setembro 12, 2017

SALVE O CASARÃO DOS GUARAPES


CASARÃO GUARAPES - MACAÍBA/RN
Fotografia: Canindé Soares

SALVEM O CASARÃO DOS GUARAPES

Por

 Eliana Lima 
 Tribuna do Norte

O casarão dos Guarapes, em Macaíba, marco da economia potiguar do século 18, continua em ruínas. Enquanto isso, o recurso de R$ 1 milhão do Ministério do Turismo para a recuperação, que estava na Caixa Econômica desde 2015 a espera das providências do governo estadual, já foi devolvido a Brasília.

O grito pela restauração do casarão partiu de Valério Mesquita, conselheiro do TCE. “Se disserem que isso ocorreu por contingenciamento de despesa, a declaração não cala porque há quase oito anos o projeto sofreu “embargo de gaveta na Fundação José Augusto, Prefeitura de Macaíba, etc”.

“Fabrício continuará donatário da Capitania de Macaíba e capataz dos ministérios circundantes dos Guararapes. Ele haverá de entender que o Rio Grande do Norte, hoje, está muito pior do que aquele do seu tempo”, lastima Mesquita.

Em dezembro de 2015,Valério Mesquita, estão presidente do Instituto Histórico e Geográfico do RN, parabenizou a matéria na Revista Bzzz, assinada pela jornalista Adriana Brasil, sobre as ruínas do Casarão dos Guarapes, e lembrou que no dia 11 daquele mês o Ministério do Turismo liberou R$ 1 milhão do Prodetur para o início, em janeiro, das obras de restauração, “coroando uma luta de longa espera (15 anos)”.

Certamente o governador Robinson Faria tomará providência para reverter tal situação. Logo agora que ele está conquistando reconhecimento do gestor que resgata a história a cultura do RN.

De acordo com a matéria na Bzz, o Casarão do Guarapes fica “no alto de uma colina na divisa entre os municípios de Natal e Macaíba, às margens da BR-226”. Elo perdido da história do comércio do potiguar, está “numa localidade carente, escondido pela vegetação, no bairro que leva o mesmo nome do casarão, onde os índices de violência são altos”.

O Imóvel – em ruínas – que um dia foi impotente está à mercê de aventureiros e vândalos. Foi construído pelo visionário comerciante Fabrício Pedroza, que transformou a realidade da área, antes inexpressiva, que por pouco não disputou com Natal o posto de capital da província do RN, diante do prestígio e da visão do patriarca daquelas terras.

Ruínas da maior casa comercial até hoje implantada em solo de potis-desmemoriados, em 1858. Segundo o historiador Anderson Tavares de Lyra, Guarapes foi o centro comercial onde se exportava e importava diretamente da Europa e Estados Unidos. “Navios subiam o Rio Potengi carregados de açúcar, algodão, couros”, disse à Bzzz.

Os navios passavam direto do porto de Natal e entravam no Guarapes, carregados. “E de lá saiam ainda mais carregados de mercadorias do que Natal”. Fabrício Pedroza, muito influente, cogitou, juntou a Oliveira Junqueira, então presidente da província potiguar, mudar a capital do RN para o Guarapes, levando em conta que Natal era “um tabuleiro cercado por dunas, sem condições de alavancar grande um comércio”.

A propriedade foi comprada em 1899, por Juvino Barreto, casado com Inês Maranhão, neta de Fabrício e irmã de Alberto Maranhão. Depois foi herdada pelo filho Pio Barreto que vendeu a Nizário Gurgel; que negociou para Manoel Duarte, casado com a famosa viúva Machado. Posteriormente, foi vendida ao alemão Gerold Gerppert, que nos anos 70 incluiu o terreno em um grande loteamento. O local já estava desocupado e abandonado.

O arquiteto Paulo Heider Feijó, especializado em patrimônio, traçou o projeto de restauração para transformar as ruínas do empório comercial no museu do comércio e da indústria potiguar. Mas, continua no papel. Além de refazer as estruturas do casarão tais como antes, seriam construídos estacionamentos, praças, etc. Pode ser um marco para o turismo. Afinal, histórias interessantes atraem bons turistas. Exemplo do que acontece na Europa.

Anderson Tavares defende também que a revitalização homenageie com um memorial o aviador Augusto Severo, que foi neto de Fabrício Pedroza e criado em Guarapes (assim como Alberto Maranhão, neto e ex-governador). “Era um apaixonado pelo local”, diz.

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