julho 02, 2013

A CATITA VOLTA AO DOCE LAR

 
CATITA
  A Maria Fumaça inaugurou a Ponte de Ferro de Igapó em 1916
Justiça Federal determina retorno ao RN da locomotiva histórica,
 há muito abandonada e em mau estado de conservação
   A Catita se encontra no Museu Ferroviário de Recife
Fotografia: Raul Lisboa

CATITA
UMA LOCOMOTIVA HISTÓRICA
 JUSTIÇA FEDERAL DETERMINA RETORNO AO RIO GRANDE DO NORTE    
 
 Por
Ana Ruth Dantas
Assessoria Comunicação
Justiça Federal do Rio Grande do Norte

A Justiça Federal do Rio Grande do Norte determinou que o Governo do Estado de Pernambuco e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional entreguem a locomotiva nº 03, conhecida como Catita, e seu reboque ao Estado do Rio Grande do Norte.

A sentença foi da Juíza Federal Gisele Leite, da 4ª Vara Federal, que acolheu os argumentos do Ministério Público Federal e Estadual, argumentando a importância histórica da Catita, que se encontra no Museu Ferroviário de Recife em mau estado de conservação.

“A locomotiva reclamada encontra-se, há muito, abandonada à própria sorte, a mercê de toda sorte de intempéries, sem, portanto, qualquer garantia de preservação do seu valor  histórico e cultural”, destacou a magistrada na sentença.  

A Catita faz parte da própria história potiguar. A magistrada ressaltou, em sua sentença, que “em 1916 (a Catita), foi escolhida para puxar a composição que conduziu importantes figuras do cenário potiguar, Joaquim Ferreira Chaves, Januário Cicco, Henrique Castriciano e Juvenal Lamartine, para a inauguração da Ponte de Igapó, maior obra ferroviária da Região Nordeste à época. Na ocasião, percorreu-se todo o estuário do Potengi”. 

A Juíza Federal Gisele Leite, em sentença, reconheceu a importância histórica da locomotiva e seu reboque para o Estado do Rio Grande do Norte, e estabeleceu o prazo de 90 dias para que o Estado de Pernambuco e o IPHAN entreguem a locomotiva ao Estado potiguar, que providenciará o transporte até Natal. 
 
CATITA
Máquina de fabricação inglesa, série 200 - 2 eixos,
 com forte vínculo com a história ferroviária do nosso estado
Fotografia: Jornal DeFato 

ENTENDA O CASO 

A Catita foi levada para Recife em 1975 no intuito de ornamentar o escritório regional da RFSA. Em 2003 começou uma negociação com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Natal que se dispôs a mantê-la, mas as conversas não avançaram.

Em sua defesa o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) negou que a locomotiva alocada no Museu do Trem de Recife seja a Catita. Mas a Juíza Federal não acatou o argumento e considerou os relatos de testemunhas ouvidas em juízo que atestam ser a referida locomotiva da questão. 

...MAIS...

Fabricada na Inglaterra, em 1902, a locomotiva carinhosamente chamada de “Catita” foi a primeira máquina a vapor do Estado do Rio Grande do Norte, e transportou muita história em seus vagões, durante mais de meio século de atividade. Em 1975, foi transferida para o Museu do Trem em Recife (PE) onde se encontra até hoje. Essa importante peça - que merece um lugar de destaque nas páginas da história potiguar - está precisando urgentemente de cuidados, antes que seu estado de deterioração se agrave em demasia.
 
UM MUSEU PARA A CATITA
A Locomotiva Catita nº 3 e seu reboque, pertencem ao patrimônio
 ferroviário do Estado do Rio Grande do Norte 
 Fotografia: Divulgação

NATAL GANHARÁ "UM MUSEU DO TREM" NAS ROCAS

Via
NOVO JORNAL

Há 13 anos, quando o pesquisador Ricardo Tersuliano (Cobra), pensou em criar um “CD ROM” que reunisse texto e imagens sobre os principais pontos históricos de Natal, passou a resgatar, quase por acaso, um capítulo importante da história da rede ferroviária no Rio Grande do Norte. Naquela época, sua intenção era criar um Instituto do Patrimônio Histórico do RN. A ideia funcionou até o momento em que começou a estudar a Ponte de Ferro de Igapó. “Aí eu descobri a Catita”, explica.

