JOÃO MARCELINO
Quadrienal de Praga, maior evento de cenografia do mundo,
terá um potiguar
integrando a mostra. Pra chegar a esse resultado, acredite, não foi tarefa
nada fácil. Um currículo com mais de 100 participações em espetáculos
locais e nacionais, recebendo 25 prêmios no Brasil e um no exterior,
seja como diretor, ator, cenógrafo e figurinista.
Fotografia: Alex Régis/TN
integrando a mostra. Pra chegar a esse resultado, acredite, não foi tarefa
nada fácil. Um currículo com mais de 100 participações em espetáculos
locais e nacionais, recebendo 25 prêmios no Brasil e um no exterior,
seja como diretor, ator, cenógrafo e figurinista.
Fotografia: Alex Régis/TN
UM CRIADOR DE MAGIAS
Por
Ramon Ribeiro
TRIBUNA DO NORTE
Em algum lugar na década de 60, sentado no chão, embaixo da máquina de costura da mãe, um menino dava seus primeiro passos no universo da arte. A cena pode parecer corriqueira às crianças da época, mas para o diretor teatral e figurinista João Marcelino, esse foi um dos aspectos que o colocou no teatro e no trabalho de figurinista. O outro, as primeiras experiências com a pintura ainda na adolescência. Aos 66 anos, o multi-artista potiguar ainda é capaz de ter o mesmo entusiasmo daquele jovem de Macaíba/RN, cidade onde nasceu.
Da estreia no teatro, em 1980, até hoje, Marcelino acumulou muita história, são mais de 100 participações em espetáculos locais e nacionais, recebendo 25 prêmios no Brasil e um no exterior, seja como diretor, ator, cenógrafo e figurinista.
E justamente com o seu mais recente trabalho como figurinista, assinando o vestuário da peça Quintal de Luiz, apresentado pelo grupo Estação de Teatro no Natal em Cena de 2014, que Marcelino ganha mais uma vez reconhecimento internacional. O potiguar foi convidado a apresentar uma reflexão artística sobre sua última criação na importante Quadrienal de Praga, na República Tcheca, maior evento no mundo sobre design da performance (figurino, palco, iluminação, sonoplastia, dança, teatro etc), que reúne trabalhos de mais de 60 países.
O convite partiu de uma das curadoras do evento que acompanha o trabalho de Marcelino de longa data. “Ela viu meu figurino feito para o Quintal de Luiz e me pediu para enviar o material para apreciação dos outros curadores. Mandei as fotografias de estúdio e de cena e o croqui”.
O artista conta que esse será o material que constará na exposição e no catálogo do festival. E acrescenta que o mesmo material também vai ser exposto numa mostra em Brasília, com data ainda a ser definida.
Ainda dentro da Quadrienal de Praga, haverá outra exposição, com o nome “Confissão do Artista”, e que Marcelino também foi convidado a participar, ao lado de cenógrafo, design de cena e figurinistas de várias partes do mundo. Ele explica que vai ser uma espécie de instalação com esferas de alumínio contendo em seu interior uma reflexão artística pessoal. “Na minha esfera eu coloquei os materiais que foram provocando a minha cabeça para a descoberta do figurino”, detalha.
Sobre os desafios de criar o figurino para o espetáculo do grupo Estação de Teatro, Marcelino diz que são os mesmos dos outros que já fez, a partir da página em branco. “Eu presto atenção nas falas, na cena que o dramaturgo César Ferrario criou, na cena que Rogério Ferraz como encenador montou, cenografia, a musica, a voz da atriz Nara... Essa somatória de observações vai dando corpo a ideia. Parto do papel em branco como uma esfinge que precisa ser desvendada. Se há algum desafio é este. Eu procuro me colocar dentro daquele texto, daquela fábula”.
CARREIRA NO TEATRO
Com passagens por importantes companhias de teatro do Rio Grande do Norte, como o Stabanada Cia. de Repertório, e de outros estados, como o Armazém Cia. de Teatro, João Marcelino completa em este ano 35 anos de carreira. Sua estreia foi com 18 anos, com o grupo Manacá de Teatro, a convite do diretor Costa Filho. No mesmo grupo, viu pela primeira vez um ator vestido em cena com um figurino que havia construído.
Nos anos 2000, Marcelino dirigiu por 11 anos o “Chuva de Bala”, espetáculo encenado ao ar livre, que conta a história de bravura e resistência de Mossoró ao Bando de Lampião.
Marcelino trabalhou com muita gente importante no teatro potiguar e nacional. Um dos seus encontros marcantes foi com o prestigiado ator Paulo Autran, em Londrina, quando o potiguar fez o figurino e a cenografia do espetáculo “A Tempestade”, montagem shakespeareana do Armazém Cia. de Teatro.
“Eu estava diante de uma pessoa que carregava a história do teatro brasileiro. Uma respirada, o silêncio de Paulo Autran, já dizia muita coisa. Eram silêncios preenchidos de muitos sentimentos. Diariamente ele estava com livros na mão. Me orientou muito a consultar cada vez mais a leitura, para que ajudasse na minha formação de artista”, lembra.
NOVAS MONTAGENS
Sobre as novidades, Marcelino revela que está envolvido em dois projetos distintos, mas paralelos. O primeiro é novamente com o grupo Estação de Teatro, para dirigir texto inédito de César Ferrario, com atuação das atrizes Nara Kelly e Giovana Araújo.
O outro projeto é um livro que está em formatação e vai ser dedicado ao figurino teatral. “Vai remontar um pouco da minha história no teatro, e de um bocado de parceiros que eu fui fazendo ao longo da carreira. Vai estar entremeada com textos meus, retirado dos meus diários, e textos dos parceiros. A editora responsável é a Fortunella”, conta.
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www.tribunadonorte.com.br
Se copiar textos e ou fotografias, atribua os créditos!
Os direitos autorais são protegidos pela Lei nº 9.610/98, violá-los é crime!
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