fevereiro 28, 2013

O SERTÃO, A SECA E A CERCA...

RETRATOS DA SECA
  Expedição da Faern exibe a triste realidade do campo
 A vida e a morte está sempre presente
 ...E é muito mais evidente nesta época.
Fotografia: Canindé soares

 RETRATOS DA SECA 

... edição especial ...

 Por
Assessoria Comunicação
FAERN

Seca. Para muitas pessoas essa palavra ecoa distante e sem força. Para outras ela é sinônimo de perdas e desesperança de um futuro. Para o grupo de jornalistas convidados pela Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern) para participarem da Expedição Retratos da Seca (que movimentou o interior potiguar no último final de semana) essa palavra é o alerta para se mobilizar toda a sociedade e os governantes.

Na viagem, iniciada na manhã da sexta-feira (22/02) e finalizada na tarde do domingo (24/02), os repórteres, fotógrafos e cinegrafistas de vários veículos de comunicação do estado puderam observar a triste realidade de produtores rurais e de toda uma cadeia econômica que definha através do gosto amargo da seca no campo potiguar. “Com a expedição, pretendemos mostrar aos jornalistas a real dimensão desse terrível problema. Uma realidade que muitos tentam esconder em números frios de estatísticas e que a cada dia abala mais e mais a nossa economia e a produção rural”, ressaltou o presidente da Faern, José Álvares Vieira.

Para o presidente da Federação da Agricultura, o setor vive um grave momento e as visitas da expedição somente confirmaram o que já era esperado. “Além do gado, que está morrendo de fome e sede, observamos o desalento na face de nossos produtores. Observamos o seu descrédito com o futuro. E essa é uma realidade que não podemos aceitar de braços cruzados e dormir como se nada tivesse acontecendo” comentou Vieira.  

EXPEDIÇÃO RETRATOS DA SECA
O cenário angustiante do produtor rural no Rio Grande do Norte
  As secas são conhecidas, no Brasil, desde o século XVI
Fotografia: Carlos Abdon

CAMPOS DA MORTE

Durante os três dias de viagem, a equipe de jornalistas visitou diversas propriedades espalhadas pelas zonas rurais dos municípios de Lajes, Santana do Matos, Assu, Apodi, Pau dos Ferros e Caicó. Nesses locais, conversaram com diversos produtores e ouviram os relatos sobre a seca considerada a pior dos últimos 50 anos.

Fotografaram e filmaram os verdadeiros campos da morte do gado potiguar. Cemitérios a céu aberto onde diversas carcaças de bois e vacas apodrecem e aguardam as bicadas de velozes urubus. “Uma imagem chocante e que exibiu para todos nós a fragilidade do homem do campo com essa seca”, destacou o jornalista Roberto Lucena, do jornal Tribuna do Norte.

Na região Central do estado, de acordo com o depoimento de vários produtores ouvidos em propriedades visitadas pela Expedição, 40% do rebanho foi dizimado pela seca. Segundo os cálculos deles,  os prejuízos só serão repostos em 10 anos e com invernos chuvosos.

Para verificar a veracidade dessa informação, a  primeira parada da Expedição foi a Fazenda Gavião, na zona rural de Lajes, onde o proprietário Edson Luiz Cavalcanti criava 150 cabeças em 740 hectares e hoje viu seu rebanho reduzido para apenas 42 cabeças. “O que não foi vendido morreu por falta de comida e água”, finalizou o produtor rural, obrigado a receber qualquer preço pelos animais vendidos.
 
SÍLVIO ANDRADE
 Um dos jornalistas,  integrante da Expedição Retratos da Seca,
 traça um perfil -  na coluna OPINÃO do Novo Jornal - sobre o que viu  e
 vivenciou da seca que castiga o solo potiguar. Confira o texto!
Fotografia: Argemiro Lima/NJ
  
A ALEGRIA NO SERTÃO ARCAICO 

 Por
Sílvio Andrade 
Novo Jornal  
 
O que eu vi na televisão, li nos jornais e nas revistas, ouvi nos rádios e tudo que é canal de informação não chega perto do que eu senti em três dias de viagem da Expedição Retratos da Seca. Já fiz muitas matérias sobre o assunto, fui a locais percorridos pela Expedição mas dessa vez, tudo me pareceu mais chocante.

