julho 10, 2015

NEY DOUGLAS: CAMINHOS DO SERTÃO

 CAMINHOS DO SERTÃO
EXPOSIÇÃO RETRATA UMA VIAGEM DE 227 KM A PÉ 
Cartaz: Divulgação

De 10 a 26 de julho, o Partage Norte Shopping Natal recebe, pela primeira vez, a Exposição Caminhos do Sertão de Ney Douglas Marques, repórter fotográfico. A mostra é resultado de uma expedição emocionante realizada a pé, que durou 11 dias e se estendeu por 277km pelas estradas do interior do Rio Grande do Norte. Ney partiu da cidade de Macaíba com destino à Campo Grande, cidade natal de seus pais, com o objetivo de fotografar a chamada “seca verde”.

A busca do repórter não foi limitada às boas imagens que encontrou pelo caminho, mas também a um autoconhecimento relatado pelo viajante. “Ao percorrer os caminhos do sertão descobri que o que fiz foi mais que um documentário fotográfico, foi uma lição de vida e uma grande descoberta interior”, conta. Ao todo, foram captadas mais de 3 mil imagens durante a viagem. Para Ney Douglas, a missão de selecionar pouco mais de 40 delas foi tão difícil quanto o caminho que trilhou em sua missão.

 "CAMINHOS DO SERTÃO"

Via
REDAÇÃO DO NOVO JORNAL

Dia 13 de maio de 2015. Os pais de Ney Douglas levam o filho de carro até o município de Macaíba, e o abandona na beira da estrada, portando apenas poucas roupas térmicas, duas mochilas, duas máquinas fotográficas, água e um desejo incontrolável de fotografar a seca em um percurso de 277 km que seriam vencidos a pé a partir daquele ponto. 

Mais de 3 mil imagens depois, Ney reencontraria o pai, a mãe e todo o município de Campo Grande à espera do “fotógrafo andarilho que estava pela estrada”. A história agora ele conta em 50 imagens selecionadas especialmente para compor a exposição “Caminhos do Sertão”, disponíveis para visitação no 2º piso do Partage Norte Shopping, Zona Norte de Natal/RN, e segue até o dia 26 de julho.

Ao todo, Ney Douglas precisou de 11 dias para percorrer os 277 km até o destino final, distância controlada por ele através do Google Maps assim que chegava a uma nova cidade e encontrava sinal da operadora. As pequenas pausas para se alimentar e dormir serviam também para que ele carregasse  o seu equipamento, tanto o celular, quanto as câmeras fotográficas.

Para passar a noite, Ney conta que tinha basicamente duas opções: as pousadas das próprias cidades ou as casas de homens do campo na beira da estrada. Tudo dependia de onde ele estivesse ao entardecer. “Dormi em duas casas durante o percurso e todos foram gentis comigo nessas ocasiões, sempre com muita curiosidade pelo meu trabalho e felizes por me receber. Foi algo realmente engrandecedor”, comenta.

“Mas também aconteceu de as próprias pousadas se sensibilizarem com o projeto e darem descontos ou mesmo o café da manhã”, conta sobre o trajeto que visualmente se mostrou bem diferente da paisagem cinza que o fotógrafo imaginava encontrar.

“Quando falamos em seca, temos aquela imagem cinza e rachada, mas o que eu vi foi algo bem diferente: uma seca verde, como eles chamam, porque tudo está coberto por uma fina e frágil camada de verde devido às pequenas chuvas. Mas todos os homens e mulheres que eu encontrava comentavam comigo que isso era muito perigoso, já que era uma grande maquiagem”, argumenta.

A opinião era unânime inclusive com os andarilhos que Ney encontrava no caminho, como o caso do senhor que parou o fotógrafo e lhe disse. “Meu filho, quem tem água tem riqueza, tem prosperidade”, lembra.

Ainda durante a caminhada, o fotógrafo foi surpreendido também pela quantidade de cruzes que estavam dispostas ao longo da estrada, representando todas as mortes por acidente de trânsito que aconteceram por ali durante os anos.

“Uma coisa é você ver de carro, mas a pé elas se tornam realmente muito mais intensas e frequentes. Isso mexeu muito comigo”, comenta sobre a série de imagens que acabaram se tornando um projeto paralelo, além do registro sertanejo, e que deve ser completado em breve com uma nova aventura pela estrada.

“É realmente muito preocupante a imprudência nas estradas, principalmente pelos grandes caminhões, que não respeitam os carros menores. Eu cheguei a parar de andar umas cinco vezes pensando que iria registrar um acidente fatal”, comenta.

No geral, Ney define que a caminhada lhe apresentou um sertão bonito mesmo com cicatrizes dos históricos períodos de secas mais severas. “Mesmo seco, o sertão tem vida, e essa talvez seja uma das coisas mais bonitas de quem vive nessa realidade... As pessoas moram no meio do nada, mas são seguras, gentis e jamais desacreditam dos dias”, avalia.

Agora sua expectativa é transformar a aventura em um livro de fotografia. Por enquanto ele ainda está à procura de parceiros que viabilizem financeiramente o empreendimento. “Eu tenho muitas histórias para contar do que vi e vivi nesses dias. Viabilizar um livro será a minha próxima tarefa”, garante.

Para completar a jornada, Ney contou com o apoio do NOVO Jornal e também da Nutrisports Suplementos, Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Bruthus Runner, Visão Auto Locadora, Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (AL/RN), Deputado Dison Lisboa, José Vieira, presidente do conselho deliberativo do SEBRAE, e do próprio Partage Norte Shopping.

“O Partage acertou a exposição comigo antes de ver sequer uma foto pronta! Foi muito especial esse momento na minha vida, porque foi uma empresa que respeitou e deu força para esse cara maluco que queria sair a pé por quase 300 km”, conclui o fotógrafo.

...fonte...
www.novojornal.jor.br 

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