edição especial ...

NATAL: ATÉ O NOME É SAGRADO

Por
 Ivan Lira de Carvalho   

O que dizer de uma terra em que as manifestações culturais brotam espontaneamente do povo, que a hospitalidade é o cartão de visita dessa gente e o ar é considerado o mais puro das Américas? Conheça alguns dos caminhos que devem ser trilhados na, nada mais, nada menos, terra conhecida como Cidade do Sol. “O ar puro invade os pulmões, fornecendo o elemento vital para a purificação do corpo e para o enlevo da alma. A manhã se abre devagar, preguiçosa, mas radiante em perspectiva. Os raios de sol se atrevem a beijar as faces dos eleitos, de forma delicada e gradual, transpondo, em frestas, as monumentais ubaias-doces que guarnecem o trajeto. Os passos do caminhante tomam ritmo crescente, em paralelo com o dia. O percurso é vencido de forma prazerosa, num sensual abraço da vida com… a vida, estampada na relva orvalhada que orienta a trilha; no chilrear dos sabiás espevitados; no curvar reverente dos bambus, em mesuras botânicas e senhoriais. A brisa desce em lufadas, vinda dos morros, na cadência necessária para amalgamar-se à temperatura ordenada pelo astrorei, tornando – e mantendo – a amenidade do ambiente. A investigação intuitiva do visitante, voltada aos insetos que habitam o lugar, comandados pela tocandira (formiga grandona, coisa de duas polegadas), finda por demonstrar a harmonia entre bichos e homens. Tudo é paz.”

A descrição acima pode ser aplicada a inúmeros lugares do Planeta. Mas onde ela cabe melhor é em Natal, no Bosque dos Namorados, porção do Parque das Dunas, uma das mais importantes reservas do ecossistema dunar do Brasil, que se arrasta desde a beira-mar, Via Costeira, até entregar-se às plagas do Tirol e de Capim Macio. Excelente programa para um amanhecer harmônico consigo mesmo e com as forças da criação.

Mas, se o freguês é essencialmente de praia, não ficamos em débito. Limpe os olhos com as águas e com a salinidade moderada de Mãe Luiza, Barreira Roxa, Barreira D’Água e Ponta Negra. Respire fundo. Enfie os pés nas areias fofas que é oferta da casa. Nuns pontos, os grânulos são maiores e noutros pequeninos, igualmente macios. Avance até a enseada que se posta com vontade de enlaçá-lo com lentidão e manha. Não tenha pressa também. Usufrua cada segundo da caminhada no rumo do Morro do Careca. Distração só aceite das jangadas toscas que bordejam o lugar, indo para os mistérios oceânicos ou já quedadas pelo enfado da jornada do antanho. Os arrastões também merecem uma parada. Veja como cintilam os caícos e as gingas, peixes miúdos, que se desprendem das redes para fazer a festa das frigideiras pouco mais tarde, em dobradinha com tapioca de goma fresca. No sopé da grande duna, faça uma reverência ao modo praiano: admire-a, dê um volteio e… tchibum, mergulhe na água morna que está ali ao seu dispor, criada e reservada para a sua deleitação.   

E se o camarada gosta mesmo é de história e de cultura? Então, vá para outro lado da orla. Espie o Farol de Mãe Luiza, inaugurado em 1951, e siga pelas praias de Areia Preta, do Meio e do Forte, pois nessa última está a Fortaleza dos Reis Magos, cuja construção começou em 1598, no dia 6 de janeiro, que é consagrado a Gaspar, Baltazar e Belchior, os presenteiros de ouro, incenso e mirra ao Menino Deus. Anote aí que no ano seguinte, a 25 de dezembro, aniversário do rapazinho aqui referido, foi criada a cidade (que não foi sítio, vila, distrito… foi logo cidade), por um decreto reinol. Por quem? A peleja histórica está entre Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque. Se quiser saber mais, leia Diógenes da Cunha Lima (1), Manoel Onofre Júnior (2) e Olavo Medeiros Filho (3). Na volta, lance olhos para a Ponte Newton Navarro (um poeta-pintor-escritor que viveu e morreu de boemia e de amor à sua terra), arrojada tecedura da engenharia e da arquitetura, inaugurada em 2007, cruzando o Rio Potengi na sua foz, de Santos Reis à Redinha.

Para que se tenha uma razoável ciência sobre a nossa cidade, é interessante uma subidinha ao atual Centro de Turismo, topo da colina de Petrópolis, que já foi albergue, hospital e presídio. Além de poder comprar o artesanato potiguar mais representativo, leva de quebra um visual inesquecível, tanto das praias como da quase totalidade dos bairros margeados pelo rio e pelas dunas.

Aproveite que dá tempo para uma volta pela Ribeira, bairro histórico, boêmio e sede de parte do comércio grossista. Portuário. Numa rua que tinha o sugestivo nome de “das Virgens”, nasceu Câmara Cascudo (1898-1986), expressão maior das nossas letras, etnólogo, professor, advogado, jornalista, folclorista… o escambau! Em adulto foi morador do bairro até o fim da vida, em um belo casarão que pode ser contemplado em salteios com outros exemplares igualmente exuberantes: o Teatro Alberto Maranhão, a antiga Faculdade de Direito, o Museu do Folclore, a sede da Imprensa Oficial, a Capitania das Artes, o Solar Bela Vista e a sede da Ordem dos Advogados do Brasil.