Sexta-feira, sábado e domingo para mim, não foi de diversão mas de prazer reafirmado pela profissão que escolhi. Vivi uma experiência proporcionada pela Federação da Agricultura do RN, que levou jornalistas para ver e sentir a realidade de produtores agropecuaristas das regiões Central, Oeste e Seridó desse estado. Vi, ouvi, senti as dificuldades dessas pessoas que são consideradas grandes e médios proprietários. Mas no meio e em órbita delas vivem os pequenos, tão grandes de espírito que não dá pra definir com palavras.

Recebi uma lição: a seca castiga todo mundo. Seja grande ou pequeno. Cada um na proporção de seu tamanho. Mas não quero fazer nenhuma constatação sociológica, apenas relatar um pouco o que me tocou. O sol no sertão semiárido é diferente. Ele queima mais, ele brilha mais. Às 10h da manhã está a pino, tipo meio-dia por esses ares de Natal.
  
Lajes, Angicos, Santana do Matos, Apodi, Pau dos Ferros, Caicó. A vida nesses lugares é diferente por causa da seca. Poucos saem à rua. No conforto de um microônibus com ar-condicionado não dá pra sentir isso. Em cada um desses lugares, eu e os demais repórteres tínhamos que descer, entrevistar, fotografar. Aí, sim, o calor incomodava.

A situação provocada pela seca se agrava a cada dia, 
mas a fé do sertanejo o mantem de pé e mesmo com os indícios
de que 2013 seja um ano de pouca chuva, ele continua esperançoso 
 Fotografia: Canindé soares  
 
Cada pessoa entrevistada, cada história contada me serviu como exemplo de sabedoria. Mais que lamentações por causa da seca, eu ouvi esperança. Mais ali que em qualquer outro lugar. É por isso que não quero falar sobre a ineficiência de ações governamentais que só lembram da seca quando ela já está prestes a ir embora. 
 
Eu sempre me surpreendo com a energia emanada das pessoas que eu considero simples. Receber desconhecidos que invadem sua intimidade, suas casas, seu resguardo com um sorriso largo é para poucos que no interior são muitos. Desconfiam em um minuto e se abrem infinitamente depois.

É uma nobreza de espírito fácil de se encontrar no sertão arcaico e desconhecido para mim. Seu Sales de Zé Félix, um senhor de rosto marcado e voz mansa que na fazenda Alegre, nas brenhas de Pau dos Ferros, usa a natureza para fazer previsão do tempo. O casal Francisco Barbosa de Lima/Maria de Lourdes Torres, que abriu as portas da casa e sorrisos para um bando de forasteiros, em Apodi. A simpatia de Amariles Borges de Albuquerque que nos serviu bolacha frita e queijo de manteiga. A alegria de Francisco Paulo Freire em contar suas histórias e achar que estava incomodando. 

Não foi a estiagem que deixou a a paisagem cinza dos galhos e da terra seca que mais me marcou. Foi a enxurrada de alegria, de simpatia, de boas-vindas que eu e meus companheiros recebemos de presente dessas e de outras pessoas com as quais cruzamos nessa expedição. Quiçá um dia eu volte para lhes agradecer, mais uma vez, tê-las conhecido.

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 www.novojornal.jor.br

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fevereiro 26, 2013

PEGANDO CARONA COM JAINA ELNE

  JAINE ELNE
 Depois de cantar e encantar o público potiguar, pernambucano e paraibano,
 a cantora quer conquistar um novo público no eixo Rio/SãoSão Paulo
 Fotografia: Divulgação

PEGANDO CARONA COM JAINA ELNE

 Por
Assessoria de Comunicação

Depois de cantar e encantar o público potiguar, a voz já conhecida em alguns recantos da noite pernambucana e paraibana, a determinada cantora Jaina Elne quer conquistar um novo público no eixo Rio/São Paulo. 
 
Jaina começou a cantar aos 09 anos no concurso “A Mais Bela Voz”, em Areia Branca (RN) onde nasceu. Participou de 28 concursos, em várias cidades, ganhando todos em primeiro lugar. "Nunca mais parei. Desde essa idade eu canto para viver", afirma. 

Tanto talento assim não poderia passar despercebido e, em 1995, foi convidada a abrir um show da cantora Leila Pinheiro, no Projeto Seis & Meia, na cidade de Mossoró (RN). O sucesso foi tanto que no ano seguinte foi convidada novamente. Dessa vez para abrir o show da cantora Nana Caymmi.

