agosto 28, 2014

O OLHAR "INVERSUS" DE FERNANDO PEREIRA

 
 FERNANDO PEREIRA
 Fotógrafo, formado em Jornalismo e Letras pela UFRN, 
o carioca Fernando Pereira mora em Natal há 40 anos.
 Fotografia: Argemiro Lima / NJ

O "INVERSUS" DE  FERNANDO PEREIRA

 Por
HENRIQUE ARRUDA do NOVO JORNAL 

Já imaginou se a gente pudesse observar o mundo a partir do seu reflexo? Seja na areia molhada da praia, nas leves ondas de uma lagoa ou mesmo em uma gota de água.  Foi isso que fez o jornalista e fotógrafo Fernando Pereira (61) durante um ano.O resultado pode ser visto na Pinacoteca do Estado até 6 de setembro através das 30 imagens que compõem a exposição “Inversus”.

“Você percebe que essas imagens originalmente estão de cabeça para baixo por se tratar de um reflexo, não é?”, questiona Fernando à reportagem, assim que começa a revisitar as fotografias expostas em diversos tamanhos, explicando que a ideia de observar as paisagens a partir de seus reflexos surgiu em março do ano passado.

No período, ele estava em cartaz na Galeria de Artes da UFRN (Conviv’art), com a exposição “Vivam Natura” até que o marchand Antônio Marques observou “você conseguiu um Monet com esta fotografia aqui não foi rapaz?”, lembra Fernando apontando para a imagem em questão, que exibe uma árvore no município de São Rafael, interior do estado, observada através de uma poça d’água.

“Eu fui para lá no final do inverno e as árvores já estavam com as folhas amareladas, então tinha essa poça muito próxima, mas já com o lodo por conta do tempo... e assim as cores se misturam e formaram essa visão”, explica Fernando sobre a fotografia que mais parece, de fato, uma pintura, assim como boa parte das fotografias expostas.

“É engraçado porque essas imagens realmente parecem uma pintura, algumas até mais que outras. Depende muito da textura que o reflexo tem”, complementa, garantindo que a natureza é o grande objetivo de seu trabalho como fotógrafo, desde que começou na área, no começo dos anos 90.

Com a exposição em mente, a partir da observação do marchand, Fernando continuou com suas rotineiras viagens pelo interior do estado para fotografar as belezas de cada local e assim chegou São Tomé, cerca de 100 km da capital. Por lá, ele obteve uma das fotografias mais destacadas na exposição, a que exibe um caçador visto pelas cores de uma poça d’água.

“Toda vez que chego em uma cidade procuro me informar sobre o lugar mais bonito dela, na opinião dos moradores: um  riacho, uma nascente, pássaro, pedra... o que tiver. E foi assim que eu descobri a Pedra do Oratório em São Tomé. Só que para chegar lá, contei com a ajuda de alguns caçadores que conheciam o caminho e fiz essa foto em um momento do percurso”, conta sobre a imagem, puxando imediatamente seu tablet para mostrar outras imagens do percurso.

“Muita coisa ficou de fora”, conta, adicionando entre os locais já visitados e fotografados no Rio Grande do Norte, o Monte das Gameleiras e principalmente a região de Acari.“Sou apaixonado por Acari”, declara. O próximo destino a ser visitado é Cerro Corá. “Quero ver a nascente do Rio Potengi”, argumenta.

Além de registrar o interior do estado, as 30 fotografias que compõem a exposição, também transportam o público de forma subjetiva para os cartões postais mais comuns da capital potiguar, como Ponta Negra; onde Fernando fotografa o reflexo da sombra de surfistas e garotos jogando bola na praia, e a Ribeira, através de prédios refletidos no Rio Potengi.

Todas as imagens foram registradas em câmera profissional, mas ele argumenta que não é apegado a essa questão. “Hoje em dia muitos modelos de celulares já fazem fotos maravilhosas, e acho que, no fundo, o que vale é a imagem e isso não depende de modelo de câmera, mas da visão do fotógrafo”, menciona.

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