Quando Ricardo conheceu a história da Maria Fumaça que, em 1916, inaugurou a Ponte de Ferro de Igapó, prontamente abandonou o projeto inicial do “CD ROM” e passou a dedicar seus esforços para trazer a “Catita” de volta à Natal. Em 1975, a locomotiva foi transferida para Recife, onde ficou ornamentando o hoje extinto Museu do Trem da capital pernambucana.

“Nessa viagem inaugural (da ponte de Igapó) estavam presentes o governador e convidados como Câmara Cascudo, aos 10 anos acompanhado de seu pai (Coronel Cascudo), (médico) Januário Cicco e José Augusto, que hoje nomeia a Fundação de Cultura do RN”, detalha o pesquisador.

A partir de 2004, Ricardo fundou o Instituto dos Amigos do Patrimônio Histórico e Cultural do RN, o IAPHACC, para facilitar na “papelada” que envolvia o retorno da Catita, porque até então todas as reivindicações estavam sendo feitas no seu nome. "Com o IAPHACC ganhamos força”, justifica.

Hoje, ele explica que a Catita está abandonada em um galpão anexo ao extinto Museu do Trem de Recife. Por enquanto. A locomotiva será a principal atração do Museu do Trem que será criado em Natal até 2014, na Rotunda, prédio histórico que pertenceu à antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal) nas Rocas.    
 
 
 NOVO CAMPUS IFRN E MUSEU DO TREM
Restauração da antiga Refesa nas Rocas já foi iniciada
A inauguração do novo campus IFRN está prevista para  2014
A história e memória da cidade também serão prestigiadas 
com a criação do Museu do Trem de Natal
 Fotografia: Joanisa Prates  
 
O COBRA E A CATITA
 
O criador do IAPHACC é um homem obstinado. Sua obstinação, no entanto, atende pelo nome de Catita, a histórica locomotiva que inaugurou os trilhos da ponte de ferro de Igapó, em 1916, e os da ponte de concreto Presidente Costa e Silva, em 1970. Ele conta que, assim como a Catita, existiam outras 25 locomotivas a vapor circulando pelo Estado até o momento em que a Rede Ferroviária Federal S.A. foi criada em 1957, incorporando todas as estradas de ferro existentes na época. “Com a empresa estatal chegando junto, a modernização também chegou e as máquinas a vapor começaram a ser retiradas”, conta.

Ainda de acordo com suas pesquisas, as 26 máquinas a vapor foram estacionadas no pátio da RFFSA, localizado nas Rocas, esperando serem vendidas. Na ordem, a Catita era a última da fila e foi salva inicialmente pelo acaso. “Felizmente cresceu um mato que acabou camuflando a Catita, enquanto as outras eram negociadas primeiro para diferentes compradores”, diz.

Mas o verdadeiro “pai” da Catita, Ricardo conta que foi seu Manoel Tomé de Souza, conhecido por seu Manozinho, que era chefe das oficinas da RFFSA e negociou com os compradores a permanência da locomotiva. “Ele trocou com os compradores a Catita por alguns ferros que não estavam sendo usados na oficina”, explica.

Ao invés de ser vendida, a Catita ficou guardada na oficina da RFFSA, sendo usada por seu Manozinho para manobrar vagões. “Em 1970, quando a primeira ponte de concreto foi inaugurada, ele decidiu colocar também a Catita para fazer parte do momento. A Maria Fumaça, que tinha inaugurado a primeira ponte de ferro, agora inaugurava a primeira de concreto”, conta.

Cinco anos depois, em 1975, com a inauguração da nova sede da RFFSA, em Recife, os executivos da Rede Ferroviária que já tinham visto a Catita quando estiveram em Natal para a inauguração da ponte de concreto, mandaram buscar a locomotiva para ornamentar o novo escritório. “Anos depois o escritório foi vendido e, desde então, a Catita não recebeu mais atenção”, garante Ricardo.

Quase 10 anos após a criação do IAPHACC, que atualmente conta com cerca de 20 sócios, Ricardo Cobra finalmente está prestes a realizar o maior sonho da instituição: instalar o Museu do Trem de Natal, com a presença, claro, da Catita. 

 ...fonte...
 "JFRN  DETERMINA RETORNO DE LOCOMOTIVA HISTÓTICA AO RN"
02/07/2013 
www.jfrn.jus.br
   "O COBRA E A CATITA"
VEJA NA ÍNTEGRA PELO NOVO JORNAL
 19/11/2012
www.novojornal.jor.br
 www.amantesdaferrovia.com.br 

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