Depois de passar pelos palcos das principais cidades do Brasil, vem realizando um belíssimo trabalho em Recife, onde reside acerca de sete anos, apresentando-se em teatros e boates. A cantora Jaina gravou em 2007, seu primeiro CD e DVD DEMO ao vivo no teatro do SESC Santo Amaro - PE, com clássicos da MPB e do POP, com arranjos inovadores.

No carnaval de 2009, fez uma participação especial no Galo da madrugada no carro abre alas do bloco, o que lhe rendeu uma matéria de destaque no jornal tribuna do norte, como sendo a primeira potiguar a cantar no maior bloco carnavalesco do mundo. Em abril de 2010 levou ao palco do Manhattan Café Theatro, uma das casas mais prestigiadas do seguimento - localizada na capital Pernambucana - o show “Bastidores”, sucesso absoluto de publico e critica. 

  Jaina mora há mais de sete anos no Recife, 
onde cumpre uma agenda de shows movimentada
 Fotografia: Divulgação

 SEM PASSAGGEM DE VOLTA

Ainda no ano de 2010 passou uma temporada de três meses na cidade do Rio de Janeiro, onde se apresentou e gravou parte do seu primeiro CD com musicas inéditas, dando assim,  continuidade ao seu trabalho, considerado por formadores de opinião e público em geral de primeiríssima qualidade.

Com uma bela presença de palco, a interprete, Jaina Elne só tem a acrescentar à cena cultural e demonstra com seu carisma e talento toda paixão pela música. Em 2011 lançou o seu primeiro CD, intitulado “Sem Passagem de Volta -Jaina Elne” contando com distribuição nacional através da livraria Cultura e demais lojas do ramo.

A voz marcante da intérprete potiguar preenche as onze faixas inéditas de “Sem passagem de volta”. O disco flerta, principalmente, com a MPB, o pop, o reggae, o samba e a bossa nova. Um álbum que privilegia composições de renomados e jovens compositores pernambucanos e potiguares.

Jaina Elne canta com alma e, por isso mesmo, encanta.  Compor é uma arte. Mas expressá-la em toda sua plenitude é um dom que pertence a um grupo muito seleto, do qual a intérprete já provou que faz parte.

...fonte...
www.costabrancanews.blogspot.com
 
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fevereiro 23, 2013

O RN NAS TELAS AMERICANAS

  DAVID YETMAN
"IN THE AMERICAS WITH DAVID YETMAN"
Programa de documentários sobre as Américas, 
produzido pela televisão norte-americana, grava episódio 
nas Dunas do Rosado, região litorânea  entre os municípios
 potiguares de Areia Branca e Porto do Mangue
 Fotografia: Divulgação
A imagem pode estar sujeita a direitos de autor!
 
 O RN NAS TELAS AMERICANAS

Por
Henrique Arruda
Do Novo Jornal

Depois de servir como cenário para cenas da próxima novela das seis da Rede Globo, “Flor do Caribe”, que deve estrear no próximo mês, as “Dunas do Rosado” também serão projetadas em um dos programas da quarta temporada da série “In The Americas With David Yetman” . A paisagem paradisíaca localizada entre os municípios de Areia Branca e Porto do Mangue só vai ser exibida em 2014 na TV norte-americana, através do canal PBS, para cerca de 40 milhões de pessoas.

“Passamos um ano inteiro produzindo uma temporada e somente depois de pronta é que entregamos ao canal os 10 programas”, explica o produtor Daniel Duncan, enquanto o apresentador David Yetman comenta algo sobre uma peculiaridade que encontrou no local. “É um lugar lindo e o que achei mais curioso é que o nome ‘Rosado’ não foi dado pela cor da areia, e sim porque faz referência a uma família”, comenta.

DUNAS DO ROSADO
Segundo maior parque de dunas do Brasil
Fica atrás somente dos Lençõis Maranhenses
Fotografia: Josuá Carlos

Entre os 10 programas da próxima temporada, quatro irão passear pelo Nordeste brasileiro. Dois se passam em Pernambuco, o primeiro percorrendo o Estado “do lugar mais pobre ao mais rico”, como define o produtor; o segundo somente sobre o carnaval pernambucano. “No terceiro programa vamos justamente mostrar essa diferença entre o carnaval pernambucano e o do Rio de Janeiro porque não teve como juntar as duas coisas, e era o que pensávamos em fazer antes”, conta.

O Rio Grande do Norte, mais especificamente as Dunas do Rosado ganha espaço somente no último programa pelo Nordeste, quando o tema “Dunas” entra em cena. “Visitamos as Falésias do Ceará, os Lençóis Maranhenses, a Lagoa do Abaeté, na Bahia e, por fim, as Dunas do Rosado”, detalha o produtor da atração que surgiu há três anos na Universidade do Arizona, onde o programa é editado.

