MARINHO CHAGAS
Francisco das Chagas Marinho,
popularmente conhecido por Marinho Chagas, considerado um dos maiores
jogadores do futebol potiguar, faleceu na madrugada deste domingo, (1/06), em João Pessoa , na Paraíba, aos 62 anos. Marinho Chagas nasceu em Natal no dia 8 de
fevereiro de 1952 e teve a sua fase de ouro no futebol na década de 70. Eleito o melhor lateral-esquerdo da Copa de 1974, Marinho nos deixa com saudades e, pelo ídolo que foi e uma marca que fica para sempre, só podemos dizer: Viva Marinho!
Fotografia: Divulgação
BRASIL PERDE MARINHO CHAGAS
FUTEBOL BRASILEIRO DE LUTO
FUTEBOL BRASILEIRO DE LUTO
Marinho Chagas morreu na manhã
deste domingo, em João
Pessoa (PB), onde estava internado. Mas a “Bruxa Loura”, como
ficou conhecido na década de 70, deixou muitas histórias escritas nos gramados
do Brasil e do mundo – do chapéu no ídolo Pelé à briga com Leão.
Francisco das Chagas Marinho
nasceu em Natal (RN), no dia 8 de dezembro de 1952. Aos 15 anos, ainda
conhecido como Chiquinho, iniciou a carreira na lateral esquerda do modesto
Riachuelo, clube da periferia da capital potiguar. Dois anos depois, trocou o
time pelo ABC, clube pelo qual conquistou seu primeiro título profissional: o
Campeonato Potiguar de 1970, no mesmo ano em que a Seleção Brasileira
conquistava o tricampeonato mundial no México.
Marinho Chagas jogou ainda no
Náutico entre 1970 e 1972, antes de chegar ao Botafogo. No clube de General
Severiano, estreou como titular em 9 de setembro de 1972, na primeira rodada do
Campeonato Brasileiro, contra o Santos de Pelé. A partida no Rio de Janeiro
terminou empatada por 1 a
1, com gols de Edu para os santistas e do próprio Marinho Chagas para o
Botafogo, em cobrança de falta “roubada” de Jairzinho.
“Ele ficou muito p...! ‘Porra,
que m... é essa?’ Eu falei: ‘bicho, vai tomar no c..., o gol tá feito”, lembrou
Marinho Chagas, em entrevista publicada em 2010 pela revista Trip. No mesmo
jogo, o lateral estreante ainda aplicou um chapéu em Pelé. “No fim da partida,
ele (Pelé) veio até mim, apertou minha mão e disse: ‘vê se me respeita, não vem
com essa história de chapéu de novo, não, hein?’. Mandei ele tomar no c... e
saí rindo”, disse também.
No Rio, ganhou a fama de
temperamental e o apelido de “Bruxa Loura”. Em 1973, chegou à Seleção
Brasileira – a estreia aconteceu em 25 de junho daquele ano, na derrota por 1 a 0 para a Suécia, em um
amistoso realizado no Estádio Rasunda – o mesmo palco da cidade de Solna que
recebeu o primeiro título da Seleção em 1958.
No ano seguinte, foi convocado
por Mário Jorge Lobo Zagallo para disputar a Copa do Mundo de 1974, a única de sua
carreira. A equipe foi eliminada nos grupos da segunda fase, perdendo a vaga na
final. Na disputa do terceiro lugar, perdeu por 1 a 0 para a Polônia, em jogo
que valeu a Marinho Chagas rixas com o comentarista João Saldanha e com o
goleiro Emerson Leão.
O primeiro, incomodado com o
espaço dado aos rivais, apelidou o lateral esquerdo de “Avenida Marinho
Chagas”. O segundo, pelo mesmo motivo, chamou o camisa 6 de “indisciplinado e
mal-educado”, admitindo até mesmo uma briga nos vestiários do Estádio Olímpico
de Munique. O dia: 6 de julho de 1974.
“ Lato fez o gol, nas costas do
nosso lateral, que era indisciplinado taticamente para a época e avançou
desordenadamente”, afirmou Leão, em entrevista ao canal de TV por assinatura
SporTV em 2011. “Ele foi indisciplinado e mal educado nas respostas quando nós
o chamamos para fazer uma fixação pela lateral esquerda. Como era o último
jogo, ele disse que era 'jogador-show' (...). Nós perdemos por causa disso
também. E aí, dentro do vestiário, nós nos desentendemos”, completou.
Marinho Chagas ficou no Botafogo
até 1976, deixando a Seleção Brasileira no ano seguinte – seu último jogo com o
Brasil foi em 26 de junho de 1977, um empate por 0 a 0 com a Iugoslávia no
Estádio do Mineirão. Contratado pelo Fluminense, revolucionou: durante a
disputa do Troféu Teresa Herrera, naquele mesmo ano, inventou cobranças de pênalti
com uma “paradinha giratória”, convertendo as três tentativas que fez. Foi a
única conquista pelo clube, no qual jogou até o final de 1978.
Entre 1979 e 1980, atuou no
futebol dos Estados Unidos, vestindo as camisas de New York Cosmos e Fort
Lauderdale Strikers – no primeiro, atuou com jogadores como Franz Beckenbauer,
Carlos Alberto Torres e Giorgio Chinaglia. Na volta ao Brasil, em 1981, acertou
com o São Paulo, a tempo de conquistar o Campeonato Paulista e a Bola de Prata
da revista Placar naquele mesmo ano.
Nos anos seguintes, Marinho
Chagas atuou por Bangu (1983), Fortaleza (1984) e América-RN (1985), antes de
pendurar as chuteiras no exterior – jogo pelo Los Angeles Heat (1986 a 1987) e no BC
Harlekin Augsburg (1987 a
1988). No exterior, teve cinco filhos – além dos oito que teve no Brasil
Aposentado, trabalhou como comentarista da Rede Bandeirantes no Rio Grande do
Norte.
Nos últimos anos, separado da mulher Lúcia, Marinho Chagas passou a sofrer com os problemas de saúde decorrentes do alcoolismo. Nos últimos cinco anos, foi internado pelo menos três vezes – a última delas neste sábado,
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