setembro 04, 2011

A ARTE E CULTURA POTIGUAR NA TELINHA

O produtor Gustavo Wanderley, o videomaker Gabriel Souto e o Mestre Dedé Veríssimo

A TEVÊ PAPA-JERIMUM

 Por
Yuno Silva

 "Pensar global e agir local". O célebre conselho de John Lennon continua a reverberar quase quarenta anos depois e é colocado em prática pelo projeto "DôMóValô", idealizado pelo produtor cultural Gustavo Wanderley e pelo videomaker Gabriel Souto.

Apresentado oficialmente no mês passado, durante sessão na Casa da Ribeira,  os seis primeiros micro-programas da série audiovisual chegará à televisão aberta a partir de 12 de setembro. Os temas apresentados em primeira-mão são focados no Patrimônio Vivo, nomenclatura que está substituindo o conceito já conhecido como Patrimônio Imaterial, são eles: Literatura de Cordel, Ginga com Tapioca, Boi de Reis, João Redondo, Araruna e Newton Navarro. "Esta é só a primeira remessa", avisam os produtores Gustavo Wanderley e Gabriel Souto, respectivamente à frente da House cultura & cidadania e da produtora de vídeo Pixel Agogo.

A iniciativa de evidenciar aspectos e detalhes culturais que estão, e sempre estiveram aí para todo mundo ver é simples; a diferença está no formato. Com "padrão tipo exportação", os filminhos prezam não só pela qualidade do conteúdo como também pela embalagem do produto. Sequência de 24 programas com um minuto de duração cada, a primeira etapa do projeto "DôMóValô" compreende a produção de dez programas - que serão exibidos às segundas-feiras, de 12 de setembro a 14 de novembro, durante o intervalo do programa jornalístico RNTV1 (Rede Inter TV Cabugi/TV Globo). Essa primeira leva foi garantida a partir do patrocínio da Cosern e Governo do Estado através da Lei de incentivo Câmara Cascudo.

 Programa de TV é uma realização da House cultura & Cidadania
e  Pixel a Gogo com patrocínio da Cosern por meio da Lei Câmara Cascudo

PROJETO NASCEU A PARTIR DA UNESCO

A ideia de produzir conteúdo audiovisual próprio surgiu em 2008, logo depois de Gustavo acompanhar os desdobramentos da Conferência de Diversidade promovida, em 2007, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - Unesco, que lançou a proposta preocupada com a hegemonia de certas culturas nas produções audiovisuais.

"A partir daí começamos a trabalhar na proposta", lembra Gustavo, co-diretor da série. "Por isso nosso intuito é criar as condições necessárias de produção e veiculação de conteúdos próprios, que considerem a diversidade cultural presente no RN e que, sobretudo, alie o maior meio de comunicação da atualidade, que é a TV, a esses objetivos", explica.

Para ele, não adianta lutar contra os grandes conglomerados de comunicação, "o melhor a fazer é nos aliarmos a eles oferecendo um produto de qualidade, capaz de fazer com que as pessoas se reconheçam. A sensação de pertencimento a determinada cultura é reflexo de uma conquista, é acreditar que também pode ser interessante, e isso tem a ver com a auto-estima das pessoas", aposta Wanderley.

 Fortaleza dos Reis Magos na pauta do DôMóValô

PRÓXIMOS DOCUMENTÁRIOS: PATRIMÔNIO MATERIAL

Os próximos assuntos programas com o "DôMóValô" abordarão temas relacionados ao Patrimônio Material (Fortaleza dos Reis Magos e Feira do Alecrim, por exemplo) e haverá um aprofundamento do viés gastronômico. "Esse nome tem tudo a ver com nossa maneira de falar, o jeito do potiguar dizer que gosta de algo. Faz com que as pessoas se identifiquem, além de gerar curiosidade", arrisca Gustavo Wanderley.

Para Gabriel, além de criar conteúdos próprios, "queremos dar visibilidade a cultural tão importantes e tão ricas. Mostras essas temas na televisão é importante para deixar o potiguar orgulhoso de si mesmo".
 
 Xilogravura no Cordel - assunto abordado no DôMóValô com o artista Erick

Enquanto Gustavo cuida da produção executiva, Gabriel Souto se responsabiliza pela parte técnica: "Cada episódio custou em média oito mil reais, e trabalhamos com uma equipe enxuta - de três ou quatro pessoas, no máximo", lembrou Gabriel, que assumiu às rédeas na captação das imagens, e dividiu as tarefas de pesquisa e edição. "Como os programas tem um tom meio de documentário, as pesquisas serviram para conduzir as entrevistas, ou seja, o roteiro foi construído durante as próprias filmagens", afirmou. 

 O saudoso poeta Zé Saldanha - falecido mês passado  aos 93 anos - 
recita alguns dos seus versos em uma das ediçõs do DôMóValô na internet 

Além dos mini-programas, que entrarão na grade da emissora de televisão aberta, uma página eletrônica (www.domovalo.com) foi criada para atender a curiosidade do público. "Como os assuntos abordados renderam um bom material, há vídeos exclusivos no site dando continuidade e desdobramento ao temas apresentados. É impossível contar tudo em um minuto, por isso disponibilizamos esse conteúdo para atender o interesse das pessoas e aprofundar ", avisa Gabriel.

O próximo passo da dupla é buscar novos parceiros para viabilizar a segunda fase do projeto, que no papel se chama RN Atitude (DôMóValô é nome fantasia). "Estamos muito satisfeitos com a parceria firmada com a TV, que gostou do material finalizado e achou a proposta tão interessante que incluiu na grade comercial da emissora", comemora Gustavo. "Mas não podemos esquecer que ainda temos 14 programas para produzir".

...fonte...
Yuno Silva 

...fotografia...
Alberto Leandro
Produtores do DôMóValô
Josuá Carlos
 Fortaleza dos Reis Magos

...visite...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fiz uma visita e gostei!! Passa lá você também!!!