DUNAS DO ROSADO
 Rede Globo incluiu as dunas do Rosado como cenário de gravação
 de cenas da novela “Flor do Caribe” no Rio Grande do Norte
 Fotografia: Josuá Carlos

Para acompanhar a dupla de aventureiros em solo potiguar, a companhia do artista plástico Flávio Freitas que, inclusive, chamou reforços para as filmagens. “Chamei também para nos acompanhar Carito Cavalcanti, que é um dos maiores especialistas em Dunas do Rosado nesse estado. Por muito tempo ele teve uma pousada lá, que serviu de suporte para a gravação de alguns filmes, como ‘Maria, Mãe do Filho de Deus’, do Padre Marcelo Rossi”, conta Flávio, citando o poeta e multiartista, amigo de longa data.

O que mais impressionou Freitas durante as filmagens nas Dunas do Rosado, que ocorreram na última quinta-feira, 14, foi a forma leve como a dupla conduz as gravações. “Quem vê de fora tem a impressão de que não tem planejamento porque tudo serve de material, quando na verdade a gente sabe que existe uma pesquisa minuciosa. Mas fiquei impressionado de ver como eles capturaram vários detalhes. São muito abertos para o conteúdo do programa”, observa.
     
  
 CAJUEIRO DE PIRANGI - PARNAMIRIM/RN
 Fotografia: Canindé Soares     
 
IN THE AMERICAS

In The Americas With David Yetman foi viabilizado quando o financiamento para o seu primeiro programa, “The Desert Speaks”, chegou ao fim depois de 20 anos. “Então David chegou para mim e disse que queria criar o seu próprio programa, que fosse bem além dos desertos. Agora ele queria falar sobre toda a América”, conta Daniel Duncan, que também era produtor da antiga atração antes mesmo de David se tornar o apresentador dos “Desertos”. “The Desert Speaks foi ao ar durante 20 anos e David foi o apresentador dos últimos 10 anos”, explica.

A figura amigável, de voz tranquila e que de certa forma lembra “Indiana Jones”, o clássico personagem de George Lucas, por causa do chapéu de “cowboy” que não sai de sua cabeça, exceto nos minutos finais da entrevista, quando o calor realmente domina o ambiente, diz que até hoje em dia é reconhecido por causa de suas matérias nos desertos. “Nós fomos gravar no Panamá, dia desses e por causa do chapéu vieram falar comigo, ‘com o cara do deserto’”, conta David em um português pausado e sem atropelos, muito embora ele não domine completamente a língua portuguesa.

In The Americas, além de ser exibido nos EUA, é veiculado também na Europa, em países como França e Alemanha, mas no Brasil ainda não há previsão de alguma emissora comprar o programa. Voltando para Natal, David conta que se surpreendeu bastante com o cajueiro de Pirangi, o maior do mundo. Ele fez questão de passar pelo ponto turístico, já que também é biólogo, especialista em plantas, autor de vários livros e ainda coleciona no currículo o doutorado em filosofia pela Universidade do Arizona. “É impressionante”, pontua.

O encontro entre Daniel e David aconteceu no México, enquanto a 9ª temporada de “The Desert Speaks” era gravada e David nem sonhava em se tornar o apresentador da atração. Ele fazia uma pesquisa sobre o uso medicinal de plantas. “E aí a PBS quis mudar um pouco o formato e incluir um apresentador que fosse além de abrir e fechar o programa. E eu percebi no mesmo momento que esse cara era David, que entendia perfeitamente sobre toda a nossa temática”, justifica o produtor.

Desde então foram 10 anos comandando a atração até chegar ao atual programa “das Américas”. “In The Americas não é difícil de fazer, mas por outro lado requer muito tempo e mão de obra. Temos uma lista enorme de lugares que queremos passar ainda, mas não queremos também fechar, por exemplo, cinco programas de uma vez só em um único país, e sim misturar todos eles”, explica. Ainda este ano, eles irão gravar na Colômbia, Panamá, Ruta Nacional 40 (Argentina) e talvez ainda voltem ao Brasil, em outubro, para gravações em Fernando de Noronha.

