"Em Natal as coisas são bem diferentes.
Talentos como Marcelo Ghandi e Pedro Costa são obrigados a irem embora.
Acompanho a luta por apoio que há em Natal.
As pessoas estão brigando sozinhas."
Talentos como Marcelo Ghandi e Pedro Costa são obrigados a irem embora.
Acompanho a luta por apoio que há em Natal.
As pessoas estão brigando sozinhas."
DANIELLE CARCAV E SUA ARTE FEITA DE INSTANTES
Por
Tádzio França
Há
quase dez anos longe da capital potiguar, a artista plástica natalense
Danielle Carcav se tornou um dos nomes para se prestar atenção no
concorrido circuito de arte do eixo Rio-São Paulo - uma óbvia vitrine
para todo o Brasil. Com o mesmo cuidado, sensibilidade e foco que usa em
suas telas de imagens sonhadoras, ela buscou o devido espaço na área:
estudou mais, conviveu com gente de renome, mostrou seu trabalho, e as
recompensas foram surgindo. As telas de Danielle ganharam representação
numa renomada galeria do Rio de Janeiro, frequentam diversos salões de
arte, e são premiadas. Tudo isso, em menos de quatro anos oficiais de
carreira. E a faculdade de engenharia civil que cursava na época, ficou
pra trás.
"O circuito de arte deve estar aliado ao mercado. O artista não vive de vento. Eu entendi esse mercado e fui atrás dele", conta a artista, que tem suas obras representadas no Brasil pela Galeria Luciana Caravello Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro. O trabalho de Danielle ganhou, em 2010, o prêmio de aquisição do Salão de Artes de Mato Grosso do Sul, e menção honrosa no 19º Encontro de Artes Plásticas de Atibaia; no ano passado recebeu o prêmio Garimpo 2011 pela conceituada revista Dasartes Brasil, e em 2012 foi indicada ao PIPA - Prêmio Investidor Profissional de Arte.
"O circuito de arte deve estar aliado ao mercado. O artista não vive de vento. Eu entendi esse mercado e fui atrás dele", conta a artista, que tem suas obras representadas no Brasil pela Galeria Luciana Caravello Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro. O trabalho de Danielle ganhou, em 2010, o prêmio de aquisição do Salão de Artes de Mato Grosso do Sul, e menção honrosa no 19º Encontro de Artes Plásticas de Atibaia; no ano passado recebeu o prêmio Garimpo 2011 pela conceituada revista Dasartes Brasil, e em 2012 foi indicada ao PIPA - Prêmio Investidor Profissional de Arte.
Os feitos da carreira de Danielle se tornam ainda mais interessantes quando se leva em consideração que, quando ela chegou para morar com a família no Rio de Janeiro em 2008, ainda era uma completa desconhecida. "Eu fiz o caminho inverso da maioria dos artistas plásticos, que já possuem contatos e conhecem todo mundo. Eu não conhecia ninguém", conta. Danielle lida com pintura e desenho desde a adolescência. Quando era estudante da antiga ETFRN, formava com amigos o grupo Casa de Orates, composto por uma garotada interessada em literatura, música e contracultura em geral. "Foi uma época importante pra mim, pois aprimorou minha leitura e visão de mundo", ressalta.
A pintura ainda era só um hobby do coração quando ela se mudou com o marido para Manaus, em 2002. "Transformei uma sala da casa em atelier, não queira deixar de pintar", afirma. Enquanto isso, fazia a faculdade de engenharia civil, até então tida como a carreira a ser seguida. Quando se mudou para o Rio de Janeiro, em 2008, a artista plástica amadora foi exposta a um pólo de arte fervilhante e dinâmico. Sentiu que o território poderia ser favorável a uma iniciante esforçada.
PASSAGEM PELO PARQUE LAGE
Ao visitar exposições no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, Danielle indagou aos monitores se havia bons cursos de artes visuais que pudessem ser feitos fora da faculdade. Foi assim que ela chegou a João Magalhães e à Escola de Artes Visuais do Parque Lage. "As aulas dele não eram de técnica, mas de acompanhamento. Foram essenciais para que eu resolvesse questões sobre minha investigação pessoal na arte, para que eu entendesse o que queria fazer", diz.
Danielle ressalta que João Magalhães estimulava os alunos a írem além do atelier: é preciso circular, mostrar seu trabalho, procurar os editais. Em 2009, ela se inscreveu e participou do XV Salão Unama de Pequenos Formatos, em Belém do Pará. Não parou mais. E assim começou a exibir sua arte em salões de relevância nacional, entre São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Piauí e Santa Catarina. Neste ano ela participou de uma coletiva no MAM - o mesmo lugar que chegou como uma simples visitante, anos atrás - chamada "Novas Aquisições 2010 2012 - Coleção Gilberto Chateubriand", por conta de ter duas obras inseridas nessa coleção.
A beleza particular das telas de Danielle é o mérito maior que a conduziu às galerias. Ela afirma que não gosta de rotular suas pinturas com uma escola específica, mas sabe que elas nascem a partir de uma observação emocional de lugares públicos. "Eu vejo um pouco como as crianças. Quando elas brincam, fazem do ambiente um espaço psicológico, um mundo próprio", explica. Para estimular esse imaginário, Danielle costuma fotografar ou filmar determinadas cenas que chamaram sua atenção. "Eu me aproprio de momentos e paisagens. Pode ser crianças brincando num parque ou a luz da lua refletindo nas folhas das árvores", diz. No momento ela conta que está fazendo uma série nova de pinturas que retratam a noite nas praças.
A artista afirma que deseja mostrar seu trabalho em Natal o mais breve possível. Já foi convidada para expôr na Semana de Artes Visuais da UFRN, em outubro, mas não recebeu resposta sobre os custos da viagem. Ela admite que em Natal não teria as mesmas oportunidades que pôde alcançar no Rio de Janeiro. "Aqui há o colecionismo. Arte é consumida, e estimulada a ser feita. Só assim o artista pode viver. Sei que em Natal as coisas são bem diferentes. Talentos como Marcelo Ghandi e Pedro Costa são obrigados a irem embora. Acompanho a luta por apoio que há em Natal. As pessoas estão brigando sozinhas", lamenta. Danielle ressalta que até o fim do ano vai combinar algo para expôr, dar curso ou seminário em Natal. Novas inspirações poderão vir daqui.
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