Vestido em sua
armadura de couro, aboiando o gado, o vaqueiro
conquista um espaço para contar - a partir do seu cotidiano -
um pouco da sua história em solo potiguar
Fotografia: Rodrigo Sena
conquista um espaço para contar - a partir do seu cotidiano -
um pouco da sua história em solo potiguar
Fotografia: Rodrigo Sena
MUSEU DO VAQUEIRO
SOPRO NOVO PARA O VELHO SONHO
Por
Regina Coeli Vieira Machado
Sarah Vasconcelos
Antônio Roberto
Roberto Lucena
O
tipo étnico do vaqueiro provém do contato do branco colonizador com o índio,
durante a penetração do gado nos sertões do Nordeste brasileiro. O grito ecoado
nos trechos dos versos de Patativa do Assaré em "O vaqueiro", traz a
riqueza e a cultura da principal figura do sertão nordestino. Sem a figura dos
bandeirantes, ao contrário de outras regiões do país, o Rio Grande do Norte
contou com a presença do peão para ter
sua área delimitada e se desenvolver, a partir do final do século XVI.
O vaqueiro é a figura central de uma fazenda. Seu trabalho é árduo e contínuo. Passa grande parte do tempo montado a cavalo percorrendo a fazenda e fiscalizando as pastagens. Vestido em sua armadura de couro, aboiando o gado, o vaqueiro conquista um espaço para contar - a partir do seu cotidiano - um pouco da sua história em um projeto nobre, o Museu do Vaqueiro.
"Vamos contar a história do nosso Estado e da nossa gente, a partir do resgate de tradições, memória e história da atividade pastoril", explica o engenheiro agrônomo e criador do projeto Marcos Lopes. Para isso, observa Lopes, o Museu sediará um centro de pesquisa histórica e de identidade sertaneja, o que propiciará estudo antropológicos, documentação e a captação de peças para exposição.
MARCOS LOPES
O idealizador de um sonho que já dura 10 anos
Museu preservará a história e a identidade sertaneja
Fotografia: Rodrigo Sena
Mais do que em apetrechos e peças raras, a destreza e a valentia dos
responsáveis por conquistar o sertão brasileiro serão retratadas em
atividades geradoras das riquezas econômicas e culturais características
do ciclo do couro no Rio Grande do Norte, que se estendeu até o século
XVII. Ao visitar o local, as pessoas terão uma verdadeira aula da história do
Sertão, descrita pelo próprio Marcos Lopes. Lá estarão preservadas a
história e a identidade sertaneja, com peças, documentação e obras
literárias sobre o tema.
O museu
começou a ser idealizado por Marcos Lopes há 10 anos. A primeira parte
do espaço foi bancado com recursos próprios, apesar do projeto ter sido
aprovado pela Lei Câmara Cascudo à época. Este ano, o projeto ganhou
patrocínio da Cosern/Neoenergia e foi possível a conclusão das obras. O
museólogo Helio Oliveira fez o inventário das peças, e o escritor Dácio
Galvão formulou o conceito do museu para a primeira fase de abertura.
Com o patrocínio, serão oferecidas à comunidade oficinas
musicais de sanfona e zabumba, e de confecção de artesanato,
indumentária e acessórios em couro. As oficinas serão destinadas a
estudantes e público carente daquela região. "Com isso, contaremos a
história e mostraremos na prática a criação desses bens".
Entrada do Museu do Vaqueiro, localizado na Lagoa do Bonfim,
município de São José de Mipibu no Rio Grande do Norte
O Museu do Vaqueiro abre oficialmente no dia 09 de dezembro, quando o visitante poderá ver todo seu acervo sobre a cultura sertaneja em textos, fotos e peças originais, incluindo um espaço dedicado a Luiz Gonzaga, difusor maior dessa cultura em nível nacional. A nova estrutura reproduz um típico casarão sertanejo, com um primeiro andar em sótão. No local já funcionavam as oficinas de confecção de souvenirs e escola de sanfoneiros para a comunidade local.
município de São José de Mipibu no Rio Grande do Norte
ESTRUTURA
O Museu do Vaqueiro abre oficialmente no dia 09 de dezembro, quando o visitante poderá ver todo seu acervo sobre a cultura sertaneja em textos, fotos e peças originais, incluindo um espaço dedicado a Luiz Gonzaga, difusor maior dessa cultura em nível nacional. A nova estrutura reproduz um típico casarão sertanejo, com um primeiro andar em sótão. No local já funcionavam as oficinas de confecção de souvenirs e escola de sanfoneiros para a comunidade local.
Na abertura do museu, o público vai se deparar com uma exposição temporária para a primeira
fase, chame-se "O Vaqueiro - um homem universal", que tem curadoria da
fotógrafa e jornalista Ângela Almeida, consultoria de Dácio Galvão e
direção executiva Marcos Lopes.
Na festa de inauguração haverá vaquejada feminina, pega de boi no mato e a tradicional missa do vaqueiro. O museu também vai lembrar nomes regionais e locais que contribuíram para pesquisa e manutenção da cultura sertaneja, como o escritor e estudioso da temática sertaneja Oswaldo Lamartine, Câmara Cascudo, o poeta e rabequeiro Fabião das Queimadas, entre outros que tratam do tema sertão e seus habitantes.