FLÁVIO FREITAS
Fotografia: Canindé Soares

SOY LOUCO POR TI

Mais adiante, na conversa, David destaca a ideia de separação que existe nas Américas, defendendo justamente o contrário: a união de todas elas. “Antes de sermos brasileiros, norte-americanos, mexicanos e por aí em diante, somos americanos, somos irmãos”, justifica, enquanto Flávio Freitas também opina. “Acho que essa separação é muito mais uma questão ideológica e política”, completa.

A lógica que permeia as gravações é somente uma: mostrar o que o espectador não espera ver, seja ele americano ou não. “Eu sempre digo: se vamos ao Peru, não vamos a Machu Picchu, porque essa rota todo turista faz. O mais importante pra mim é aprender alguma coisa e transmitir isso no programa”, garante.

Para quem ainda não conhece In The Americas, todos os programas já exibidos na TV norte-americana estão disponíveis no site deles (intheamericans.com). E é lá que a reportagem encontra, por exemplo, um dos que mais surpreendeu David. O episódio 201, gravado em Tultepec, no México. A pequena cidade é a capital de Pirotecnia do país e no episódio David mostra ao telespectador a forma caseira como alguns fogos de artifício são feitos.

“Foi bem surpreendente gravar lá, porque eles montam vários touros e soltam os fogos de dentro deles e aí tudo começa a explodir no meio das pessoas”, conta Daniel. “É bem perigoso, uma loucura total”, complementa David.

 PETIT DAS VIRGENS
Fotografia: Divulgação
A imagem pode estar sujeita a direitos de autor! 
 
LIGAÇÃO COM NATAL

Esta pode até ser a primeira vez de David Yetman em solo potiguar, no entanto, para Daniel Duncan a paisagem é familiar, já que durante a década de 70 ele morou em Natal e foi vizinho do artista plástico Flávio Freitas, época em que os dois eram apenas estudantes.

“Viemos para cá porque meu pai era o diretor do projeto Hope em Natal e trouxe toda a família. Ficamos por uns três anos e meio, mas os filhos se casaram com brasileiras e sempre tivemos essa ligação muito forte com o país, principalmente com o Nordeste”, explica Daniel.

A quarta temporada da atração ainda vai contar com mais um tempero potiguar, o jornalista Petit das Virgens. Ele é um dos entrevistados no programa que fala sobre o carnaval pernambucano. “Não podíamos finalizar sem a opinião de um jornalista que conhecesse aquela realidade para falar um pouco sobre isso. Por isso Petit foi incluído no programa”, justifica Daniel”.

Durante os minutos de entrevista, Petit lembra do “mela mela” que hoje em dia só é permitido com água e recordou também os primeiros bonecos de Olinda, que começaram a surgir na década de 20 através de personagens como o Zé Pereira. “É um carnaval que resgata as tradições, assim como era o de Natal também lá no início”, diz, sendo orientado para esquecer que “a câmera está ali e olhar somente para David”. O Galo da Madrugada, tradicional bloco do sábado de carnaval foi um dos cenários que mais surpreendeu o apresentador. “Gravamos no meio de mais de 1 milhão de pessoas e isso foi impressionante”, conclui.

...fonte...
 Henrique Arruda 
www.novojornal.jor.br      
 
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fevereiro 22, 2013

SONS NO POTENGI

   SIMONA TALMA
 À frente do projeto Suave Coisa, cantora  diz que é hora 
de buscar novas rotas musicais. A artista participa cantando
 ao lado do Andróide Sem Par e da banda Compradores de Charutos 
Fotografia: Divulgação
 
 SONS NO POTENGI 
 
Por
Yuno Silva
Tribuna do Norte 
 
O cenário é bucólico, sugestivo, e um tanto caótico devido ao canteiro de obras do terminal de passageiros na Ribeira. Tendo o pôr do sol como testemunha e o Potengi servindo de moldura, o projeto "Suave Coisa" abre série de apresentações acústicas neste próximo domingo (24) movido pelo intuito de abrir novas frentes para a música autoral potiguar. A ideia é simples: montar um pequeno palco sobre uma balsa, às margens do rio, para receber um público interessante e interessado em sair da rotina. A palavra "alternativa" permeia toda a proposta, pois o dia e a hora são alternativos, o local é alternativo e o formato das apresentações idem.

Os shows acontecem nas dependências do Sport Club de Natal, tradicional reduto do remo norte-riograndense que no mês de novembro completa 98 anos de existência, a partir das 17h, e a abertura da programação está a cargo de Khrystal e do mossoroense Artur Soares. Serão três domingos consecutivos: no dia 3, a balsa que servirá de palco recebe Luiz Gadelha e Ar, Tu e o Vendaval; já no dia 10 é a vez da banda Andróide sem Par e Simona Talma e os Compradores de Charuto darem o ar da graça.

