outubro 10, 2013

UM NORDESTE COM SOTAQUE SERTANEJO

CÉSAR FERRARIO
ATOR POTIGUAR ESTÁ NO ELENCO DE "AMORES ROUBADOS",
MINISSÉRIE DA REDE GLOBO QUE VAI AO AR EM 2014.
O SERTÃO REAL EXIBIDO COM A PROMESSA DE
SOTAQUE FIDEDIGNO E IMAGEM DE CINEMA
Fotografia: Divulgação

NORDESTE COM SOTAQUE

Via
NOVO JORNAL

O sertão brasileiro, velho conhecido da Rede Globo, volta à TV. Desta vez, no entanto, sai de cena o agreste icônico de Lampião e Padre Cícero e entra a terra fértil cortada pelo rio São Francisco, produtora de vinho e de frutas para exportação. Este é o cenário de “Amores Roubados”, série de dez capítulos que a emissora exibe em janeiro de 2014 com a promessa de sotaque mais fidedigno e imagem de cinema.

A obra é uma adaptação de “A Emparedada da Rua Nova”, de Carneiro Vilela, folhetim publicado semanalmente entre 1909 e 1912 pelo “Jornal Pequeno”, do Recife (PE). Trata de um Don Juan que entra em apuros ao se envolver com a filha de um homem rico e poderoso da capital. Na época da publicação, a trama, que gira em torno de paixão e vingança, virou febre com status de lenda urbana.

Agora, foi teletransportada para a área rural e para o século 21. Segundo os idealizadores, a ideia é levar à tela um sertão contemporâneo e mais próximo da “vida real” do Nordeste, ainda que a história original tenha sido escrita há mais de cem anos.

A professora de comunicação da Universidade Federal da Bahia, Maria Carmem Jacob de Souza, afirma gostar da ideia de ver um sertão mais atual na tela e diz achar importante que a produção de teledramaturgia “saia do eixo rotineiro” e explore diferentes regiões do país. “Na verdade, eles podem é desmontar estereótipos e até tornar mais rica a impressão sobre o Nordeste.”

Segundo Julio Wainer, professor de jornalismo e diretor da TV PUC, a escolha da Globo reflete uma necessidade de modernização e de fidelização de um público. “O cavalo não existe mais, existe a moto há mais de dez anos. A emissora é obrigada a se atualizar para não ficar de fora da audiência no Nordeste.”

Para “agarrar” essa audiência, a Globo repetiu o triunvirato responsável por “O Canto da Sereia” (2013): George Moura (“Linha de Passe”, 2008) no roteiro (sob a supervisão de Maria Adelaide Amaral), José Luiz Villamarim (“Avenida Brasil”) na direção-geral e Walter Carvalho, uma grife do cinema com mais de 80 títulos no currículo, na direção de fotografia e câmera - algo incomum na TV, onde a câmera é operada por outros profissionais.

CÉSAR FERRARIO
Mossoroense, ator desde 1993, é um dos fundadores dos
Clowns de Shakespeare,  grupo de pesquisa teatral
da cidade de Natal, Rio Grande do Norte
Fotografia: Divulgação

Outra arma usada pela TV Globo para conseguir mostrar o “sertão real” em “Amores Roubados” foi o sotaque.

Embora os papéis principais da minissérie sejam interpretados por velhos conhecidos do horário nobre - Murilo Benício, Patrícia Pillar, Ísis Valverde e Cauã Reymond -, foram escalados atores nordestinos que vivem fora do eixo Rio-São Paulo para dar mais credibilidade à pronúncia.

Entre eles, os pernambucanos Irandhir Santos (“O Som ao Redor”) e Jesuíta Barbosa (“Tatuagem”) e o potiguar Cesar Ferrario (“Cheias de Charme”). “Em um primeiro momento, a gente se sente ridículo. Até você realmente começar a se sentir bem falando, você passa por uma estrada muito dolorida”, afirma Benício, que se preparou antes das gravações com fonoaudióloga e chegou a pedir ajuda a Irandhir durante o trabalho.

Para Julio Wainer, diretor da TV PUC, a escolha do elenco faz sentido. “Hoje, o melhor cinema no Brasil está em Pernambuco e as novelas são feitas com atores do Sudeste. É uma tentativa de se atualizar sem perder a referência do imaginário e ainda buscar novos mananciais de atores. É um jogo de caras mais conhecidas e de caras novas.”

Cauã Reymond, uma das caras mais conhecida e o Don Juan da minissérie, experimenta o sotaque nordestino pela segunda vez - a primeira havia sido em “Cordel Encantado” (2011). Ele diz ter ficado feliz em trabalhar com George Moura, autor que “sabe falar bem do universo masculino, que tem uma visão masculina sobre o homem”.

“Na dramaturgia, hoje, os autores escrevem muito para mulher. Isso não é uma crítica, mas uma tendência. Mas o George escreve homens de forma ativa, com personalidade dominante, forte. O Jayme [personagem de Benício] e o Leandro [o de Reymond] são machos alfa”, diz.

Reymond antagonizará com Benício, que faz o homem mais poderoso de Sertão, município fictício de Pernambuco escolhida para mostrar o “sertão contemporâneo”.

A cidade é formada de imagens captadas em locações de Petrolina (PE), onde estão as vinícolas do antagonista Jaime Favais (Benício), e na região de Paulo Afonso (BA), base para as cenas feitas no Raso da Catarina (Folha de S. Paulo).

...fonte...
www.novojornal.jor.br

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