DOMINGUINHOS
O cantor e compositor visitou o Museu do Vaqueiro
e prestou uma contribuição inédita ao espaço:
doou uma sanfona, de seu acervo pessoal
DOMINGUINHOS DOA SANFONA AO MUSEU DO VAQUEIRO
O cantor e compositor visitou o Museu do Vaqueiro
e prestou uma contribuição inédita ao espaço:
doou uma sanfona, de seu acervo pessoal
DOMINGUINHOS DOA SANFONA AO MUSEU DO VAQUEIRO
O Museu do Vaqueiro, localizado na Lagoa do Bonfim, município de São
José de Mipibu, ainda não foi inaugurado, mas a importância do local
começa a ser mensurada pelo acervo e visitas registradas no espaço
destinado à valorização da cultura nordestina.
O cantor e compositor Dominguinhos, na tarde do dia 17 de novembro, esteve no local para fazer a doação de uma sanfona retirada de seu acervo pessoal. Além de conhecer o espaço, o "herdeiro" de Luiz Gonzaga tocou e conversou com a turma de alunos do projeto de aprendizes de sanfoneiro. "Comecei a tocar com meus irmãos, quando tinha oito anos. Luiz Gonzaga foi muito importante para minha vida e carreira", resumiu.
A sanfona doada por José Domingos de Morais é uma réplica do instrumento tocado pelo próprio Gonzagão e foi presente de outro sanfoneiro conhecido em terras potiguares: Amazan. "Ganhei essa sanfona de Amazan. Ela é muito especial, porém, muito grande e pesada. Não posso mais usá-la. Não podia vender, nem entregar a outra pessoa. Resolvi então deixar no lugar mais correto. Por isso fiz essa doação", explicou Dominguinhos.
Marcos Lopes, idealizador do Museu do Vaqueiro, explicou a importância do gesto. "Esse tipo de sanfona, com as teclas na cor preta, é rara. De tantas sanfonas que Luiz Gonzaga tocou, apenas três tinham o teclado preto. Esse modelo, que estamos recebendo de Dominguinhos, é uma destas. É uma doação muito especial", pontuou. A sanfona ficará exposta numa espécie de redoma de vidro, juntamente com uma foto do "pai do forró".
O Museu do Vaqueiro abre as portas oficialmente no dia 9 de dezembro. Será possível conferir um acervo sobre a cultura sertaneja em textos, fotos e peças originais. O espaço começou a ser idealizado por Marcos Lopes há 10 anos. Paralelo ao museu, Lopes se dedica a outro projeto: uma escola de sanfoneiros. Atualmente, 15 crianças e adolescentes participam do projeto. Neste dia, parte da turma ouviu ensinamentos e tocou ao lado de Dominguinhos. É uma emoção boa. Tenho dois ídolos: Dominguinhos e Waldonys. Quero ser um sanfoneiro igual a eles", disse o jovem Mateus da Rocha, 15 anos.
O cantor e compositor Dominguinhos, na tarde do dia 17 de novembro, esteve no local para fazer a doação de uma sanfona retirada de seu acervo pessoal. Além de conhecer o espaço, o "herdeiro" de Luiz Gonzaga tocou e conversou com a turma de alunos do projeto de aprendizes de sanfoneiro. "Comecei a tocar com meus irmãos, quando tinha oito anos. Luiz Gonzaga foi muito importante para minha vida e carreira", resumiu.
A sanfona doada por José Domingos de Morais é uma réplica do instrumento tocado pelo próprio Gonzagão e foi presente de outro sanfoneiro conhecido em terras potiguares: Amazan. "Ganhei essa sanfona de Amazan. Ela é muito especial, porém, muito grande e pesada. Não posso mais usá-la. Não podia vender, nem entregar a outra pessoa. Resolvi então deixar no lugar mais correto. Por isso fiz essa doação", explicou Dominguinhos.
Marcos Lopes, idealizador do Museu do Vaqueiro, explicou a importância do gesto. "Esse tipo de sanfona, com as teclas na cor preta, é rara. De tantas sanfonas que Luiz Gonzaga tocou, apenas três tinham o teclado preto. Esse modelo, que estamos recebendo de Dominguinhos, é uma destas. É uma doação muito especial", pontuou. A sanfona ficará exposta numa espécie de redoma de vidro, juntamente com uma foto do "pai do forró".
O Museu do Vaqueiro abre as portas oficialmente no dia 9 de dezembro. Será possível conferir um acervo sobre a cultura sertaneja em textos, fotos e peças originais. O espaço começou a ser idealizado por Marcos Lopes há 10 anos. Paralelo ao museu, Lopes se dedica a outro projeto: uma escola de sanfoneiros. Atualmente, 15 crianças e adolescentes participam do projeto. Neste dia, parte da turma ouviu ensinamentos e tocou ao lado de Dominguinhos. É uma emoção boa. Tenho dois ídolos: Dominguinhos e Waldonys. Quero ser um sanfoneiro igual a eles", disse o jovem Mateus da Rocha, 15 anos.
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