"Domingo é dia de suavizar, então traga sua almofada", diz Juão Nin, vocalista da Andróides. "O projeto tira o artista da zona de conforto. Nesses tempos de alta tecnologia, estamos propondo o caminho contrário, mais cru", completa Simona Talma. A dupla está à frente do "Suave Coisa" e diz que tudo surgiu a partir de conversas sobre a atual crise no cenário local para artistas independentes que trabalham repertório autoral.

SPORT CLUB DE NATAL
Fotografia: Roberto Satoli

"Em momento de crise as coisas acontecem, pensamos em algo que pudesse reverter a situação e fomos atrás de alternativa", lembra Simona, ressaltando que a proposta foi bem recebida pela direção do clube de remo. "Eles querem movimentar o espaço e estão dando a maior força para que possamos mostrar nossa música".

O formato intimista, afinal o pequeno palco na balsa não abriga uma banda completa, chegou a - literalmente - intimidar os próprios artistas convidados. "No início houve  certo receio de fazer um show sem grandes aparatos técnicos, sem uma banda acompanhando. Mas a intenção é priorizar a essência da música, exaltar esse lado mais cru da canção", disse Juão Nin. "A busca é por um processo mais humanizado, de encontrar outras maneiras de criar e sentir, de tirar de dentro de si", emenda.

 JUÃO NIN
Fotografia: Divulgação
 
BALADA

A primeira experiência de shows acústicos no palco/balsa do Sport Club de Natal aconteceu em setembro do ano passado, durante edição do Circuito Cultural Ribeira. Nos meses seguintes, mais algumas apresentações - o suficiente para amadurecer a ideia.

"Estamos acostumados em fazer show na balada, na noite, e acredito que esta é uma boa oportunidade para mostrar um outro perfil", avalia Simona Talma. "O objetivo é criar uma alternativa para o público que procura algo diferente".

Ela disse que os artistas escalados para por um momento parecido, todos estão com trabalhos recém-lançados na praça: a banda Andróide sem Par lança "Grave" oficialmente neste sábado (23) em show na Aliança Ffrancesa; Khrystal já trabalha a divulgação de "Dois Tempos"; Simona traz "Bang" na bagagem; Artur Soares mostra aos natalenses o CD "Bodoque"; e Luiz Gadelha investe no álbum "Suculento". Cada show terá de 30 a 40 minutos, as apresentações são independentes.

 KHRYSTAL
 Fotografia: Divulgação 
 
 "TRAZER PARA PERTO"

A busca promovida pelo projeto "Suave Coisa" por espaços alternativos visa não somente dar vazão aos trabalhos autorais de artistas jovens, mas experientes, como também reforçar os elos que os unem. "Já havia uma sintonia entre eu, Khrystal, Luiz (Gadelha),  agora o Juão Nin", disse Simona, "e o Artur vem para reforçar o grupo. Ele tem a ver conosco. Participamos (Talma & Gadelha) do lançamento do disco dele lá em Mossoró é uma pessoa que queríamos trazer para perto".

Apostando na curiosidade do público, "que tem necessidade de vivenciar coisas diferentes", Simona e Juão foram inspirados pela música "Amor", dos Secos e Molhados, e acreditam que "muitas vezes espaços alternativos são mais interessantes" justamente pelo inusitado, pela possibilidade de mostrar a mesma música/repertório de outra maneira. "Queremos fisgar essas pessoas e ocupar os espaços que estão abertos para essas experiências", observa Juão.

O cantor e compositor mossoroense Artur Soares, que divide as atenções da plateia neste primeiro domingo com Khrystal, transita entre o regionalismo, o rock, o folk. Tira sutileza e complexidades na sua musicalidade ímpar e apresenta seu primeiro álbum intitulado de "Bodoque". O "Fusca Charlie", um automóvel azul protagonista do vídeo clipe que já circula na internet, abre o álbum e vem contribuindo para divulgar o trabalho do artista. 
 
...serviço... 
 
Projeto "Suave Coisa", domingos (24 de fevereiro; 3 e 10 de março), às 17h, no Sport Club de Natal - rua Chile, Ribeira. Ingressos: R$ 10 (preço único) à venda no local. Show de abertura com Khrystal e Artur Soares. 
 
