fevereiro 25, 2014

O TOQUE DA SEGUNDA GUERRA

NALVA NÓBREGA 
 AOS 85 ANOS, A PIANISTA CAIOCOENSE, IRMÁ DO CONSELHEIRO APOSENTADO 
DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO, GETÚLIO NÓBREGA,  CONTA
 COMO SE INSPIROU NO  CLIMA QUE NATAL VIVEU COM A PRESENÇA
 DOS AMERICANOS PARA PRODUZIR SEU SEXTO TRABALHO MUSICAL
Fotografia: Elaine

O TOQUE DA SEGUNDA GUERRA

Por
Henrique Arruda
NOVO JORNAL

O ano era 1942 e o mundo estava em guerra pela segunda vez. Enquanto lá fora a batalha entre países aliados e os do eixo seguia firme, Nalva Nóbrega, 85, adorava conhecer os soldados estrangeiros que chegavam em Natal. Por causa da sua timidez, que só desaparecia quando ela estava acompanhada de sua grande paixão, o piano, a caicoense deixava as tentativas de comunicação com os homens para as amigas desinibidas.

E se hoje em dia a moderna Natal não fala em outra coisa senão na Copa do Mundo e na quantidade de estrangeiros que vai passar pela cidade no período dos jogos, imagine para aquela cidadezinha pacata da época, perdida entre dunas, mar e rio, que de repente é tida como a principal base para as tropas norte-americanas durante o confronto de proporções globais!

Diante da efervescência registrada no recém-inaugurado Grande Hotel, na Ribeira, e em toda extensão da Rua Dr. Barata, Nalva e suas amigas observavam os bonitões que circulavam pela cidade. “What time is it (que horas são)?”, perguntava em voz alta a mais animada do grupo quando algum deles se aproximava, até mesmo para testar o aprendizado da língua estrangeira que estudavam no Colégio Santa Terezinha, em Caicó.

Exatamente 72 anos depois, Nalva está na sala de seu apartamento, em Petrópolis, sentada ao lado do seu piano branco, enquanto relembra esses e outros episódios da época em que Natal foi invadida pelo país da Coca Cola, chicletes e outras maravilhas, em plena II Guerra Mundial.

Grupo de militares americanos, década de 40,  bebendo no Grande Hotel,
defronte a igreja de Bom Jesus, no bairro da Ribeira, em Natal/RN

Foram essas mesmas memórias que lhe fizeram gravar o sexto CD da carreira como pianista. No repertório, o foco foi para as canções que costumavam tocar nos bailes e rádios de Natal naquela época. O trabalho foi lançado há pouco mais de duas semanas em sessão solene no Teatro Alberto Maranhão.

A pianista tira da memória 20 canções, incluindo a icônica valsa “Royal Cinema” de Tonheca Dantas, que no ano passado completou 100 anos e é tida como uma das composições mais importantes para a história da música no Rio Grande do Norte.

“A BBC vivia tocando a Royal Cinema, mas dizendo que era de autor desconhecido”, recorda Nalva, carregando o mesmo brilho no olhar da caicoense que aprendeu a tocar piano aos 4 anos com sua tia. “Minha tia foi uma excelente pianista e Tonheca Dantas, inclusive, chegou a fazer uma música para ela, mas eu não tenho mais a partitura”, lamenta, apontando para o teto do escritório, onde se pode observar na prateleira uma pasta com partituras e documentos relacionados ao seu universo particular da música.

“Se for lhe contar tudo pode sentar que vai demorar. Minha vida é um romance”, adverte sem se decidir entre ficar em pé ou sentada, empolgação que carrega desde os tempos de sala de aula. Além de ser aposentada pelo Tribunal de Contas da União, Nalva também é aposentada pela UFRN, onde foi professora de contabilidade no curso de Administração.

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