abril 11, 2013

CURTA POTIGUAR TIPO EXPORTAÇÃO

 
 Realizadores potiguares embarcam para a Polônia, 
onde participam do Festival Off Plus Camera, na cidade 
de Cracóvia, dedicado ao cinema independente
Fotografia: Magnus Nascimento

CURTA POTIGUAR TIPO EXPORTAÇÃO

 Por
Alexis Peixoto 
Tribuna do Norte

O audiovisual potiguar está de malas prontas para a Europa. O curta-metragem “Maré Alta”, de Alexandre Santos e Dênia Cruz, foi selecionado para o Festival Off Plus Camera, em Cracóvia na Polônia, que será realizado entre os dias 12 e 21 de abril. Os videomakers vão exibir o filme para o público europeu e proferir palestra sobre a produção audiovisual potiguar, principalmente o realizado dentro da UFRN, além de participar de oficinas e debates. A oportunidade de apresentar o filme na Europa surgiu através da participação no III Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa (Finc), onde “Maré Alta” conquistou o primeiro lugar dentro da temática “Minuto Verde” proposta pelo festival em Baía Formosa. O prêmio foi o passaporte para o evento no país europeu.

Além de “Maré Alta”, também foram selecionados para o festival na Polônia outros dois vídeos potiguares: “Natural” e “Mergulho no verde”. A equipe de “Maré Alta” é composta por cinco pessoas, sendo que uma, a editora Fernanda Pires, está estudando na Europa - os outros são Élmano Ricarte e Rômulo Sckaff. Como o prêmio só bancava uma viagem, os três membros restantes, estudantes de pós-graduação da UFRN, conseguiram as passagens com a UFRN – que por sinal mantém convênio com a Universidade Jaguelônica, de Cracóvia.

Para os documentaristas, a contrapartida será apresentar um seminário na universidade polonesa, apresentando a produção audiovisual acadêmica dos alunos de Comunicação Social da UFRN, além de programas e documentários produzidos pela TV Universitária. 


Alexandre e Dênia vão aproveitar a oportunidade da participação no Festival Off Plus Camera, que é totalmente dedicado ao cinema independente, para produzir um curta sobre as condições de produção dos cineastas independentes da Europa.  

“Diferenças culturais à parte, acredito que as dificuldades deles em relação à produção não é muito diferente da nossa”, diz Santos. “Queremos produzir um curta mostrando essa realidade e aproveitar para trocar experiências e ideias”.

A LENDA DO POÇO FEIO

Na volta, os realizadores pretendem entrar no terreno da ficção. O grupo já tem prontos o roteiro e uma pesquisa preliminar para o curta “A lenda do poço feio”, baseado em uma lenda do município de Governador Dix-Sept Rosado, o que faltam são recursos. Santos diz que as dificuldades enfrentadas na produção do curta refletem os motivos pelos quais a ficção audiovisual não decola no RN. Para ele, faltam políticas públicas que facilitem a captação de recursos, como pessoal qualificado e acesso a equipamentos de qualidade. “Uma coisa está relacionada à outra: não adianta ter os recursos se não existem bons atores ou profissionais capacitados para operar os equipamentos”.
 
A situação poderia ser remediada se o poder público investisse na classe audiovisual, com editais de produção, cursos profissionalizantes e oficinas. “É preciso que o governo comece a enxergar os produtores audiovisuais como uma cadeia produtiva. Não estamos aqui pra ficar brincando: queremos realizar”, afirma, cheio de convicção.
 
MARÉ ALTA

Filmado no distrito de Sagi, em Baía Formosa, o curta “Maré Alta” trata dos efeitos do avanço do mar sobre as casas dos moradores da praia. O filme tem um minuto de duração e é estruturado a partir da perspectiva de Dona Jacira, uma moradora do local.

Dênia Cruz conta que a intenção inicial do grupo era produzir um curta de seis minutos. Os planos mudaram quando o festival de baía Formosa lançou o concurso “Minuto Verde”, para premiar filmes de temática ecológica, com até sessenta segundos de duração. “Como já havia a ideia de inscrever o filme no Festival de Baía Formosa, resolvemos adaptar para não perder a oportunidade. Foi difícil, mas valeu a pena”, conta a produtora.

O grupo não descarta voltar ao tema e examinar os danos que o avanço da maré provocou em outros locais do litoral potiguar. Caiçara e São Miguel do Gostoso são algumas das locações que estão na mira do coletivo.

Mais do que filmar o movimento das ondas, os cineastas estão interessados em provocar reflexões sobre a relação homem-natureza. “A gente fala que o mar invade, mas na verdade foi o homem que se instalou ali, que foi se aproximando do litoral”, observa Alexandre Santos. “O tema é bastante universal. Acredito que isso inclusive vai facilitar a  aceitação do nosso filme na Europa”.

...fonte...
 www.tribunadonorte.com.br

...visite...
 www.offpluscamera.com

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