...fonte...
Yuno Silva
 www.tribunadonorte.com.br

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fevereiro 20, 2013

UMA CURADORA PARA UMA PINACOTECA, SIM?

  SAYONARA PINHEIRO
A NOVA CURADORA DA PINACOTECA DO RIO GRANDE DO NORTE
A artista plástica assume a função de selecionar as exposições
 e gerar um novo direcionamento para o acervo
Fotografia: Magnus Nascimento/TN
 
 ARTE NÃO É BRINCADEIRA
UM DIÁLOGO COM A ARTE CONTEMPORÂNEA 
SEM ESQUECER A VERTENTE TRADICIONAL

 Por
Henrique Arruda
DO NOVO JORNAL
 
 
Contemporânea. Essa é a palavra que define a nova curadora da Pinacoteca do Estado, Sayonara Pinheiro. “Na verdade essa é a primeira vez que a Pinacoteca conta com a figura de um curador e isso já é um avanço imenso”, observa com sua voz tranquila e baixinha, lembrando também de como o seu envolvimento com a arte começou, há cerca de 20 anos, quando ainda fazia parte do coletivo “Oxente”.  
 
Desde os primeiros passos na arte, Sayonara surgiu contemporânea e é esse o pensamento que ela leva para a nova missão que carrega a partir de agora. Missão que, inclusive, considera um grande desafio, principalmente pelas proporções históricas que o Palácio Potengi congrega.
 
“Esse prédio é um dos principais equipamentos de cultura do Estado, tanto pelo seu significado histórico quanto pela sua contribuição de formação. É o local mais visitado depois do Forte dos Reis Magos. Me preocupa muito essa responsabilidade porque é o acervo do Estado, é o que ele tem para exibir publicamente, são as jóias, muito embora não goste muito desse nome”, brinca. 
 
A partir de agora, Sayonara deve selecionar as obras que vão fazer parte do acervo da Pinacoteca, bem como cuidar de algumas publicações de interesse da galeria no campo das Artes Visuais e também ajudar os artistas a encontrar o conceito que suas exposições pretendem passar. “É basicamente isso que um curador faz”, pontua.

Enquanto alguns turistas vez ou outra passam pela conversa e até confundem a cena com alguma explicação histórica sobre um quadro ou outro, Sayonara volta até a segunda metade da década de 80 para se lembrar de como tudo começou, época em fundou junto com o amigo e artista visual Guaraci Gabriel o coletivo “Oxente”. “Posso dizer sem medo que foi a partir dali que começou a existir arte contemporânea no Rio Grande do Norte”, garante. 
 
A artista visual explica que o coletivo formado ainda por Civone Medeiros e Cícero Cunha realizava intervenções pela cidade. A mais curiosa de todas elas, e que Sayonara conta enquanto segura a gargalhada, aconteceu onde hoje funciona o Solar João Galvão de Medeiros, na Avenida Câmara Cascudo, Cidade Alta. Naquela época o prédio estava completamente abandonado e até o piso era repleto de buracos.

“A gente sempre invadia prédios abandonados, não éramos revoltados, mas tinha uma coisa meio punk. Queríamos dizer nossas coisas através das nossas ações. Então invadimos esse prédio e criamos uma exposição, o nome era Vômito: O Declínio Sinfônico da Sociedade”, e então ela começa a rir.

A exposição reuniu vários artistas da época e foi bem difícil de ser montada. “Praticamente tivemos que morar na casa para entender aquele espaço e montar a exposição, foi lá que gravamos o primeiro vídeo arte da cidade, se chamou ‘sô:1,2,3....’. Era um alemão que estava de passagem por Natal e tinha uma câmera, o que era muito raro. Aí a gente convenceu ele a ir lá e gravar, inclusive gostaria bastante de rever esses vídeos”, afirma.

O trabalho do coletivo, eles mesmos definiam como “Captação ambiental”. “Produzíamos de acordo com o que estava ao nosso redor. Pegávamos o material que estava ao nosso entorno e construíamos alguma coisa”, argumenta.

Entre 1987 e 1991, ela não se lembra ao certo, o coletivo resolveu sair de Natal em busca de mais espaços para a sua arte e foi então que chegaram a participar da 20ª Bienal de Arte de São Paulo e de outros eventos do tipo no Rio de Janeiro e em Brasília, onde inclusive foram convidados a participar da primeira campanha política do presidente Lula.

