"EU QUERO TANTA ARTE QUE NÃO CAIBA NUM DIA"
PRODUTORES LOCAIS SE ORGANIZAM PARA REALIZAR VIRADA CULTURAL
BASE DA PROGRAMAÇÃO É TODA COMPOSTA POR ARTISTAS LOCAIS
PARA VIRAR NATAL
Via
Novo Jornal
Vinte e quatro horas ininterruptas de
programação cultural, tudo de graça. Um sonho pensado há alguns anos por
Anderson Foca e demais articuladores culturais da Ribeira que agora
vira realidade já que entre os dias 15 e 16 de dezembro, junto com a
última edição do Circuito Cultural Ribeira em 2012, Natal vai viver a
sua primeira Virada Cultural.
E antes que
comecem as comparações, a cidade não vai ter uma Virada Cultural
similar à realizada em São Paulo desde 2004 e que virou referência para
as demais espalhadas pelo país. A primeira diferença começa na
valorização da arte local e a segunda se dá com a desvinculação do
evento do poder público, como explica o produtor cultural Anderson Foca.
A virada cultural de São Paulo é organizada pela secretaria municipal
de cultura.
“A gente está tentanto fazer a virada há
uns 3 ou 4 anos, mas não queríamos que isso partisse do governo, que
ele financiasse, colocasse os shows e ficasse por isso mesmo. Queríamos
algo mais orgânico, com a iniciativa partindo dos próprios agentes”,
diz.
Agora, a meta é conseguir os patrocínios
necessários, muito embora o projeto da Virada já esteja inscrito na Lei
Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura. “Mas ainda não foi aprovado”,
comenta. Foca avalia que seria necessário cerca de R$ 500 mil para a
realização de uma Virada Cultural nos moldes ideiais em uma cidade como
Natal. No entanto, atualmente eles contam com pouco mais de 10% deste
valor. “É claro que se tiver a possibilidade de trazer um artista grande
nós vamos tentar. Mas o foco não é esse, e sim, colocar os nossos
artistas para fazerem essa virada acontecer. Temos gente o suficiente
para isso”, afirma.
Caso mais parcerias sejam fechadas, a
ideia é investir na ampliação do foco artístico, ou seja, além da
Ribeira, a Cidade Alta poderia entrar na programação também. “Existe uma
possibilidade, mas o que temos hoje é para a Ribeira. Tomara que mais
gente se empolgue e que a gente possa levar isso para outros lugares,
mas por enquanto não é o caso”, diz Foca.
Produtor cultural Anderson Foca
Uma das figuras mais conhecidas da cena independente do nordeste
Uma das figuras mais conhecidas da cena independente do nordeste
UMA VIRADA GENUINAMENTE POTIGUAR
Os próximos investimentos servirão
também para garantir o palco principal nos moldes do que é montado no
Agosto da Alegria em frente ao largo do Teatro Alberto Maranhão. “Seria a
porta de entrada da Virada e a ideia é que ele funcione 24 horas”,
comenta.
A Virada Natal surge em um momento
decisivo no cenário político da cidade. Por isso mesmo, Foca chama atenção para uma
particularidade do evento; a de resgatar a relação entre cultura e poder
público.
“A nossa virada tem um viés muito mais
simbólico. Não é somente uma festa, não estamos preocupados apenas com o
artista que vem ou que vai deixar de vir. Queremos uma virada de
pensamento. A cidade está prestes a passar por uma mudança no poder e
isso vai refletir diretamente na cultura durante os próximos anos.
Precisamos de uma virada de comportamento”, argumenta.
Embora ainda seja um pouco cedo para
preencher a programação, Foca adianta que no domingo pela manhã as
atividades devem ser mais lúdicas, estimulando o lazer e o bem estar,
por exemplo. “Estamos pensando em uma bicicletada, aulas de Yoga, tai
chi chuan e coisas do tipo”, sugere o produtor comentando ainda que o
principal empecilho para a realização da Virada Cultural nos anos
anteriores foi mesmo a questão do financiamento.
“Não estamos tentando fazer uma virada
de São Paulo. Não é por aí, temos que fazer a nossa, do nosso jeito até
porque não foi São Paulo que inventou a virada, existe na Europa há
bastante tempo. Acho que será um momento para colocarmos a nossa
criativade e inspiração para funcionar”, conclui Anderson Foca.
...fonte...
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