julho 28, 2012

CAMILA MASISO: DE VOLTA PRA O ACONCHEGO

Graduada em Direito, quando não está ensaiando os próximos acordes,
Camila provavelmente está lendo algum livro ou comprando um novo título
Fotografia: Giovanna Hackradt e Geórgia Hackradt

A ARTISTA DO ANO ESTÁ DE VOLTA

Por
Sérgio Vilar

Mesmo jovem Camila Masiso já completou alguns ciclos na carreira musical. Integrou uma banda pop de forte apelo comercial. Se lançou numa carreira solo calcada no repertório mais sofisticado. E por último foi surpreendida ao receber o Troféu O Poti na categoria Artista Popular como mais votada pelo público. E uma nova fase se inicia. Após uma turnê de quase um mês pela Europa, a cantora se debruça na elaboração do segundo CD, já vivendo "bem" só da música e cheia de planos futuros para seguir na "estrada".

Camila Masiso foi indicada pela comissão de jurados do Prêmio Cultura Potiguar - organizado pelo Diário de Natal/O Poti - a concorrer na categoria Música. "Criei expectativa em vencer o prêmio (entregue à banda Talma&Gadelha). Não esperava vencer como artista mais votada", revela. E venceu com quase o dobro de votos do segundo colocado. Durante a cerimônia de entrega realizada no Teatro Alberto Maranhão, a família recebeu em seu lugar. Camila estava em turnê pela Europa. Até então ela nem desconfiava do resultado.

Variedade musical
"Faço o meu som que considero genuinamente brasileiro"

 fotografia: Rayane Azevedo

"Pelo fuso, o horário era madrugada lá na Áustria. Quando acordei logo cedo acessei meu facebook e tinha uma foto minha com o troféu ao lado. Dei um pulo de alegria, vibrei sozinha", contou. Camila atribui o resultado ao trabalho realizado, sobretudo, no último ano. A parceria com o SESC possibilitou inúmeros shows junto à Orquestra Sinfônica da UFRN. A apresentação de Clássicos da MPB foi agraciada também com o prestigiado Prêmio Hangar 2012, voltado à música potiguar, e abriu novas portas à cantora.

"Tocamos em lugares que normalmente não tocaríamos. Fui apresentada a outros nichos de público. Muitos empresários ligados à Fecomercio, por exemplo, conheceram meu trabalho. Fiz viagens, divulguei muito nas redes sociais e na mídia impressa. Acho que isso ajudou muito. E outro fator importante é que gosto de participar de projetos especiais, diferenciados. Fiz shows assim na Casa da Ribeira, alguns especiais no Buraco da Catita. E são shows que apresentam um trabalho mais profissional e elaborado".

 Show na França
Foram quatro meses de trabalho e estudo para aprender o novo idioma
Fotografia: Giovanna Hackradt e Geórgia Hackradt

 DISCO 2

Trabalho elaborado rima com o novo CD de Camila Masiso, ainda sem título. Definido mesmo só a ideia de 11 faixas e capa com arte pintada por algum artista plástico potiguar. Conversas com Flávio Freitas estão adiantadas e podem estampar as cores do novo álbum. "Penso em algo bem regional e colorido". O repertório será todo potiguar. "Tenho recebido muita coisa e já temos trabalhado algumas músicas. Mas ainda estamos fechando essa parte. Tenho insistido pra Khrystal me dar alguma música. Então o repertório ainda está em construção".

Certo mesmo a presença da canção Mares potiguares, do areiabranquense Mirabô. A música já faz parte do show com a Orquestra. "Tenho uma ligação transcendental com a essa música e quero que esteja no CD". Há também o debut da cantora como compositora. "A turnê pela Europa foi inspiradora. Muito tempo junta com os meninos do Macaxeira Jazz facilitaram a composição". E a canção Morena, composta por Diogo Guanabara (do Macaxeira) e Edu Bandeira, também estará no novo trabalho.

"Ainda penso em pedir música a Pedro Mendes, Babal, Galvão Filho. Luiz Gadelha já me enviou algumas coisas. Tem uma galera nova também... Quero analisar tudo com cuidado e trabalhar muito em cada uma delas. Recebo as músicas cruas e no ensaio de ontem, por exemplo, trabalhamos duas horas apenas em uma música. Quero esse tempo para sentir a sonoridade do disco e apresentar um trabalho legal para o público". A estimativa de Camila Masiso é de que em setembro inicie a divulgação das primeiras músicas na internet.

   Mudança do pop rock para MPB 
ajudou a intérpetre  a ser reconhecida pelo seu trabalho
Fotografia: Giovanna Hackradt e Geórgia Hackradt

"HOJE VIVO BEM SÓ DA MÚSICA. É MEU ÚNICO GANHA-PÃO" 
 
No dia 27 de junho, Camila Masiso e o Macaxeira Jazz partiram rumo à Europa. Contatos com produtores e artistas foram feitos antes. Ela tinha feito show na Casa da Ribeira com o italiano Pheel Baliana. O Macaxeira tinha outros contatos de turnês anteriores e a agenda de shows foi montada. Tocaram na Áustria, depois Itália, passaram três dias em Portugal para estreitar mais contatos e conhecer a cidade, seguiram para Espanha e depois para a Eslovênia. Apresentações em bares, festivais, ruas e até praças onde receberam alguns trocados.

"Foi engraçado. A gente estava numa praça em Barcelona. Aí tiramos os instrumentos, começamos a tocar pra gente mesmo, sendo que o case do pandeiro estava virado, aí quem passava deixava uma moeda", lembra. "Às vezes chegávamos em um bar, sempre com os instrumentos. O dono perguntava se éramos músicos e ali mesmo fechávamos uma data para show no dia seguinte". Camila recorda do público atento e silencioso. Até chegarem os brasileiros: "A gente cantava sem amplificadores. Mas quando brasileiros descobriram a gente lá aí foi uma barulheira".

Uma das experiências mais satisfatórias foi o show no Festival de Lent, na cidade eslovena de Maribo. "Era muito grande. Dava uns três Madas. Era à beira do rio. Cantei Samba da minha terra junto com a cantora Zvezdana Novakovic. Eu em português e ela em esloveno (o vídeo está no youtube). Também descobrimos uma roda de chorinho em Barcelona. Aliás tem muito músico brasileiro por lá". E as lembranças só trazem sorrisos à cantora. Camila Masiso já fechou novas datas na Europa para a turnê do próximo ano.

  Show Camila Masiso & Orquestra
 "É possível, sim, viver só de música"
fotografia: Moraes Neto

NOVA TURNÊ

Camila Masiso acredita em trabalho, iniciativa e profissionalismo para quem quer viver da música. "Hoje vivo bem só da música. É meu único ganha-pão". O novo CD já foi aprovado pelo Programa Djalma Maranhão (lei municipal de incentivo à cultura) e tem recursos captados junto à Unimed Natal. "Se você apresenta um bom trabalho e mostra retorno aos empresários, eles apostam no artista". As passagens para a turnê foram financiadas pela Miranda Computação. "Em troca eu faço um show para eles, num evento de lançamento. É uma troca onde todos saem ganhando, inclusive o público".

...fonte...
 Sérgio Vilar

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