janeiro 29, 2012

POTIGUARES NO CAMINHO DE ELIS REGINA

 Elis só veio ao Rio Grande do Norte uma vez, em meados de 1960,
contratada para realizar um show em Natal no Teatro Alberto Maranhão  
 
ELIS, A CANTORA DO BRASIL
 
Por
Jornal DeFato

Ninguém nunca saberá o que aconteceu com Elis Regina. Sua morte precoce, aos 36 anos, chocou o Brasil. Em janeiro, após 30 anos de sua morte, muita gente ainda chora o seu desaparecimento. Cultuada como a maior cantora do país, a gaúcha passou metade de sua vida em estúdios, emprestando a sua voz impecavelmente afinada em 27 LPs, catorze compactos simples e seis duplos, que venderam mais de 4 milhões de cópias.

Elis só veio ao Rio Grande do Norte uma vez, em meados de 1960, mas sua relação com o Estado não ficou somente nisso. Em 1961, quando chegou à gravadora Continental Discos, foi recebida por outro prodígio da época, o cantor e compositor natalense Paulo Tito, com quem iniciou uma parceria que se estendeu por três discos.

Logo no primeiro trabalho gravado no Rio, "Viva a Brotolândia", ela gravou o sucesso "Samba feito pra mim", composto e musicado por Tito. O vinil de 12 polegadas foi produzido por Nazareno de Brito, com a assistência do potiguar. "Ela tinha chegado de Porto Alegre e ainda 'cheirava a churrasco', mas depois foi se aproximando do povo do Rio", disse Paulo Tito.


Anos 1960, logo que Elis  se afastou da dupla que fazia com Jair Rodrigues, 
foi contratada para realizar um show em Natal no Teatro Alberto Maranhão

Desde então, ficaram amigos, tanto que, segundo ele, ela chegou a se hospedar em sua casa algumas vezes. "Ela ficava lá em casa, na Vila Isabel. Era uma pessoa muito alegre, muito sorridente, já tinha o brilho; ela gostava de escolher as músicas. Quer dizer, ela já veio com as características de grande artista", enfatizou.

A segunda gravação em parceria com Paulo Tito veio logo no segundo LP, "Poema de Amor", com a música "Vou comprar um coração", que tinha letra de Romeu Nunes. Em 1963, o disco "O bem do amor" trouxe ainda a canção "Domingo em Copa Cabana", com letra de Roberto Faissal, já na gravadora CBS.

O sucesso de Elis nos festivais a levou para a fama e para longe dos antigos amigos. "A última vez que a vi, ela ainda não tinha estourado com "Arrastão". Depois disso, ninguém mais chegou perto dela", disse Paulo Tito. Nenhum dos três discos com músicas suas chegou a fazer sucesso, mas ele afirma que ainda recebe os direitos autorais. "Ainda dá para eu fazer minha feira", revela.
 
OUTRO POTIGUAR

Além de Paulo Tito, Elis Regina gravou a música "Adeus Amor", do potiguar Newton Ramalho, feita em parceria com Almeida Rego. Filho de Macau, Nilton foi, segundo o empresário Zé Dias, um dos precursores da Bossa Nova. Ele também foi gravado por outros grandes nomes da música popular brasileira.

 
 Seresteiro e compositor, Paulo Peres Tito, 82,
é natural de Natal e foi criado no bairro das Rocas
 
UM SERESTEIRO POTIGUAR

Nascido em Natal, Paulo Tito, hoje com 82 anos, ainda é reconhecido como um dos mais importantes cantores tradicionais das noites na capital. Sua vida musical começou aos oito anos no colégio, quando a professora pedia para ele cantar o Hino Nacional antes das aulas. Com 12 anos, venceu um concurso na rádio Educadora de Natal, no programa "Por trás da cortina", no qual passou a se apresentar regularmente.

De Natal, foi convidado a cantar na Rádio Jornal do Commercio, no Recife (PE), em 1951, onde foi descoberto por Luis Gonzaga, que o levou para sua casa no Rio de Janeiro. Lá, chamou a atenção de Lamartine Babo, que o contratou para cantar na rádio Mayrink Veiga ao lado de estrelas como o próprio Luis Gonzaga, Ângela Maria e até Roberto Carlos. "Nessa época, Roberto Carlos estava se chegando e pedindo espaço", conta. 

O sucesso o levou também para a Rádio Nacional e, depois, para a Continental Discos, onde conheceu e gravou Elis Regina. Outras parcerias foram feitas com Maysa, para quem tocou e acompanhou (Candidata a Triste, com letra de Ricardo Galeno); Altemar Dutra (Cantiga de um homem triste); Cauby Peixoto (Quero você, letra de Ricardo Galeno); Elsa Soares e outros. 

Paulo Tito gravou 14 discos, entre 1955 e o final da década de 1970. Em 1975, integrou uma caravana de artistas potiguares e retornou ao Rio Grande do Norte fazendo apresentações em diversas cidades do interior.

 Produtor Cultural  Zé Dias teve  o seu momento com Elis Regina
fotografia: Vlademir Alexandre
 
ELIS EM NATAL E O MICO DE ZÉ DIAS

Nos anos 1960, logo que Elis Regina se afastou da dupla que fazia com Jair Rodrigues, foi contratada para realizar um show em Natal no Teatro Alberto Maranhão (TAM). Um dos espectadores dessa apresentação foi o promotor musical Zé Dias, na época, com pouco mais de 10 anos.

De acordo com ele, contradizendo as expectativas, ao invés de entrar por trás do Teatro, entrou pela lateral. "Eu quando vi Elis entrando gritei para todo o teatro: 'Mamãe, olhe Elis Regina'. O teatro veio abaixo rindo de mim", conta.

Um dos maiores fãs da cantora gaúcha, Zé Dias, que realiza grandes shows no RN e é casado com a cantora Khrystal, vive a frustração de nunca ter ido a outros shows de Elis. "Ela ainda é a maior cantora do Brasil, porque além de cantar, tinha atitude, repertório e a capacidade de lançar outros artistas como Fagner, Belchior, Ivan Lins", conclui.


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2 comentários:

  1. parabéns pela divulgação dos fatos e obrigado. interessantíssimos fatos e divulgações!!!

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    1. Amigo, valeu pela força! Acompanhe sempre de perto as postagens do Potiguarte, viu?

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