Já na Cidade Alta, sinta-se no primeiro quadrilátero urbano de Natal. Ali, na data da criação, foi celebrada missa em uma capelinha de palha de coqueiro, no chão onde posteriormente foi erguida a Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, a padroeira. Entre, está bem restaurada e conservada. Na vizinhança, o Instituto Histórico e Geográfico, guardião das nossas memórias, instalado em 1902, em cuja entrada está o marco português da posse do Brasil, que, em 1501, foi chantado na Praia de Touros por Gaspar de Lemos. É, entre nós, o “documento” mais antigo do domínio lusitano sobre a terra brasilis. Mais alguns passos e estará no Palácio da Cultura, antiga sede da governadoria do estado, atualmente abrigando a pinacoteca oficial e destinado a atividades artístico-culturais. No square em frente, encontrará também a Prefeitura Municipal (de 1922) e as sedes do Tribunal de Justiça e da Assembléia Legislativa, de estilo contemporâneo. Ainda nas cercanias, visite o Memorial Câmara Cascudo, edifício de 1722, com feições neoclássicas, que já foi cadeia, Senado Estadual, Tesouro e Quartel General do Exército. Tem muito dos objetos e da obra do venerado escritor.   

De museu tem o do Sobradinho, na Rua da Conceição, com acervo pessoal de Café Filho, o único potiguar a ocupar a presidência da República. Na mesma linha de rua, já sob a invocação de Santo Antônio, tem a igreja dedicada a esse santo, anexa ao convento franciscano. Estilo colonial do século XVII, com belíssimos entalhes em rococó, é chamada Igreja do Galo, por ter a torre-mor encimada por um cacarejante de Barcelos.

Quer ver o povão solto na buraqueira, nas suas falas, costumes, olores e visões? Vá ao Alecrim, que tem feira-livre e mercado de rua com camelôs estridentes e linhas de ônibus vindas dos quatro cantos da urbe, trazendo operários, comerciantes, vendedores, donas de casa e outras patentes, em busca de artigos em preços módicos ou pelo simples prazer do furdunço. Embebede-se com o cheiro dos cajus vermelhos disputando com os amarelos a melhor posição na bacia bem areada, no brilho. Encante-se com o grito dos vendedores de caranguejo, em pregão convicto de quem oferece o melhor, mesmo que não seja…

Mas, se aprecia coisa mais refinada, estique a um dos bons shoppings, onde, no dizer do populacho, “tem de um tudo”, com relevo para as boas livrarias. Verá outra face da cidade; nem melhor e nem pior. Diferente, apenas.

Hora de pensar em comer bem. Jogue dados, aposte no “par-ou-ímpar”, dispute palitinho, ou faça fé no “bem-me-quer-mal-me-quer” entre Petrópolis/Tirol e Ponta Negra. Páreo duro. No primeiro conjunto, assentado na área do Plano Palumbo, estão os restaurantes da gastronomia mais premiada. O Plano Palumbo é referência ao arquiteto greco-italiano responsável pelo projeto de urbanização da área, em 1929, consistente em um xadrez de ruas com os nomes dos rios do estado, cortadas por avenidas com os nomes dos presidentes da República, pela ordem dos mandatos, de Deodoro a Hermes da Fonseca. Já no bairro praiano, estão situados os mais recomendáveis especialistas em frutos do mar, com destaque para os camarões e as lagostas, passíveis de fazer a água da boca escorrer até encontrar-se com a do mar. Na noite, inverta o programa do meio-dia e nenhum arrependimento terá, inclusive porque em ambos os trechos existem excelentes barezinhos para uma esticada decente.

Claro que há muito mais a ser dito de Natal. Que é o ponto mais próximo entre o Brasil, Europa; e a África; que tem o ar mais puro das Américas, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sob encomenda da Nasa; que tem as mais fiéis torcidas futebolísticas que se possa imaginar, mesmo que os principais times não correspondam a essa devoção; que a musicalidade dos artistas e compositores é cativante; que a hospitalidade é de primeira, etc. Entretanto, seria frustrar a capacidade criativa do visitante, que ao fim do périplo sentir-se-á habilitado a discorrer sobre a Cidade-Presépio com tanta propriedade como se aqui mesmo tivesse nascido e sempre vivido. Coisas que só acontecem mesmo em uma cidade que tem um nome desses… 

...fonte... 
Ivan Lira de Carvalho
Juiz Federal em Natal/RN 

...referência...
 1 LIMA, Diógenes da Cunha. 
Natal:biografia de uma cidade. Rio de Janeiro: Lidador, 1999.
2 ONOFRE JÚNIOR, Manoel. 
O diabo na guerra holandesa e outros escritos. Natal: Nossa editora, 1990.
3 MEDEIROS FILHO, Olavo. 
Terra Natalense. Natal: Fundação José Augusto, 1991.
 
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