março 10, 2012

O CANTO LÍRICO EM HARMONIA COM O ROCK

HILKÉLIA
"Um diálogo direto com as emoções humanas. Basta as cortinas se abrirem"

CANTO LÍRICO NO VENTILADOR

 Por
Yuno Silva 

A missão de despertar emoções e envolver o público através de experiências sonoras e visuais é o mote que move a espetáculo "Ópera Rock", que a cantora Hilkélia estreia domingo (11), às 20h, no Teatro Riachuelo, Natal/RN.  A cantora divide palco com banda formada por oito músicos e recebe participações dos cantores Lucca Medeiros (da banda de heavy metal melódico Hard Alliance), o tenor César Leonardo, o guitarrista Eduardo Pinheiro e a companhia de dança Shaman Tribal. Na trilha sonora Steve Vai, U2, Queen, Led Zeppelin, Yanni, Bizet, Puccini, Howard Shore (da trilha de Senhor dos Anéis) e a clássica "Rainha da Noite" de Mozart. A cantora troca de figurino três vezes durante a apresentação. 

Um passeio entre o erudito e o pop, sem estranhamento, e com uma boa dose de refinamento cênico. A cantora soprano Hilkélia Carlem, ex-integrante do grupo Dellicato, mostrará que sua trilha sonora solo continua com a mesma proposta no show "Ópera Rock". A montagem apresenta releituras de clássicos do rock, árias de ópera e trilhas sonoras do cinema mundial. Serão oitenta minutos de um passeio que transita entre o trágico e cômico, o sagrado e o profano, luz e sombra, o transcendental e a realidade. Os produtores são os mesmos do show "Nella Fantasia", de 2006.

Tudo começou a ser pensado quando Hilkélia foi convidada para participar de evento alusivo ao Bloomsday ano passado na UFRN. "Fizemos pesquisas sobre a cultura irlandesa, e interpretei uma canção do U2. Foi aí que começamos a pensar num espetáculo que pudesse unir rock e canto lírico", lembrou a cantora em entrevista ao VIVER, num camarim  do teatro.   

 "Ópera Rock"  apresentará releituras de clássicos do rock 'n roll,
 árias de ópera e trilhas sonoras de clássicos do cinema 

Apesar do nome óbvio para descrever a produção, ele não foi definido com facilidade pois não se trata de uma ópera rock tradicional. "Há um roteiro, mas não nos moldes tradicionais com história linear e personagens. Pensamos bastante sobre qual a mensagem poderia ser passada com o show, e vimos que, neste momento, queremos mexer com as emoções do público", disse Tatiane Fernandes, que além de produtora também assina a direção do espetáculo. Para ela, "o belo emociona, revoluciona e Hilkélia conduz a plateia por essa experiência", e o título do show sugere muito mais a fusão dos dois estilos. 

Buscando conferir maior conteúdo à apresentação, Hilkélia, Tatiane e a violinista Gláucia Santos, que também participa como instrumentista e completa o trio responsável por toda a concepção de "Ópera Rock", o espetáculo busca evidenciar a transição entre Classicismo e o Iluminismo do século 18. "A interpretação dá o tom a essa costura, onde o que está em jogo não é somente a transição cultural mas todo um contexto social daquela época", explica a diretora. Tatiane contou que a Rainha da Noite de Mozart representa o conservadorismo, que luta contra a mudança promovida pelo sábio Zoroastro.

Seguindo carreira solo desde 2009 quando o grupo Nella fantasia foi desfeito, Hilkélia planeja gravar DVD e a intenção é incrementar "Ópera Rock" com elementos mais teatralizados. O show traz elementos de profundo lirismo na combinação entre a força do rock com canções da poesia musicada dos séculos XVIII, XIX, XX e XXI, como a inconfundível "Rainha da Noite", de Mozart.

Em carreira solo, Hilkélia continua a investir no canto lírico pop

MELODIA E TEXTO

Hilkélia, 31, contabiliza sete anos de carreira como profissional do canto lírico e lembra que seu primeiro contato com a música se deu através da vontade de estudar piano. "Estudei teoria musical por dois anos (1993-94), comecei a fazer aulas de piano em 19995 mas só em 1999 é que entrei no curso técnico da Escola de Música da UFRN", recorda. A artista passou em primeiro lugar no vestibular para cursar piano, e ao experimentar o canto dentro da própria EMUFRN se encontrou. "Atrás do piano sentia falta de expressar melodia e texto, e quando comecei a participar de recitais descobri minha vocação de cantora."

Também professora de canto, Hilkélia garante que não falta público: "A grande procura pelos concertos de orquestras e outras apresentações do gênero comprovam esse interesse, o que falta é mais ousadia aos artistas, que se mantém atrelados à projetos da Universidade. Participei da ópera 'Dido e Enéas' e vi que há como se lançar no mercado de maneira independente", garante, não antes de avisar que trabalhar com grandes produções de música eruditarequer investimento: no espetáculo "Ópera Rock", se for contabilizado toda a equipe envolvida, ultrapassa fácil as 60 pessoas, desde iluminadores e camareira, produção, direção, maquiagem, músicos e técnicos.

Segundo as palavras das produtoras Tatiane Fernandes, Glaucia Santos e a própria Hilkélia, "o público será envolvido num repertório onde a concepção artística une sons, cores, gestos, cenário, iluminação, figurino e interpretação, oferecendo uma experiência artística única através da música. Um diálogo direto com as emoções humanas". Basta as cortinas se abrirem.


...fonte...
Yuno Silva

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