“Ele estava na primeira campanha e eles entenderam que como nossa arte dialogava diretamente com o público, seria interessante que participássemos, mas a gente preferiu voltar para Natal, o que foi uma besteira total porque estávamos em todas as revistas de arte do país”, lembra, dizendo ainda que, mesmo muito jovens, eles nunca encararam a arte como uma brincadeira. 
 
“Eu tinha meu emprego, trabalhava junto com Guaraci, e por sinal ficava azucrinando o juízo dele para montarmos um coletivo e ele só percebeu que era isso que queria quando eu o levei a uma exposição onde hoje funciona a biblioteca Câmara Cascudo. Tínhamos muita responsabilidade no que fazíamos”, avalia.

Retornando à cidade, Sayonara resolveu entrar na faculdade, mas foi reprovada no curso de Artes Plásticas da UFRN por seu traço ser considerado “forte demais”. “Naquela época tinha o vestibular e um teste de aptidão, mas eles não reconheceram minha arte”, brinca. A alternativa foi tentar algo fora do país. Acabou sendo aprovada no 2º lugar para a Academia Real de Belas Artes em Bruxelas, na Bélgica, onde morou seis anos.

Reforçando o fato de ser uma artista visual de observação, ela comenta que mais importante do que a formação acadêmica na Bélgica foram os momentos passados no “Ateliê 340”, uma espécie de pub, em Bruxelas, onde todos os artistas se encontravam, fossem contemporâneos, como Sayonara, ou tradicionais.

“Era um lugar com biblioteca, ateliê, espaço para exposição e isso para mim era novidade, porque era onde todo mundo se encontrava. Era como se estivéssemos em casa. Não importa a hora que você passasse por lá, sempre tinha gente para conversar e trocar experiências”, recorda.

Ao contrário do que fazia aqui, Sayonara não continuou com as intervenções urbanas durante a estadia em Bruxelas, salvo raras exceções como a realizada em parceria com uma ONG ambiental na “Grand Place”. “É a Praça Central de lá”, explica contando ainda que sua intervenção era composta de várias caixas de ovos cobertas por um pano preto para simbolizar a poluição. 
 
“As caixas foram colocadas formando pilhas, como se fossem os prédios e os ovos dentro delas simbolizavam a vida; porque se um ovo é furado de dentro para fora significa vida, se ele é furado de fora para dentro significa morte”, explica.

Ao voltar para o Brasil, ela também foi convidada a participar de algumas exposições como a 3ª Bienal do Mercosul, realizada no Rio Grande do Sul e a fazer parte do primeiro Museu Virtual do país, o Imediata, da poeta visual Regina Vater. “Fiz um trabalho chamado ‘De Fio e De Teia’ que inclusive foi muito comentado na época e talvez tenha sido o meu trabalho mais expressivo, tinha ambientação sonora do poeta português Américo Rodrigues”, comenta.

PINACONTEMPORÂNEA

Mesmo sendo uma artista visual contemporânea e afirmando que vai tentar dialogar principalmente com essa vertente, Sayonara aproveita para esclarecer que isso não exclui os artistas tradicionais. “Pode haver uma pintura extremamente contemporânea sendo ela acadêmica ou naif, por exemplo. Só precisa ter sido produzida com esse olhar do agora”, justifca.

Agora, pós carnaval, a Pinacoteca vai realizar uma mostra de vídeos de estudantes do Departamento de Artes [DEART] da UFRN. São documentários com cerca de 30 minutos de duração cada sobre vários artistas potiguares pesquisados pelos alunos.

“É um projeto de extensão lá e que envolvia diversos professores, como o próprio Vicente Vitoriano e um desses alunos nos procurou e achamos a proposta muito interessante. A gente pretende trazer o artista documentado para a exibição também até mesmo para aumentar esse diálogo dele com a sociedade”, conta sobre as sessões que vão acontecer semanalmente ao meio dia.

“A Pinacoteca não dialoga com a produção local e principalmente com o jovem e é ele quem está mais interessado em buscar o novo. O tradicional é importante, mas ele já está posto e se ficamos só com o que já está posto não há renovação. O que está sendo produzido agora precisa de incentivo”, critica.

Agora Sayonara trabalha em seu primeiro livro que vai contar a sua história e que também vai ajudar a catalogar o seu coletivo “Oxente”. “Porque não existe registro, então já comecei a reunir algumas coisas lá em casa e quem sabe em 2014 ou 2015 o livro não está pronto?”, diz a artista visual de 45 anos.

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Henrique Arruda
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